FIM

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Um mês tinha se passado, estávamos em casa, agora tudo era mais tranquilo. Não nos desgrudávamos mais.

- Estava pensando, se já não é hora de falar com Vítor, apresentá-lo a Nick. – Falei para Luan.

- Eu estava pensando nisso, mas...

- O que foi?

- Será que isso é seguro pra Nick?

- Por que não?

- A gente não sabe ainda como ficou Rita. Ela ainda pode tramar algo.

- A gente fala com Vítor primeiro.

Preparei meu emocional para reencontrá-lo. Ele estava bem, mas frio, eu não entendi isso.

- Primeiro obrigada por tudo. Luan me falou de Clara, nunca pude imaginar, deve ter sido anos de sofrimento.

- Passado, aprendi a superar.

- Mas ainda há tempo de viver em família, Nick está aí e iria amar ganhar um avô, na verdade viemos pra falar disso.

- A minha escolha de não ter família é pra sempre.

- Mas...

- Você nunca vai entender? Não correu riscos suficientes?

- Pensei que...

- Não pense. Me esqueça.

- Por causa da Rita?

- O mundo não é feito de amor e amizade, é feito de ganancia, favores e chantagens e por isso a gente nunca tá seguro.

- Tá me assustando.

- Não vai acontecer nada com sua família, eu te prometi cuidar do Luan e prometi ao Luan cuidar de você, já é demais pra mim.

- Desculpa, não quero te sobrecarregar. Não achei que seria assim. Pensei que fosse gostar.

- Vamos embora. Obrigado por tudo Vítor, quando precisar de qualquer coisa sabe onde encontrar a gente, mas se preferir, adeus. – Luan se pronunciou tentando acabar a conversa.

- Adeus.

- Espera, não pode terminar tudo assim. Você me deixou preocupada.

- Já falei, não precisa.

- Posso ao menos te abraçar?

Ele ficou em silêncio, eu entendi como um sim, senti que apesar de transparecer frieza seu coração disparava e sua mão era um pouco trêmula.

- Não se preocupa, mor. – Luan fala me levando embora.

- Como não? Algo tá acontecendo. Sabe de alguma coisa?

- Não. Ele não falaria nada pra mim, sabe que eu contaria pra você. Mas acho que ele está querendo nos proteger.

- E ficar longe ajuda?

- Tomara que sim.

***

O sol iluminava o sorriso de Breno que tentava fazer um castelo de areia. Aquela areia tão branquinha e o mar azul transparente me fazia sentir no paraíso. Luan e Nick não queriam sair da agua. Minha pequena sereia estava encantada.

Eu tinha um olho no Breno e outro em Nick e Luan, mas me distraia vendo aquela paisagem, tinham poucos turistas, mas um me chamou atenção. Eu fiquei vidrada nele até Luan chegar quebrando minha atenção.

- Tô morto de fome.

- Era de se imaginar.

- Também tô com fome, mamãe.

O GUARDIÃO DE CORAÇÕESOnde histórias criam vida. Descubra agora