Capítulo 14: She's slipping away

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Narrado por Pilar —

- Você não vai pra lugar nenhum vestida assim! - Purre quase gritou, e eu bufei, tentando me controlar ao máximo para não voar em seu pescoço e matá-lo estrangulado.
- Quem diabos você pensa que é pra falar assim comigo, Giménez ? - Gritei – Eu vou vestida com a roupa que EU quiser!
- Não vai porra nenhuma! Você é minha namo...
Purre parou de berrar no meio da frase.
E de repente um silêncio cortante tomou conta do quarto.
Eu poderia ouvir uma agulha caindo no chão, tenha certeza disso.
- Você não vai assim. - Ele gaguejou.
- O que você disse?
- Que você não vai assim. - Ele coçou a nuca, desconfortável. - Foi isso que eu disse.
- O que você disse ANTES, Purre ?
Então a porta abriu, e Dani colocou a cabeça para dentro, assustado.
- Vocês estão brigando? - Ele perguntou inocentemente. Bufei.
- Se manda daqui, Dani. - Purre disse sem olhá-lo. Então eu me virei para a porta.
- Rosado , o que há de errado com esse vestido? - Perguntei repentinamente e ouvi o riso sarcástico de Purre .
- Você não tá fazendo isso... - Ele murmurou.
- Cala a boca, docinho. - Olhei de soslaio, nervosa. Dani pareceu querer sair correndo dali.
- Na-nada. - Ele gaguejou.
- Você pode melhor do que isso, Dani. - Incentivei – Estou feia?
- Ei, eu nunca disse que você estava... - Purre interrompeu, mas eu logo gritei.
- EU NÃO ESTOU FALANDO COM VOCÊ! - Respirei fundo. - Dani.
- Claro que não, Pili . Você está muito bonita... - Dani dizia sem graça, pelo olhar de Purre sobre ele. Continuei o encarando, esperando que continuasse.
- Vai, Dani. Fala! - Purre se intrometeu – Pode falar que ela tá gostosa pra caralho! É o que todos os bêbados daquela porra de boate vão dizer mesmo!
Respirei fundo.
- Dani, sai. - Dessa vez eu quem disse. Ouvi a porta encostar – Você não confia em mim? - Perguntei repentinamente, e Purre me encarou nos olhos.
- O quê?
- Você não confia em mim, Purre ? - Repeti, e ele gaguejou.
- Não é isso, é só que...
- É só que você não confia em mim. - Continuei, sentindo meu coração apertar – Porque se confiasse, não se importaria com o tamanho do meu vestido. Em momento algum eu reclamei do seu excesso de perfume que vai fazer todas as francesas virarem a cabeça pra te olhar, reclamei? - Gritei.
- O que há de errado com o meu perfume? - Purre berrou.
- O que há de errado com VOCÊ? - Gritei de volta – Quer saber, eu não quero mais sair com você. Eu vou sair com as minhas amigas!
- Ótimo, é um favor que você me faz! - Purre me encarou, sarcástico – Agora toma cuidado pra não se arrepender disso, docinho. - Ele sussurrou perto de meu ouvido – As francesas podem realmente gostar do meu perfume.
- Que morram asfixiadas! Todas elas. - Ri, sarcástica – E que levem você junto. Babaca.
Peguei minha bolsa e abri a porta.
- Insuportável... - Purre murmurou e eu bati a porta, o deixando sozinho com a merda da insegurança dele.
E com o inferno daquele perfume delicioso que ele estava usando.
Que morresse por asfixia de 212 MEN. Eu realmente não estou ligando.

- Vocês são tão idiotas que me dá até vontade de rir! - Majo disse, de fato rindo da minha desgraça, enquanto bebia seu Martíni. Virei uma tequila de vez, enquanto Rena sentava ao meu lado.
- Fala sério, Pili . Acho até bonitinho esse ciúme do Giménez . - Renata sorriu – Isso prova que ele gosta de você.
- Isso prova que ele é um babaca inseguro que não confia na própria namo... - Parei no meio da frase, assim como Giménez tinha feito antes. Aquela briga idiota tinha me feito esquecer dessa parte. As três me encaravam, com os olhos arregalados.
- Vocês estão namorando? - Carolina perguntou interessada, e eu olhei para baixo.
- Não. Não que eu saiba... Isso foi modo de dizer, que saco! - Respondi e Caro arqueou uma sobrancelha.
- Calminha, gata! Não tá mais aqui quem falou!
Suspirei.
- Desculpa, amiga. Estou meio estressada, não devia ter descontado em você.
Disse rapidamente, antes que ela viesse com sentimentalismos pro meu lado. Se Caro fosse homem, com certeza seria gay. Então um cara realmente bonito sentou ao meu lado no balcão. Ele parecia um modelo de cuecas da Calvin Klein ou algo do tipo, e o amigo dele também. Rena se ajeitou na cadeira, o que me deu uma vontade leve de rir.
- Duas cervejas. - O loiro disse com sua voz ainda mais sexy, e Carolina olhava para ele descaradamente.
O barman colocou as cervejas na frente dos dois, e quando aquele que estava ao meu lado foi pegar a sua, esbarrou em mim.
- Desculpe. - Ele abriu um enorme sorriso – Tequila essa hora? Alguém não vai chegar andando em casa hoje... - Ele riu me olhando, e eu tive que acompanhar. Qual é, o cara era realmente gatíssimo.
- Não estou me importando muito em não chegar em casa hoje. - Ri, e Caro me encarou de sobrancelha erguida. Merda. Não é que isso tinha parecido uma cantada?
- Isso é bom. - Ele riu – Ei, estamos indo para uma festa no cais, estão afim de vir junto? Garanto que hoje você não chega em casa, linda!
Olhei para as meninas. Olhei para o par de olhos âmbar em minha frente.
Imagine-o de cueca Calvin Klein.
Confesso que imaginei também que estivesse sem ela.
E então minha mente se desvencilhou dele e parou em Purre . Que tinha agido como um perfeito idiota há menos de duas horas atrás, mas que ainda assim era meu namo-eu-não-consigo-terminar-a-frase.
E inevitavelmente lembrei do seu 212.
E das francesas saidinhas que iriam oferecer um ombro amigo caso ele estivesse deprimido por minha causa. Ou pior! Que iriam aceitar uma festinha particular porque ele está puto com sua namo-ou-sei-lá-o-quê e vai querer se vingar.
Merda. Mil vezes merda.
- Gata? - Ouvi a voz de tele-sex do rapaz e acordei.
- Desculpe. Eu só estava lembrando de... Alguém. Eu preciso ir.
- Que? Mas eu pensei que...
- Deixa ela ir, meu filho! Ela precisa resolver as coisas dela! - Majo disse do nada e Renata riu – Aliás, Pili , vou com você. Não estou muito contente com meu gostosinho solto na pista com o seu docinho irritado.
Dessa vez eu ri de verdade.
- Ei, essa festa parece interessante! - Carolina sorriu para um dos garotos.
É. Ela e Rena estavam perdidas com os saradões CK.
Pobre do Dani e do meu irmão. Não que eles tenham nada, mas...

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