Emanuelle
alguns dias depois— Eu vou enlouquecer! — reviro os olhos assim que Carina repete a mesma frase.
— Você da pra ele e agora fica se lamentando? — questiono, enquanto termino de ler alguns relatórios. — Carina assim não dá pra te defender.
— Me ajuda, Emanuelle — ela choraminga pelo telefone.
— Eu realmente não sei o que fazer por você, Miller — eu falava sério. Sempre que acontecia essas coisas, eu tinha uma carta na manga. — O que você acha que pode acontecer?
— Só não quero que ele ache que temos uma relação, agora — Carina sempre teve medo de se envolver depois dos seus namoros.
— Então só resta você dizer isso a ele — digo e ela solta um longo suspiro do outro lado.
— Preciso de uma bebida — ela diz e eu acabo rindo. A vida da Carina se resume em cachaça pra tudo.
Escuto algumas batidas na porta da minha sala, grito um "entra" e a pessoa se revela em Matheus Thuler. Tinha esquecido que hoje teríamos uma consulta. Estava esperando apenas o treinamento deles acabar.
— Miller, eu vou ter que ir, o trabalho me chama — digo e peço que o zagueiro entre com um sinal de mão. — Pensa no que disse.
— Tudo bem — ela diz. — Tchau, linda. Não esquece de buscar a Laura no aeroporto, hein.
— Não esqueço. Ela me mata se eu esquecer ela — digo e ela solta uma risada. — Te vejo hoje à noite.
Desligo meu celular e volto minha atenção a Thuler que me encarava. Não era uma atitude nada profissional ficar no telefone durante o trabalho, mas a Carina tinha me ligado mais de vinte vezes, ela estava super desesperada, então a coisa era séria.
— Desculpe.
— Que isso, doutora — ele diz e solta um risinho. — Não vou contar a ninguém.
— Então, estamos combinados — digo e ele ri. Percebo que ele ri bastante desde que chegou. — Vamos lá, como se sente?
— Os espasmos na minha panturrilha ainda não pararam — ele se volta numa postura mais séria. — Quase morro de dor no treino de hoje.
Ele dizia e eu anotava tudo. Thuler havia já se queixado de espasmos na panturrilha a algumas semanas, pelo visto o gel que indiquei não ajudou em nada.
— Bom, então nós precisamos fazer uma massagem e ver se você consegue se recuperar o mais rápido possível — digo e me levanto indicando a maca que havia na minha sala. Eu trabalhava com alguns métodos de massagem. — Por favor, deite-se de bruços.
Ele fez o que havia pedido e peguei o um gel apliquei em suas panturrilhas e comecei a trabalhar nelas. Thuler de vez em outra soltava alguns gemidos de dor, realmente estavam bem tensas. Durante a massagem dei algumas checadas em seu corpo, até que ele tinha uma bunda bem bonitinha.
Eu sou tarada por bunda de homens. Deu até um calorzinho por aqui, e olha que eu tinha ar-condicionado. Calma, Emanuelle, seja profissional.
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Kiss It Better | G. De Arrascaeta
FanfictionCarina sempre foi uma mulher muito bem resolvida consigo mesma e com seus relacionamentos. Muito dedicada em seu trabalho e tenta dar o melhor de si sempre, mas detesta a rotina. Ela se vê em um beco sem saída quando um uruguaio que adora testar sua...