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Ela aparentava ser uma pessoa calma mas divertida ao mesmo tempo. 

Consegui ver um sorriso ser formado nos seus lábios enquanto que falava com uma outra rapariga. O seu sorriso era encantador. 

Ela levou a sua mão direita até ao cabelo colocando uma mexa deste que lhe estava a frente dos olhos atrás da orelha. 

Sim, eu pareço um stlaker neste preciso momento. Mas é tão complicado parar de olhar para ela. 

Quando as duas raparigas pararam a frente da porta da sala onde eu iria ter aula, senti um ponta de entusiasmo a nascer dentro de mim. 

Ela é da minha turma, quem diria! 

Isto pareceu-me demasiado cliché, para ser sincero. 

Estava a observar cada traço do seu rosto, desde o seu pequeno nariz até ao castanho dos seus grandes olhos, a maneira como os seus lábios um pouco carnudos se movimentavam cada vez que ela falava. Tudo. 

E foi neste momento em que eu fiquei completamente congelado pois senti dois pares de olhos em cima de mim. 

A rapariga de longos cabelos cor de rosa e a sua suposta amiga estavam a olhar para mim como se eu fosse um extraterrestre, com o seu sobrolho levantado.

Senti as minhas bochechas começarem a aquecer a uma velocidade incrivelmente rápida e acabei por desviar o olhar, fixando a minha atenção no padrão de azulejos da parede atrás delas. 

Reparo num rapaz baixinho que esta encostado a parede à minha frente. Este olhava para mim com um sorriso de canto nos lábios. 

                        - Novo na escola?- , disse ele quando se apercebeu que eu olhava directamente para ele. 

Não lhe respondi verbalmente apenas assentido com um leve aceno de cabeça.

                - Sou o Quentin. Quentin Harris.- , fez uma pausa como se estivesse à espera  que eu lhe respondesse alguma coisa, - e tu és...- , fez um gesto com a mão em sinal para eu lhe responder.

                        - Luke, Luke Hemmings.- , acabei por lhe responder tentando não carregar no meu sotaque sueco. 

No meio de todas estas mudanças, a coisa que mais me preocupa é o facto de o meu inglês não ser dos melhores e a partir de agora, ele terá de ser a minha língua principal. 

                        - Ok, estou a ver que não és americano. - disse o rapaz baixo e de cabelos escuros que tinha a minha frente.

Voltei a concordar com ele com um aceno de cabeça.

                        - E também estou a ver que não és rapaz de falar muito... - , acabou por acrescentar. 

Eu até que sou rapaz de falar muito e estou a responder-te mentalmente a todas as tuas questões de maneira completa, o problema é que eu tenho medo de errar e de dizer alguma porcaria sem saber, pensei para mim mesmo.

                             - Eu sou Sueco. - , acabei por lhe dizer e notei que ele arregalou os olhos em surpresa. Sabia que ele não devia estar a espera de eu ser de um país tão longínquo, - e estou assim tão calado porque o meu inglês não é muito bom...- , tentei formular a frase da melhor maneira que pude e também tentei não falar inglês com o sotaque sueco por cima se não ele não iria perceber nada do que eu tinha dito. 

Ele sorriu. 

                        - Podes falar a vontade, eu não irei gozar contigo se é disso que tens medo. Para além do mais, tens de praticar o inglês porque agora não tens ninguém para falar sueco contigo.

                        - Pois... - , disse eu ponderando sobre as suas palavras. Ele têm razão. Neste momento não posso falar sueco com ninguém para além dos meus pais.

O famoso sentimento chamado saudade começou a invadir todo o meu ser. 

Várias imagens de quando ainda vivia na Suécia percorrem a minha mente, desde todas as saídas que fazia com o meu grupo de amigo até cada um dos meus professores. 

Como eram divertidas as minhas aulas lá. 

                           - Bem, tenho uma proposta para ti. - , disse o Quentin interrompendo assim os meus pensamentos, - Eu ensino-te inglês e tu ensinas-me sueco. -, notei uma ponta de entusiasmo no seu tom de voz. Algo me diz que, quem sabe, o Quentin seja o meu primeiro amigo cá. 

                                - Por mim pode ser. - , disse eu mostrando-lhe o meu melhor sorriso. 

                        - Olha, ali vêm a nossa professora de História. - , comentou o rapaz apontando discretamente para uma senhora que aparentava ter cerca de 50 anos, com o seu cabelo preto com algumas mexas grisalhas apanhado num coque.

Estava vestida com um vestido que lhe ficava pelos joelhos preto com uma borda feita de renda e trazia na sua mão uma enorme pasta azul escura. 

Quando finalmente parou a frente da sala onde iria ter aula, abriu a sua pasta e tirou de lá de dentro um molho de chaves que provavelmente continha a tal que iria abrir a porta. 

Apressei-me a entrar na sala antes que os alunos se começassem a amontoar fora da porta tentando acabar em poucos segundos as histórias que tinham começado a contar e que não tiveram tempo de as acabar. 

A rapariga de cabelos cor de rosa tomou a mesma decisão que eu pois andou até a porta a um passo apressado. 

Quando eu ia para entrar, fui contra a rapariga sem querer e esta olhou para mim. 

                                - Podes entrar. - , disse ela. Finalmente ouvi a sua voz. Era como uma melodia para os meus ouvidos. A sua voz era um pouco grave e não era metódica. 

Agradeci-lhe mentalmente pelo seu gesto de simpatia e acabei por entrar na sala.

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Olá loves! :) 
Quero agradecer a todas as que leram e votaram! É sempre muito agradável receber feedback positivo!
Espero que tenham gostado deste capitulo apesar de não ter acontecido nada de interessante nele, mas prometo que no próximo já vai haver diálogo entre eles os dois! 

Obrigada, bea. x 

Persephone » l.h.Where stories live. Discover now