13_ FICA LONGE DELA!

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- Que merda cara! Aonde ela foi?? - Walace olhava de um lado para o outro.

- Por que ta tão preocupado?? Ela não é uma criança de 10 anos não! - Bárbara mostrava indignação.

- Pode ir com sua namorada Walace, eu procuro a Carla. - Lary tenta o confortar.

- Você a ajuda? - Ele se vira pra mim.

- Nem pensar! Eu vou é procurar minha gata que já deve estar por aqui. - Viro as costas pra eles e começo a andar pela casa pra procurar a Sofia, ela disse que estaria com um vestido vermelho.

Não demorei muito a encontra-la, ela estava logo ao canto sentada olhando para os lados procurando por alguém, obviamente por mim.

Me aproximei e ela me deu um sorriso.

- Oi gato! - Ela se levanta e me da um beijo na bochecha.

- E ae! Demorei? - Paro em sua frente.

- Um pouco... mas valeu a pena esperar. - A garota morde os lábios.

Me sentei com ela para conversarmos enquanto ela não parava de jogar os cabelos negros o tempo inteiro. Ela era muito gata, atirada, o problema é que ela falava um pouco de mais. Mas isso não me atrapalha, depois de hoje provavelmente não a verei de novo.

Eu e ela conversamos um pouco até começar a tocar uma música que ela disse que conhecia e me puxou para dançar com ela junto dos outros.

Nós estávamos dançando quando notei uma baixinha que parecia muito a Carla conversando com um cara que conheço bem. Ele estava dando uma bebida pra ela e ela parecia com medo de beber.

Que ótimo! Ele está drogando ela.

Olhei para Sofia que estava rebolando na minha frente e pensei se valia a pena deixar essa gata pra " salvar " aquela praga que só sabe atentar minha vida.

... ok... eu vou lá.

- Espera só um minuto Sofia? Eu vou ao banheiro. - Invento uma desculpa e ela me olha sem parar de dançar.

- Tudo bem... mas vê se não demora. - Ela pisca e eu lhe dou um sorriso antes de ir apressado até a Carla.

- Eu não... eu não sei... eu não sei se devo. - Ouvi Carla falar quando me aproximei e só ai notei que ela já havia bebido.

- Ah mas eu moro logo ali.. - O cara falava segurando o braço dela. Ele começou a puxa-la e a Carla tentava se soltar.

- Mas eu... mas eu não quero! - Ela grita com voz de bêbada.

Não pensei duas vezes, o cara estava puxando ela e eu apenas corri até ele e lhe dei um soco no rosto o fazendo cair. Cai em cima dele e continuei batendo nele até dois caras me tirarem de cima dele.

- FICA LONGE DELA! - Grito para o cara que sai com a mão na boca que estava sangrando. Olhei para trás e vi a Carla caída no chão. - Que merda! Carla?? - Bato de leve em seu rosto para ver se ela acordava, demorou um pouco mas ela abriu os olhos e, como sempre, os revirou ao me ver.

- Acho melhor leva-la pra tomar um ar. - Um dos caras que tinham me levantado fala olhando para Carla. Assenti olhando para ele e a levantei. Como ela conseguia ficar de pé, coloquei o braço dela sobre meu ombro e a levei com cuidado pra fora da casa.

- Você tinha que estragar minha noite né? - Falo enquanto a carregava pelo jardim.

- Você estraga minha vida... e nem por isso eu fico falando. - Ela fala com dificuldade.

- Quando Walace souber... - Rio baixo e a levo para o meu carro a colocando sentada no banco de trás com as pernas para fora. - Você tem noção do que ia fazer?? Você sabe quem é aquele cara??

- Um cara legal... ao contrário de você. - Ela faz bico igual criança.

- Cara legal?? Ele te drogou Carla!! Ele é conhecido por fazer isso com meninas e depois leva-las para sua casa.

- E DAI? - Ela grita.

- E dai que ele ia fazer o mesmo com você!

- E POR QUE VOCÊ SE IMPORTA?? - Ela grita me deixando sem ter o que responder.

Nem eu sei porque to me importando tanto com ela, eu deixei a Sofia lá dentro deixando claro que queria algo comigo para ficar tomando conta dela. Por que eu to fazendo isso?? Isso é trabalho do Walace.

- EM??

- EU NÃO SEI! - Grito a assustando. - Eu só não podia deixar ele te fazer mal.

Olho para ela e ela me encara sem dizer nada. Nós estavamos perto, mas não tão perto quanto eu queria. Então dei um passo a frente me abaixando para ficar a altura dela, já que ela estava sentada. Quando estava a poucos centímetros dela ela arregalou os olhos me empurrando em seguida.

- Se afasta! - Ela grita e se levanta cambaleando.

- Aonde vai?

- Vou voltar pra festa. - Ela se vira pra mim.

- Você não ta nem conseguindo andar direito Carla! - Vou até ela. - Volta pro carro.

- Você não manda em mim. - Ela me encara. - Eu to cansada de ficar ouvindo ordens! Vocês não são meus pais e não tem que ficar me protegendo!

Ela fala com lagrimas nos olhos.

Eu não a respondi, sei o quanto ela sofre e sofreu com o Walace e se eu continuar falando com ela como o Walace fala, ela nunca vai me ouvir.

- HUGO?? Eu to te esperando a um tempão! O que ta fazendo aqui fora?? E quem é essa? - Sofia aparece do nada.

- Ai Sofia foi mal... eu tive que...

- Quem é essa piranha? - Sofia encara a Carla.

- Não fala assim dela, ela é só a irmã do meu amigo.

- A irmã do seu amigo que você fez questão de me deixar por ela né??

Euem, eu nem tinha nada com a mina e ela já estava dando piti por causa da Carla??

- Eu deixaria qualquer uma por ela. - Sofia fechou a cara e me mandou um dedão antes de voltar para a casa.

Olhei para a Carla e ela continuou andando, mas, do nada, em vez de ir até a casa ela correu para a piscina e pulou.

- CARLA! - Corro até a piscina, pra variar ela estava se afogando. Pulei e a puxei para cima enquanto ela se debatia. - Para de se mexer, por favor. - Falo o mais calmo possível para ela não se extressar de novo. E por incrível que pareça, ela parou, se segurou no meu pescoço e ficou quieta. - Por que você pulou aqui? Estamos molhados agora.

- Eu gosto de piscina. - Ela fala feito criança.

- Vamos sair daqui antes que você fique gripada. - Pego na cintura dela e a trago para fora da piscina devagar para ela não ter um ataque de novo.

A levei para o carro novamente e dessa vez ela estava mais calma. A deitei no banco de trás e, eu não sei como, mas a garota conseguiu prender o pé em baixo do banco!

- Ta doendo Hugo!! - Ela grita e eu tento tirar o pé dela. Acabei tendo que subir em cima dela para conseguir alcançar seu pé e finalmente o tirar.

- Pronto. - Levanto meu rosto e só ai noto que estávamos bem perto. Meus olhos se dirigiram para seus lábios agora mais atraentes que nunca.

Ela está vulnerável, Hugo, não pode beija-la.

Era tarde. Carla mesmo puxou minha nunca unindo-nos num beijo.

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Continua...
Final alterado como spoiler do livro físico.

O Garoto do Condomínio ㅡ DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora