O PESADELO CONTINUA

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Nick tinha um brilho no olhar como se tivesse ganho o melhor dos melhores presentes do Papai Noel e tinha, ver a gente junto e felizes era o que ela mais queria.
- Vocês trouxeram o maior presente – Dona Mari falou ao nos receber de braços abertos.
- Tô tão feliz – Luan falava querendo contagiar todos.
- Obrigada por tudo dona Mari.
- Nunca esqueçam de escutar o coração.
Não pensamos em nada, só aproveitamos a família.
Quando voltamos pra casa Nick ficou encantada, Luan tinha reformado o quarto dela também.
Mas tinha coisas pendentes.
- Anda pensativa. Tá com medo?
- Ela tá muito quieta. Tenho umas coisas entaladas aqui.
- Esquece tudo, mor. Já sabe com quem falar do governo?
- Acho que sim. Vem comigo?
- Depois desses shows, eu tiro uns dias de férias.
- Não. Não dá pra esperar. Eu vou amanhã mesmo.
Nem foi preciso. Recebi um recado 


TOME CUIDADO, NÃO CONFIE EM NINGUÉM, JÁ DÊ POR SATISFEITA ESTAR VIVA

- Quem mandou isso? – Luan falou assustado.
- Alguém que quer me aterrorizar.

Pior, alguém que está escutando tudo que a gente conversa.

Escrevi pra que ninguém pudesse escutar.
E nos comunicamos assim até sair de casa.
- E agora? – Luan se sentiu perdido.
- Tem que contratar uma equipe de segurança que faça uma revista geral lá em casa.
- Não quero que fique só, nem um minuto.
- Temos que ficar de olhos nos meninos também.
Viajamos com Luan para os shows, uma equipe veio com a gente e outra ficou revirando nossa casa. Quando voltamos me senti mais segura. Luan saiu para trabalhar, Maia foi levar Nick na escola e eu fiquei com Breno.

Resolvi ir na pracinha e não acreditei quem vi por lá.
- Rita!
Fui com fúria atrás dela.
- Amiga que bom, você está bem.
- Como é cínica.
- Do que está falando?
- Eu sei de tudo.
Breno a reconheceu e quis ir pra ela e ela veio pegá-lo.
- Não amor. Vamos tomar um sorvete.
Me segurei por causa de Breno, Maia foi chegando e pedi para ela segurar ele. Ficar longe pra ele não querer Rita, mas perto suficiente pra eu ficar de olho.
- Agora é só nos duas.
- Por que me afasta dele? Nunca quis pegar seu lugar. Sou sua amiga.
- E que amiga!
- Luan te falou sobre nós?
- A gente não tem segredo.
- Eu não queria, mas me apaixonei e nos dois ali carentes, cedemos, ele é tão romântico, só dei o melhor de mim pra sua família.
Era mesmo preciso escutar aquilo?
- Eu sei que vocês ficaram mal por minha causa, mas ele te ama, fui apenas um preenchimento no momento difícil.
- Para. Você está pintando pra mim uma cena que não aconteceu, você me enganou, seduziu ele e minha família. Mas agora eu quero a verdade. Como você conseguiu isso?
- O quê?
Eu estava me segurando por estar na frente de todos.
- Vem, vamos lá pra casa.
- O quê? Agora me quer na sua casa.
- Você não me escapa.
Peguei no braço dela e puxei na direção lá de casa. Maia ficou tensa e ligou pra Luan prevendo que o pior estava por vir.
Rita se fazia de inocente e foi meio choramingando, aquilo só aumentava mais minha raiva.
- Maia leva Breno para o quarto e não sai de lá por nada.
- Tudo bem.
- Rita, você não me engana mais, esse teatrinho não me convence, só me diz por que e como conseguiu isso.
- Você tá louca. Foi esse tempo fora.
- Não vai falar, né, mas tá vendo essa casa, essa família, fique longe.
- Você disse que falou tudo para o Luan. Que não tem segredos. Contou a ele como conseguiu sair de lá? O que teve que fazer? A justiça até poderia te absolver mas e Luan iria te perdoar? Confiar em você? Deixar os filhos dele com uma vadia assassina.
Dei um tapa que fez ela cair. Subi em cima dela e peguei em seu pescoço.
- Você não merece viver. Pode contar quantas mentiras quiser ele nunca vai acreditar em você.
- Se fosse mentira não ficaria assim.
- Você sabe bem minha raiva.
Ela riu em tom de deboche.
- Mostrando sua verdadeira face, né?
- Então foi assim, você vendeu seu corpo e sujou suas mãos. Eu não sou você.
Nessa hora Luan chegou. Ela começou a chorar e suplicar pra eu parar. Eu nem tinha feito nada demais. Pensei que ele fosse se assustar com minha atitude, mas ele me apoiou.
- Não vai fazer nada?
- Ela está fazendo o que não posso fazer, bem que eu queria quebrar sua cara.
Dei mais uma tapa e pedi para os seguranças tirarem ela dali. Ela merecia mais, mas não era da minha personalidade fazer aquilo.
- Está bem?
- Se prepara que ela agora vem com gosto.
Ela saiu daqui com tanta raiva...
- Por que está falando isso?
- Ela não quis confessar, mas quis me ameaçar dizendo que eu teria matado alguém e feito outras coisas para me soltarem. Mas eu não fiz nada disso. Ela sim pode ter feito algo do tipo para conseguir algo com pessoas da alta assim.
- A gente precisa manter ela longe.
Foi muito bom ter Luan ali me apoiando. Depois disso tudo lembrei de alguém que poderia confiar. Era um homem muito sensato que trabalhou onde trabalhei, ele saiu logo quando entrei, mas me ajudou bastante e deixou seu contato.
- Luan. Já sei com quem falar, mas não sei ainda qual vai ser a reação dele. Eu prefiro ir só.
- Tem certeza?

O GUARDIÃO DE CORAÇÕESOnde histórias criam vida. Descubra agora