I'll be waiting...

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Essa fanfic é a segunda parte de um ficstape que lancei no FFOBS há um bom tempo, resolvi continuá-la e postar aqui primeiro, antes de entrar lá no outro site. Vou postar o ficstape aqui (e tá enorme, porque né?! uma fanfic inteira...) e depois começo a postagem logo em seguida. Espero que gostem!

Ah, era um ficstape da Adele, a música é "I'll Be Waiting", do álbum "21".

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"Querida Lou,


Eu não sei como começar a escrever isso sem parecer um idiota sem coração, mas não sei se consigo falar tudo que preciso e da forma como preciso. Sei que um dia você vai me entender (ou não) e talvez possa me perdoar por isso.

Nós acontecemos um na vida do outro de forma certa, mas no momento errado, porque somos imaturos para lidar com tudo isso da forma certa. Não falta amor, mas falta maturidade.

Então, eu quero te propor uma coisa, que vai parecer a coisa mais louca do mundo, mas nesse momento faz muito sentido na minha cabeça: em dez anos, no dia quinze de setembro de dois mil e dezoito, seja lá onde eu estiver ou onde você estiver, a gente vai se encontrar e conversar sobre tudo.

Pelo tamanho e intensidade do amor que eu sinto, sei que será muito difícil alguma coisa mudar em relação a você, mesmo daqui um milhão de anos, mas em dez anos muita coisa pode acontecer. Poderemos estar casados (entre nós ou com outras pessoas), ter filhos, estarmos ricos ou muito pobres, talvez até mesmo mortos.

Eu sei que parece uma ideia muito idiota, que deveríamos fazer isso agora mesmo, mas não acho que a gente tenha maturidade suficiente pra fazer isso dar certo agora, não vamos saber conversar e isso só vai deixar tudo muito pior do que já está.

Nos encontraremos nesse dia e vamos conversar de forma adulta e madura, ver se ainda vamos nos amar da mesma forma, se o carinho ainda será o mesmo e se há alguma chance de fazermos isso dar certo de verdade, se amadurecemos o suficiente para ficarmos juntos de novo ou não.

Eu tenho uma ideia do que quero para o meu futuro e você tem a sua, mas as duas ideias não batem e não têm como caminharem juntas sem que a gente se magoe e destrua o amor que sentimos um pelo outro.

Como não faço ideia de onde estarei, nos encontraremos no seu lugar favorito de Paris (pelo menos o que é favorito agora, se mudar, você vai ter que dar um jeito de me avisar) às cinco e meia da tarde. Não sei se você vai, mas eu estarei te esperando.

Obrigado por tudo, eu amo você e eu sempre vou te amar."



Eu guardava aquela carta há nove anos, onze meses e vinte e nove dias. Quase 120 meses. 520 semanas. 3.651 dias. 87.624 horas, 5.257.440 minutos e 315.446.400 segundos depois de tê-la recebido. Bom, algumas horas, minutos e segundos a mais, se considerarmos o horário do recebimento, mas deu pra entender o que eu quis dizer: é muito tempo.

Em dez anos, eu nunca estive tão nervosa quanto estou agora, dia quatorze de setembro de dois mil e dezoito. Um dia antes do encontro que está marcado desde dois mil e oito.

Em dez anos muita coisa mudou, realmente.

Eu fiz vinte e seis anos, ele fez vinte e sete. Eu deixei de ser a adolescente louca e irresponsável que era e que só pensava em sair com meus amigos para beber, fumar, e me tornei uma adulta responsável, que ainda sai com os amigos para beber e fumar, mas comedidamente, sem precisar passar a noite fora de casa como se o mundo fosse acabar na manhã seguinte e eu precisasse beber tudo que eu encontrasse pela frente.

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