ten

9.3K 476 101
                                    

Carina

Odeio os dias que eu tenho folga. A maioria das pessoas pensam o contrário de mim, mas é que eu fico sem nada para fazer e eu não gosto disso. Até pensei em ir ao barzinho, porém ter disposição para me arrumar é outra coisa.

No momento eu estava deitada tomando minha taça de vinho e zapeando os canais na procura de algo interessante, mas acabo falhando miseravelmente. Esse seria um resumo de todo o meu dia de hoje.

Quando finalmente tinha achado um canal que passava algum filme americano, a campainha toca. Estranho, até porque eu não estava esperando ninguém e o porteiro também não avisou nada. Levanto e vou até a porta, pronta pra dar esporro em quem ousou atrapalhar meu sossego.

Já ia abrindo minha boca, mas parei quando dei de cara com o uruguaio com um sorriso de orelha a orelha e algumas sacolas de restaurante na mão. Fiquei assim por alguns segundos e ele nem me esperou sair da porta e já foi entrando.

— O que você veio fazer aqui? — pergunto indo até ele, que colocava as sacolas em cima da minha mesa.

— Boa noite pra você também, loira — ele diz me dando um selinho. — O meu dia foi ótimo e o seu?

— Não muda de assunto — digo parando na sua frente e cruzando os braços.

— Eu vim passar essa noite com você, eu te falei que amanhã eu viajo com o time — ele explica, puxando meu corpo e colando com o seu.

— Por que você tá aqui mesmo? — pergunto, tentando me concentrar com os beijos que ele deixava em meu pescoço. — Poderia estar curtindo em outro lugar, sabe, com outras mulheres.

— Mas eu quero estar com você — ele diz, agora me encarando — Então, você prefere comer agora ou a gente deixa pra depois?

— Depois.

Avanço em seus lábios e ele prontamente retribui o beijo. Nossas línguas pareciam travar uma batalha, era incrível como nossos lábios se encaixavam perfeitamente. Ele desce as mãos para minhas pernas e me impulsiona, prendendo elas em seu tronco. O uruguaio me leva assim até a sala, me jogando no sofá, rapidamente vindo para cima de mim.

●●●

— Como sabia que eu gostava de comida japonesa?

— Fiz meu dever de casa — ele responde, tomando um pouco de vinho. — Sei muitas coisas de você, cariño.

— Já até sei suas fontes — digo pegando mais um sushi. — Começa com E e termina com Manuelle.

— Não precisa ficar bravinha — ele diz se aproximando e deixando um beijo em meus lábios.

Isso para mim ainda era muito estranho. Depois daquele episódio na casa dos Ribeiro, o clima entre a gente tinha ficado bem melhor. Acabei aceitando um pouco o fato de que aquele uruguaio me atraía e muito.

Não não estávamos namorando, apenas deixávamos acontecer. Se rolasse um clima, nós ficaríamos, esse foi o acordo. Confesso que já tinha me acostumado com todas as mensagens de "bom dia" que ele me mandava. Meu único medo era de acabar me apegando mais do que eu deveria.

Kiss It Better | G. De Arrascaeta Onde histórias criam vida. Descubra agora