O COMEÇO DO FIM

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BRUNA


- Bruna?!
- Vítor, num é?
- Tenho novidades.
- O quê? Luan já está desesperado.
- Rita está viajando em direção a uma cidade bem pequena que faz fronteira com o Canada. Vou hoje mesmo pra lá. Diga a Luan para ficar aqui. Tudo indica que isso vai chegar ao fim. E ele vai ter a família dele de volta.
- Como sabe?
- Não posso contar tudo. Mas é um lugar muito pequeno, sem testemunhas, o pessoal dela e o meu vão trabalhar livremente sem medo de serem descobertos.
- Tá falando que... vai matar ela?
- O quanto menos você souber melhor.
- E a Bianca? Ela está lá?
- Acredito que sim. Rita deve ter descoberto o paradeiro dela.
- Protege ela e as crianças. Luan disse que o alvo de Rita é Breno.

- Não se preocupe.

Liguei para Luan marcando um encontro urgente, disse tudo, deixando ele bem preocupado.
- Eu também vou.
- Ficou louco? Deixa ele trabalhar com a equipe dele.
- Não sei quantos fazem parte da equipe da Rita, mas do Vítor não chega a 5 pessoas. Eles estão em desvantagem.
- Eles são treinados, você só vai atrapalhar, ser mais um pra ele cuidar.
- Bruna não posso ficar aqui de braços cruzados.
- E vai pra onde se nem sabe que cidade é essa.
- Eu acho que sei sim. Bianca sempre falava de umas cidadezinhas que ela veio fazer uma coleta de dados há anos. Deve ser uma dessas.
Me arrependo de ter contado. Agora só posso rezar, porque ninguém segura o Luan.

LUAN
Eu tinha razão com relação a cidade e acabo encontrando Vítor no caminho.
- Aonde pensa que vai?
- Você até pode tentar, mas não vai me impedir de estar com minha família, proteger eles.
- Proteger? Como vai protege-los? Protege mais ficando longe. Lá só vai atrapalhar.
- A gente tá perdendo tempo
Vítor viu que a única coisa que me faria não ir seria me prender ali mesmo, mas não podia fazer isso, então tentou me instruir.
- Assim que chegar lá pego minha família e escondo todos e você faz sua parte.
- Espero que seja tão fácil como imagina.

BIANCA
Eu brincava de pega-pega com Nick e Breno, Nick se afastou um pouco e eu coloquei Breno no colo e corri atrás dela. Ela num segundo sumiu e eu fiquei desesperada.
- Niiiiick... Nick, por favor aparece, é pega-pega e não esconde-esconde.
Mas ela não respondia. Ou eu estava muito traumatizada ou estava tudo muito estranho. Meu coração batia desesperado, eu sentia as lágrimas inundarem meus olhos, minhas pernas trêmulas corriam meio sem direção.
Gritei com minha alma.
- NIIIIIIIIICK!
Escutei risadinhas e meus sentidos começaram a responder normalmente.
- Meu amor, aparece. Por favor.
Ela sai de trás de uma árvore e rir. Coloco Breno no chão e chamo Nick, espero de braços abertos, foi muito rápido, ela veio correndo e eu só queria sentir que estava tudo bem. Quando a tenho em meus braços, fecho os olhos aliviada e quando abro vejo Breno se distanciar.

Corri pra pegá-lo, achei que tinha visto algum animalzinho que chamou a atenção dele, mas não. Alguém foi mais rápida que eu e meu chão sumiu.
- Solta ele.
Ela riu com ar de vitória.
- Nick cola em mim.
Nick abraça minha cintura.
- Rita me dá o Breno.
- Só estou matando a saudade do meu filhinho. Vamos passear Breno?
- Não.
- Você é apenas uma pessoa que ele gosta, mas eu sou a mamãe dele.
Ela começou com aquele joguinho emocional. Eu não sabia se ela estava só ali. Só sei que eu estava só com duas crianças.
- Mamãe não deixa Breno com ela.
- Não se preocupa, meu bem.
Rita dar as costas e sai com ele.
- Breninho, vem pra mamãe.
Mas ele nem ligou pra mim. Ela tinha razão em uma coisa, ele ainda tinha memória que ela era a mãe dele. Ele sorria feliz no colo dela para o meu desespero.
- E agora?
- Vamos atrás deles. A gente vai pegar Breno. Amor, não solta da minha mão por nada.
Cheguei perto e pensei puxar Breno do colo dela, mas tive medo dela machucar ele e eu traumatizá-lo. Mesmo assim estendi os braços e Nick me puxou.
- Olha mamãe.
Tinha dois homens a postos prontos a fazer algo contra mim.
- Diz adeus a Nick, Breninho.
Ele ainda da tchau.
- Naaaaão.
Fiquei sem saber o que fazer. Ela vai e eu a perco de vista, os homens somem também e eu fico a chorar, abraçando a Nick. Quando escuto aquela voz que sempre me acalmava.
- Bianca! Nick!
Nick se solta de mim e corre pra Luan.
- Tá bem? Cadê seu irmão?
- Ela levou ele, tinham dois homens, mamãe não pode fazer nada.
Luan foi até mim, se abaixou e me abraçou.
- Pensei que tivesse cuidado dela.
- Tentei. Amor, as coisas não aconteceram como você imagina.
- Isso não importa agora. Agora, só quero meu filho.
- Luan tira a Nick e a Bianca daqui. A gente cuida dela e do Breno. – Vitor fala se aproximando.
- O quê? Cês tão juntos?
- Depois explico. Tira elas daqui agora.
- Mas...
- Eu não vou deixar ela com Breno.
- Mas vocês aqui não ajudam. E Nick tá em perigo. Vão por ela.
Eu olho pra Luan sem saber o que dizer.
- Vem, amor.
Luan me coloca num carro e manda eu ir com um agente.
- E você?
- Eu vou ajudar o Vítor. Eu volto pra casa com nosso filho.
Ele me deu um beijo de despedida. Não era aquele beijo doce como de costume. Era salgado por causa de nossas lágrimas.
Mesmo inconformada, eu segui com o agente.

O GUARDIÃO DE CORAÇÕESOnde histórias criam vida. Descubra agora