Memórias De Um Demônio

Últimas Palavras

- Certo, eu me rendo!

- Achei que você fosse tornar as coisas mais interessantes Jake, que decepção.

Você aí! Prenda as mãos e asas dele.
Endri ordena a um dos caçadores, logo após estar imobilizado, sem esboçar resistência, é preso a mais cinco correntes, cada uma presa a um caçador.

-Vamos voltar.

Endri diz alçando voo em direção ao reino.

*

Dalila caminha até a biblioteca, já que está afastada por conta de suas lesões, a melhor opção é ler pra passar o tempo, ao entrar, o lugar repleto de crianças e uma monitora contando histórias.

- À aproximadamente 16 eclipses atrás, os reinos enfrentavam uma guerra extremamente sangrenta, infernais e celestiais eram perdidos em batalhas diariamente.

Diz a monitoria aos pequenos.

-O que são Celestiais professora?

Pergunta uma garotinha.

-Os celestiais são pessoas que vivem do outro lado dos limites do nosso reino, desde sempre o mundo foi dividido em dois lados, o infernal e o celestial, o lado celestial é regido pelas energias vindas do reino dos céus, onde vivem os deuses deles.

Dalila logo avista um livro no alto da estante, que chama a atenção, escrito a mais de 39.000 eclipses, 369.000 eclipses após no nascimento do primeiro cavaleiro infernal. O eclipse que a grande guerra começou.
Dalila apanha o livro, se senta e então passa a folear as páginas.

-Vou levar o resto do dia pra terminar, não é divertido como matar porém já é algo pra fazer.

*

O esquadrão se aproxima do reino, os sentinelas abrem passagem a Endri e logo mais guerreiros fazem sua escolta até o Palácio.

Jake não sabe o que esperar, talvez descobrisse qual a sua acusação, eles pousam e para sua surpresa, as portas abertas e vossa majestade em seu trono apenas aguardando a sua chegada, os guardas do rei apontam suas lanças na direção de Jake, o esquadrão adentra o local e curvam suas cabeças.

-Serão bem recompensados por isso, por agora estão dispensados.

O rei faz um sinal com a mão e o esquadrão se retira.

Jake encara vossa majestade nos olhos, sentindo o olhar penetrante daqueles pontos brancos.

-Você tem sorte do carcereiro ter sobrevivido
.
Vossa majestade diz tranquilamente, mas Jake podia jurar que havia matado o carcereiro aquela noite.

-Só não pense que isso ira mudar a sua sorte, afinal você é uma ameaça para o tratado e para a paz deste reino.

Jake permanece calado encarando, ele parece tranquilo.

-Guardas! Levem-no a guilhotina!

-Imediatamente senhor!

*

-Ele vai morrer.

Dalila ouve atrás dela.

-Endri!? A quanto tempo está aí?

-Deixa de ser curiosa e vamos, a execução do traídor é daqui 30 minutos.

Ele diz e vira as costas.

Dalila se surpreende ao mesmo tempo em que se sente frustrada por ter falhado, ela joga o livro em sua bolsa e segue rumo a praça de execução.

*

Lá estava, Jake de pé, completamente preso às correntes e vendado, ele ouve a multidão conversando, não sabia se estava ouvindo direito mas pode jurar que há vozes de crianças.

Vossa majestade surge e o local é tomado pelo silêncio, uma voz alta anuncia.

- Pelos crimes de traição, deserção e atentado contra a capital, o recém formado na academia, conhecido como Jake pagará pelos seus crimes com a própria vida, e que isso sirva de lição e exemplo aos demais presentes aqui, é preferível morrer do que sucumbir a deslealdade.

Jake! Dê um passo a frente!
Ele obedece.

-Últimas palavras?

Jake permanece em silêncio, os guerreiros prendem seu pescoço a guilhotina, ele ouve o click da alavanca, o som da lâmina caindo.