III - Shopping

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Obs: não gosto do filme do gif por inúmeras questões, mas não consegui pensar em outra cena que isso acontecia, precisava ser algo do tipo, então vai esse mesmo. Continuando...

...

Era um sábado. Eu não tinha nada para fazer (o que era um milagre) e resolvi tirar um tempo para mim. Fui ao centro da cidade porque precisava fazer umas compras. Então, eu me arrumei e fui sozinha, aproveitando o prazer da minha própria companhia e com a oportunidade de me mimar com novas roupas. Comprei várias. Como eu morava sozinha, o meu salário dava para pagar tudo o que eu precisava e ainda sobrava uma boa quantia para gastar como eu quisesse. Eu tinha a sorte de dar aula em uma escola que valorizava os professores. Enfim, comprei o que tinha que comprar e fui em direção ao shopping para comer algo. No caminho, adivinha o que aconteceu? Isso mesmo: eu vi a Lauren. Bom, na época eu não sabia o nome dela, mas já falei o nome da minha pessoa antes, então vai ficar assim mesmo.

Voltando, eu sempre ando com certa atenção quando estou no centro. Acho que tenho medo de ser surpreendida, sei lá. Enfim, nesse tempo, olhei para frente e vi ela: aquela mesma mulher que eu tinha visto enquanto caminhava para a escola. Como é possível uma coisa dessa? Nunca pensei que fosse ver ela naquela rua de sempre, imagine no centro da cidade. Pois é. O coração deu aquela acelerada básica, tentei desviar o olhar, mas não consegui. Eu precisava olhar naqueles olhos de novo. Então, respirei fundo e a encarei. Para a minha surpresa, ela me olhou de volta e sorriu discretamente. Sabe sorriso torto? Então, não são todas as pessoas que conseguem fazer isso, mas a Lauren... ela sabia fazer. E como sabia. Eu tive que me esforçar muito para não travar no meio do caminho e atrapalhar a passagem das pessoas.

Eu queria ir atrás dela, perguntar o seu nome, conversar com aquela mulher tão linda e encantadora, mas aquela parte racional gritou mais uma vez e afastou aqueles pensamentos. "O que você está pensando?", eu me perguntei repetidas vezes. Aquelas trocas de olhares com uma pessoa desconhecida estava causando efeitos inexplicáveis em mim. Do nada, vinham pensamentos coloridos com aquela mulher. Porém, as lembranças do passado também vieram à minha mente e eu realmente quis afastar aquele sentimento. Eu já estava conformada que passaria a minha vida sozinha e eu estava bem com isso. Nunca pensei que precisava de alguém. Eu gostava da minha independência, de fazer o que eu queria a hora que eu queria, de não ter que dar satisfação para ninguém. Não me importava de não ter alguém se preocupando comigo. Quer dizer, mais pessoas. Os meus pais já cumpriam essa função e muito bem.

Depois de passar mil pensamentos na minha cabeça naqueles poucos segundos em que encarei aquela mulher, respirei fundo, balancei a cabeça para os lados e fui até a praça de alimentação. Fiz o meu pedido, peguei, sentei em uma mesa e, antes de realmente me concentrar na comida, não acreditei no que vi. Lauren estava no mesmo lugar que eu, mas estava acompanhada. Ela parecia ter acabado de chegar no lugar, pois cumprimentava um grupo de pessoas. Fiquei observando a cena. A conversa parecia descontraída e, mesmo de longe, deu para perceber que Lauren tinha um jeitinho super fofo. Enquanto falava, ela gesticulava com as mãos, sorria, mexia no cabelo. A vontade de conversar com ela só aumentava, mas, mais uma vez, fiquei pensando que tudo era loucura e eu não podia continuar alimentando aquela história que (com certeza) só existia na minha cabeça. De qualquer maneira, ainda era muita coincidência eu encontrar ela em dois lugares diferentes, não é mesmo?

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