Kiss It Better | G. De Arrascaeta

thirty seven - special

Natália & Gabriel

O Flamengo tinha conseguido o tão sonhado bicampeonato na Libertadores. Em jogo muito sofrido, onde Gabriel Barbosa tinha conseguido reverter a situação, logo no final. Foi um jogo muito difícil para os flamenguistas, mas no fim deu tudo certo.

Seria um dia para nunca mais ser esquecido, quantas gerações sonhavam em ver esse momento novamente. Os jogadores então nem precisava comentar, depois de um ano muito intenso no Flamengo, com troca de treinadores, jogadores que saíram e outros que entravam agora, finalmente eles estavam em harmonia. E com o resultado, viraram campeões da América.

E pouco tempo depois, ficaram sabendo que também haviam sido campeões nacionais. Dois títulos importantíssimos em menos de 24 horas. Era para nunca ser esquecido. Assim que chegaram ao Rio, no dia seguinte, foram direto para uma comemoração com a torcida rubro-negra.

Natália estava muito apreensiva, até mesmo quando ainda estava em Lima. Ela não via uma saída para sua situação. Aquilo não poderia estar acontecendo, não agora.

Ela tinha aproveitado que o namorado, estava na comemoração e ligou despeitada para alguém que com certeza a ajudaria.

— Alô — a morena escutou a voz cansada de Carina no outro lado da linha. Provavelmente ela deveria estar dormindo. — Natália? É você?

Acabou acordando de seu transe, ouvindo a voz da amiga.

— Carina — falou com a voz trêmula, não queria chorar no telefone. — Você está ocupada agora?

— Não. Aconteceu algo?

— Não, quer dizer, s-sim — Natália rapidamente enxugou uma lágrima fujona, não poderia se mostrar vulnerável agora. — Você está sozinha? Posso ir até sua casa?

— Okay, agora você me preocupou — respondeu Carina. — Pode vim, eu vou estar te esperando.

Não esperou a loira falar mais nada e já foi desligando a chamada. Pegou as chaves do carro e foi em direção a casa da amiga. Ela sabia que os conselhos da loira a ajudariam a clarear sua mente. Assim que chegou no prédio da amiga, deixou o carro estacionado e foi direto para o elevador.

A demora até chegar ao andar da loira, apenas a deixou mais apreensiva. Respirou fundo algumas vezes. Quando chegou em frente à porta de Carina, tocou a campainha e esperou que ela atendesse.

— Natália, o que está acontecendo? — foi a primeira coisa que ela disse assim que a viu.

Mas a morena acabou desabando quando viu a loira na sua frente. Carina a abraçou afagando suas costas e perguntando o que estava acontecendo, mas Natália não falava nada com nada.

— Deu tudo errado, Carina. Deu tudo errado — ela repetia.

— Tudo errado, o que? — a loira continuava ainda mais confusa. Natália parecia tão bem, ontem. — Você não tá fazendo nenhum sentido.

A morena tentou se recuperar aos poucos, Carina a levou até o seu sofá. Pegou um copo d'água na cozinha e entregou para Natália, em um tentativa de fazê-la se acalmar.

— Se acalmou? Agora você que me contar o que porra está acontecendo?

A morena respirou fundo antes de soltar todo o motivo de seu desespero.

— Eu estou grávida.

Silêncio.

A sala daquele apartamento ficou assim por alguns minutos. Carina levou um bom tempo para assimilar aquelas três palavras proferidas por sua amiga, ela esperava ter ouvido errado, mas a expressão da amiga na sua frente à deixou nervosa.