Summertime - #Pilurre

Capítulo 4: Our new beginning

Purre chegou em casa com um sorriso estranho no rosto – e uma sensação boa que não tinha há tempos. Tomou um banho rápido e ficou deitado em sua cama, apenas pensando na vida. Não havia conversado com nenhum dos amigos depois da aula de literatura, e não sabia se algum deles iria querer ir à festa. Mas tinha certeza de que ele queria. Era estranho como as coisas tinham saído fora do controle, e como isso tinha sido bom. Não lembrava exatamente da última vez em que tinha passado momentos tão agradáveis ao lado de Pilar. Então, interrompendo seus devaneios, o telefone tocou.
- Alô.
- Fala, dude! – Santiago disse animado. – Bora na festa hoje?
- Festa? – Purre tentou manter um tom desentendido na voz – Do colégio?
- E qual mais seria?
- Por quê? – Purre estava feliz por não ter que explicar nada. Aquilo estava saindo melhor que o esperado.
- Porque a Cindy, a líder de torcida gostosa que eu passei a aula de literatura – Santiago riu sozinho – Vai estar lá. Cara, se eu te contar da minha aula você nem acredita...
- AHHHH PEGADOR! – Giménez gritou e Saez riu.
- Ela é muito gostosa, cara. A gente tem que ir.
- Tudo bem, eu vou com você.
- Sério? – Santiago parecia admirado com a resposta – Achei que teria que te subornar pra você vir comigo.
- Opa, eu aceito suborno! – Purre gargalhou.
- Nem vem, você já aceitou de primeira! Agora eu vou ligar pro Simon , o Dani não quis ir... – Santiago fez um barulho estranho com a boca – Aquele bicha. Ele teve uma aula péssima com a Carolina e... Espera aí. Você tava com a Pilar! – Saez percebeu e Purre caiu para trás na cama, derrotado. – Seu humor não está tão ruim.
- Nós não nos matamos. – Purre sorriu para si mesmo.
- Ah, fala sério. Vai dizer que as duas crianças conseguiram passar duas horas sem a ambulância ser chamada? Não creio! – Santiago fez uma voz afetada e Purre riu.
- Nós podemos ser civilizados de vez em quando. – Purre queria parecer indiferente, mas mantinha um sorriso idiota no rosto. Ficou feliz daquela conversa estar sendo via telefone, não queria que Santiago visse sua cara.
- Esse é o tipo de coisa que eu só acredito VENDO. – Saez estava pasmo. – Conta como foi. Anda logo.
- Deixa de ser gay, cara! – Purre riu alto e Saez o acompanhou. – Eu não vou te contar nada. Agora liga logo pro Simon e para de encher meu saco. Eu quero dormir.
- Dormir pra ficar gatinho pra Pili? – Santiago fez uma voz feminina quase perfeita e os dois tiveram um ataque de riso.
- Vai se fuder, Santiago . Passa aqui em casa antes de ir pra festa.
- Fechado. 20h eu to aí.

Santiago desligou o telefone rindo. Não sabia o que havia acontecido, mas tinha certeza que a aula de Purre e Pilar não havia sido normal e estava bastante curioso. Conhecia muito bem seu amigo, e ali tinha coisa. Discou rapidamente para a casa dos Pascual , e logo no segundo toque, Pilar atendeu rindo.
- Alô. – A voz dela estava fraca, mas ela ria alto.
- Pili , é o Santiago . – Ele riu junto – Qual a piada?
- Oi amor! – Pili disse alto e riu de novo – Eu estou assistindo The Big Bang Theory.
- Sua viciada em seriados! – Santiago riu e ela também. – Tudo bem?
- Tudo ótimo e com você amor?
- Também. – Santiago franziu a testa. – Animada pra festa? Eu vou.
- SÉRIO? Que máximo, até que enfim você resolveu dar o ar da graça nos meus discursos micados! – Pili riu verdadeiramente, pensando em seus discursos – Aposto que tem dedo da Cindy.
- Não só o dedo como a Cindy inteira! – Santiago gargalhou.
- TARADO! – Pili fez uma voz indignada e os dois riram em conjunto.
Santiago ia pedir para que ela chamasse Simon quando teve um estalo. Purre não comentaria nada, mas Pili , essa sim, falaria tudo. A curiosidade tomou conta dele novamente. Pilar estava super animada, o que não seria normal depois de algumas horas ao lado de Purre Giménez .
- Pili , sabe quem vai comigo? – Saez jogou verde, mas a garota não entendeu.
- A Cindy, lógico. – Ela disse num tom óbvio e Saez riu.
- Além dela. – Santiago sorria para o própria pergunta.
- Hm... Er... Não sei. – Pili levantou-se do sofá e começou a andar de um lado para o outro. "Como você é ridícula, Pilar . Fique quieta! Pare de agir assim. E daí que deve ser ele? Deixe de ser idiota." Ela pensava, esperando resposta.
- Purre .
- Ah. – Pili soltou um barulho com a boca e um surto de emoções estranhas começou a tomar conta dela. Algo que ela não queria admitir que estivesse sentindo. – Legal. – Ela disse sem animação.
- Foi legal a aula de vocês hoje? – Saez estava quase rindo.
- Epa, aonde você quer chegar Santiago Saez? – Pili rolou os olhos – Você já falou com o Giménez , então devia ter perguntado pra ele e...
- ... ELE NÃO ME DISSE NADA! – Santiago gritou no alto da sua curiosidade e Pili riu.
- Nós não nos matamos.
- Eu acabei de ouvir isso, que merda.
- Ele disse isso?
- Disse.
- Hm. – Pili franziu a testa. Não sabia mais o que falar.
- Não vai me dizer?
- Não tem nada a ser dito.
- Chata.
Pili riu do jeito com que Santiago falava. Os dois conversaram mais um pouco, enquanto ele tentava arrancar dela algum detalhe oculto da aula, sem sucesso. Então ela passou o aparelho para Simon , porque já estava atrasada e tinha que chegar bem cedo para preparar algumas coisas que estavam faltando na festa.