Kiss It Better | G. De Arrascaeta

twenty three

Carina
28 de setembro de 2019

— Como assim grávida? — Laura não parecia acreditar no que acabou de escutar.

— Assim, Laurinha, não sei se você sabe isso acontece com quem não se protege — disse Natália com um ar sarcástico e Laura lhe mandou o dedo do meio.

— Ela chegou do nada e já veio com essa bomba? — Laura ainda questionava. — Não sei não, essa história ainda não me desce e essa Camila também não.

— Você nem conhece a garota! — disse Manu.

— Você sabe como eu sou desconfiada e a maioria das vezes estou certa — Laura realmente era uma pessoa bem observadora e sensitiva.

— Isso tudo foi antes da gente se conhecer — falei me deitando no sofá de Emanuelle. Viemos assistir o jogo na sua casa. — Quando ele me falou eu custei a acreditar. Faz dois dias que não nos falamos mais.

— Também você expulsou o coitado e nem deixou ele falar direito — retrucou Natália.

— Eu achei certo sua atitude, Carina. Mas já que essa poeira abaixou mais, vocês dois deveriam conversar e resolver como vai ser daqui pra frente — disse Manu e as outras duas concordaram com ela.

— Sim, mas e se ele não quiser me responder? — falei, preocupada. O medo de levar um fora era grande. 

— Você não vai saber se não tentar — Manu tentou me incentivar me estendendo o celular. — Fala com ele, Miller. Tenho certeza que ele vai vir correndo.

Mesmo ponderando eu peguei o celular e fui até a varanda. Cliquei no botão de ligar e comecei a roer as minhas unhas da outra mão, sempre que fico nervosa, eu tenho a mania de roê-las.

Depois de uns cinco toques, Giorgian atendeu. Eu não sabia como reagir, nos primeiros segundos de ligação, apenas de ouviam as nossas respirações e foi quando ouvi sua voz que meu coração acelerou.

— Carina?

— A-ah, oi — ótimo começo Miller. — Você tá podendo falar agora?

— Sim, tenho alguns minutos antes de ir aquecer.

Ele falando assim só me deixava mais nervosa.

— A gente precisar conversar — falei de uma vez. — Você pode ir lá em casa?

— Agora eu posso ir? — falou em um tom seco e carregado de sarcasmo.

Essa doeu. Talvez eu merecesse mesmo.

— Giorgian, por favor, não faz assim — digo, sentindo como se meu coração estivesse amassando. — Eu estou aberta para conversar com você, se quiser ir sabe onde me encontrar.

Desliguei.

Respirei fundo e voltei para a sala, as meninas riam de alguma coisa que a Laura tinha acabado de falar. Assim que me viram voltar, elas sessaram as risadas e ficaram me encarando esperando que eu falasse algo.

Mas apenas lágrimas caíram no meu rosto.

— O que aconteceu? — pergunto Natália, preocupada afagando minhas costas.

— Não sei, ele não me deu uma resposta, foi todo frio comigo — falei, soluçando. — Eu apenas queria ter uma conversa civilizada com ele. Nossa relação não merece terminar desse jeito.

— Amiga, fica calma, respira fundo — Laura tentava me acalmar. — Você sabe que aquele uruguaio é amarradão em você, tenho certeza que ele vai te ouvir.