Kiss It Better | G. De Arrascaeta

twenty seven

Carina

Aí que dor cabeça.

Assim que abri meu olhos, minha cabeça parecia que ia explodir. Eu não deveria ter bebido tanto desse jeito, daqui a pouco eu vou precisar viajar. Não acredito que fui tão irresponsável dessa forma, eu nem lembro como foi que eu voltei para casa ontem.

Na verdade, eu não me lembro de quase nada. Tudo é só um borrão.

Afastei o braço que estava em volta de mim e tentei me levantar. Espera, como assim braço? Me levantei espantada e olhei para trás vendo Enzo dormir tranquilamente. Acabei ficando um pouco tonta, apenas com essas informações.

Senti calafrios em meu corpo e depois fui notar que estava apenas usando uma calcinha. Não, isso não pode estar acontecendo.

Puta que pariu, puta que pariu, puta que pariu.

Eu e Enzo transamos ontem à noite? Eu me recuso a aceitar isso. Levantei da cama e olhei ao redor, vendo que esse não era o quarto aonde eu estava hospedada. Olhei em volta à procura das minhas roupas e vim que elas estavam espalhadas pelo chão.

Caralho, eu não consigo me lembrar de nada.

De repente minha barriga começou a embrulhar, minha vista ficou turva e eu não sei como cheguei a tempo no banheiro. Eu quase que vomitei os meus órgãos juntos. Fui surpreendida quando alguém segurou meu cabelos, tirando-os do meu rosto.

— Você não tá nada bem — concluiu Enzo, com uma voz de cansado.

Assim que levantei e dei descarga, apoiei-me na pia, levei um pouco de água até meu rosto e pescoço. Minha aparência não estava nada bem. Parecia que eu tinha sido atropelada cinco vezes pelo mesmo caminhão.

— O que aconteceu ontem à noite? — perguntei, depois de voltar um pouco dos meus sentidos.

— Você não lembra de nada mesmo?

Apenas nego com a cabeça e saio do banheiro a procura da minha bolsa.

— Se eu lembrasse eu não te estaria te perguntando, então abre a porra da boca e me diz — falei, já estressada. Enzo apenas deu uma leve gargalhada o que me deixou mais puta ainda.

— Nos saímos, bebemos muito, dançamos muito e você veio parar na minha cama no final. Acho que você já pode tirar suas próprias conclusões — ele explica vagamente e eu assinto. Não precisava ser dito mais nada, a última parte era a que realmente me interessava. — Ou você quer que eu entre em detalhes?

— Não precisa, já escutei tudo que precisava escutar — disse, peguei minha bolsa e sai o mais rápido que pude daquele quarto.

Burra.

Era isso que eu era.

Primeiro que, não era nem para eu ter aceitado esse convite. Enzo era a última pessoa que em que eu deveria confiar nesse mundo, mas eu acabei quebrando minha própria promessa saindo com ele e indo para a cama com ele.

Carina você conseguiu se decepcionar mais uma vez. O que será que falta agora?

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Arrascaeta
21 de outubro de 2019.

Eu me sentia tão feliz.

Pelo menos, por enquanto. Eu estava dando o meu máximo para conseguir me recuperar o mais rápido que posso para o jogo de quarta-feira. Os médicos ficavam com um pé atrás em deixar jogar, mas eu fazia de tudo para eles confiarem em mim e me liberarem.