six

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Emanuelle
alguns dias depois

Eu vou enlouquecer! — reviro os olhos assim que Carina repete a mesma frase.

— Você da pra ele e agora fica se lamentando? — questiono, enquanto termino de ler alguns relatórios. — Carina assim não dá pra te defender.

Me ajuda, Emanuelle — ela choraminga pelo telefone.

— Eu realmente não sei o que fazer por você, Miller — eu falava sério. Sempre que acontecia essas coisas, eu tinha uma carta na manga. — O que você acha que pode acontecer?

Só não quero que ele ache que temos uma relação, agora — Carina sempre teve medo de se envolver depois dos seus namoros.

— Então só resta você dizer isso a ele — digo e ela solta um longo suspiro do outro lado.

Preciso de uma bebida — ela diz e eu acabo rindo. A vida da Carina se resume em cachaça pra tudo.

Escuto algumas batidas na porta da minha sala, grito um "entra" e a pessoa se revela em Matheus Thuler. Tinha esquecido que hoje teríamos uma consulta. Estava esperando apenas o treinamento deles acabar.

— Miller, eu vou ter que ir, o trabalho me chama — digo e peço que o zagueiro entre com um sinal de mão. — Pensa no que disse.

Tudo bem — ela diz. — Tchau, linda. Não esquece de buscar a Laura no aeroporto, hein.

— Não esqueço. Ela me mata se eu esquecer ela — digo e ela solta uma risada. — Te vejo hoje à noite.

Desligo meu celular e volto minha atenção a Thuler que me encarava. Não era uma atitude nada profissional ficar no telefone durante o trabalho, mas a Carina tinha me ligado mais de vinte vezes, ela estava super desesperada, então a coisa era séria.

— Desculpe.

— Que isso, doutora — ele diz e solta um risinho. — Não vou contar a ninguém.

— Então, estamos combinados — digo e ele ri. Percebo que ele ri bastante desde que chegou. — Vamos lá, como se sente?

— Os espasmos na minha panturrilha ainda não pararam — ele se volta numa postura mais séria. — Quase morro de dor no treino de hoje.

Ele dizia e eu anotava tudo. Thuler havia já se queixado de espasmos na panturrilha a algumas semanas, pelo visto o gel que indiquei não ajudou em nada.

— Bom, então nós precisamos fazer uma massagem e ver se você consegue se recuperar o mais rápido possível — digo e me levanto indicando a maca que havia na minha sala. Eu trabalhava com alguns métodos de massagem. — Por favor, deite-se de bruços.

Ele fez o que havia pedido e peguei o um gel apliquei em suas panturrilhas e comecei a trabalhar nelas. Thuler de vez em outra soltava alguns gemidos de dor, realmente estavam bem tensas. Durante a massagem dei algumas checadas em seu corpo, até que ele tinha uma bunda bem bonitinha.

Eu sou tarada por bunda de homens. Deu até um calorzinho por aqui, e olha que eu tinha ar-condicionado. Calma, Emanuelle, seja profissional.

Kiss It Better | G. De Arrascaeta Onde histórias criam vida. Descubra agora