Huit

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- Ele vai surtar e eu vou rir. Grave isso, por favor. – Azpilicueta falou quando deixou Louise perto da entrada da casa de Eden, e Louise deu uma risada, assentindo, mesmo que não fosse mesmo gravar o surto do namorado ao vê-la ali quase vinte dias depois da ida dele à França.

- Você vai ouvir os gritos lá da sua casa.

- Eu espero que não. – o espanhol falou, fazendo uma careta.

- Idiota. – a francesa falou rindo. – Eu não estava falando disso.

- É bom te ter por aqui, Lou, sentimos sua falta.

- Eu também senti falta de vocês. – respondeu dando um rápido abraço no amigo e desceu do carro, pegando suas malas e indo na direção da porta.

Azpilicueta e Louise tinham articulado todo o plano durante a semana: ele e Adriana negariam carona para Eden, alegando que precisavam buscar um familiar no aeroporto, mas levariam Louise, que tinha ido nos camarotes para assistir ao jogo. E até então estava tudo certo. Eden tinha chegado há alguns minutos, provavelmente estava tomando banho, então Louise teria tempo de entrar e fazer uma surpresa.

Deixou as malas num canto do quarto e deitou-se na cama, ouvindo o barulho do chuveiro e uma cantoria desafinada de uma música que, originalmente, deveria ser em espanhol, mas estava sendo cantada em outro idioma. Algo muito diferente do que deveria. Quando o chuveiro foi desligado, Louise estava deitada na cama de Eden, ao lado de Elliot e sentiu um frio no estômago pela expectativa de rever Eden.

Ele tinha feito os dois gols do Chelsea na vitória sobre o West Ham e, conhecendo o namorado, sabia que ele estava muito feliz e animado. Eden saiu do banheiro cantarolando a tal música em espanhol sem prestar atenção à sua cama, ocupado demais em enxugar os cabelos e dançar de um jeito cômico e pouco condizente com a música.

- Ainda bem que você é jogador de futebol e não cantor, porque você morreria de fome se dependesse disso. – Louise falou, fazendo Eden se assustar.

- De onde você surgiu?

- De Lille. E você? – brincou, levantando-se da cama e indo até Eden, o abraçando sem demora. – Senti sua falta.

- Eu também senti a sua, mon amour, mas... como você entrou?

- Caso você tenha esquecido, eu tenho a chave dessa casa. E pra chegar até aqui, eu ganhei uma caroninha dos Azpilicueta.

- Ah, claro que eles estão envolvidos nisso. – Eden deu uma risada, envolvendo a cintura de Louise com os braços. – Chegou agora?

- Bem antes do jogo, inclusive parabéns pela excelente atuação e pelos dois gols, vocês foram muito bem hoje. – Louise sorriu, olhando nos olhos de Eden. – Adri me buscou no aeroporto e nós fomos pro jogo nos camarotes.

- Podia ter me dito.

- Se eu tivesse dito não seria surpresa. – falou em tom óbvio.

- Você fica até quando?

- Não posso ficar muito, preciso trabalhar. Ana falou que segura as pontas até sexta-feira, então fico até domingo.

- Só isso? – Eden resmungou. – Tudo bem, posso aceitar e viver bem com isso.

- Infelizmente são poucos dias, mon petit, mas serão dias proveitosos.

- Nem acredito que você está aqui. – Eden sorriu, enfiando o nariz nos cabelos de Louise e aspirando o cheiro gostoso do shampoo dela.

- Vim pra matar o que estava me matando. – Louise sorriu. – Agora, se você puder tirar essa toalha e resolver esse problema, ficarei agradecida.

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