Persephone » l.h.

0.5

O toque para saída fez-se ouvir por toda a escola fazendo com que todos os meus colegas começassem a arrumar os seus materiais freneticamente, levantando-se e saindo da sala logo em seguida.

Ali estava eu, nas minhas calmas a arrumar o meu caderno e o livro de inglês dentro da minha mochila quando reparo que Persephone se dirigi-a na minha direção. 

Mordi o meu lábio inferior colocando a pequena argola preta que serve de enfeito entre os meus dentes. Um tique nervoso que tenho.

                                - Olá, Luke. -, disse ela com o seu famoso tímido sorriso nos lábios. Não pude evitar a não sorrir de volta.

                            - Olá. -, respondi eu acabando de fechar a minha mochila, pondo-a aos ombros. 

                          - Hum, eu queria saber se estás disponível para irmos dar uma volta agora visto que já não temos mais aulas hoje... -, falou ela num tom nervoso. Ela baixou o olhar várias vezes olhando para os seus pés. Eu estou em choque. Ela acabou mesmo de me convidar para ir dar uma volta com ela? Isto não pode ser verdade. -, Quer dizer, podíamos ir lanchar e assim eu ajudava-te com o Inglês... -, acrescentou ela falando rapidamente. 

                        - Ok, pode ser. -, disse eu sorrindo-lhe.

                      - Ótimo, podemos ir a uma pastelaria que fica a 5 minutos daqui. -, comentou ela. 

                        - Claro, vou para onde quiseres. -, disse eu. Ela sorriu.

                        - Vamos então? -, perguntou ela. 

Não lhe respondi mais nada e comecei a andar saindo da sala por fim. 

                  - Estás a gostar de cá viver? -, perguntou ela enquanto andávamos até à saída da escola. Os corredores estavam cheios de alunos que também tinham acabado de sair das aulas. Falavam entre si alegremente, trocavam apontamentos, os grupos de amigos começaram a formar-se aos poucos e poucos fazendo com que imensas gargalhadas fossem ouvidas. Resumindo, era um ambiente divertido. 

Provavelmente estão todos felizes por as aulas finalmente terem acabado. 

                            - Sim, não está a ser tão mau como eu pensei que iria ser. -, disse eu olhando para ela. 

                        - Vais gostar de viver cá. -, disse ela com um enorme sorriso nos lábios, - Vou fazer com que gostes de cá estar. -, falou ela timidamente olhando para o chão.

Senti as minhas bochechas começarem a ficar quentes, ou seja, deviam estar a ficar vermelhas. 

Acabamos por sair do recinto escolar e várias pessoas cumprimentaram Persephone, fazendo com que eu me sentisse um pouco excluído. Como sempre. 

Depois de ela ter falado com os seus amigos, eu e Persephone voltamos ao nosso caminho. O silêncio instalou-se entre nós. Um silêncio constrangedor. 

                       - Devias tentar fazer amigos, só te ia ajudar. -, comentou Persephone inclinando um pouco a cabeça para me poder olhar.