Capítulo 6

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Capítulo

Não revisado



Otávio

Cheguei ao hotel após o almoço, meus pais já estavam com tudo arrumado para voltarmos para casa. Tomei um banho e seguimos para garagem do hotel para pegar o meu carro.

A viagem de volta foi tranquila, meu pai veio sentado do meu lado, enquanto minha mãe ficou no banco de trás. Estava concentrado na estrada, não conversando muito com meu pai, o que é de se estranhar, mas o meu silencio vinha também por estar pensando na morena que deixei na praia. Juliana não me deu espaço para me desculpar, mas não foi indelicada, me tratou como alguém que acabou de conhecer, o que é uma verdade, por que o cara que estava ali era totalmente diferente do cara da festa. Não sei o que mudou e nem quando, só sei que me incomodava o que aconteceu na noite anterior, não o tapa que levei, mas o modo que a tratei.

Chegamos ao sítio já passando das 22h, estava cansado, mesmo trocando com meu pai a direção do carro. Fui direto para o meu quarto, queria ficar sozinho para analisar esse fim de semana.

Mas ficar sozinho em casa é uma tarefa difícil, principalmente depois de passar praticamente toda a viagem em silencio.

Meu pai bate na porta que estava entreaberta e entra sem muita cerimonia.

— Posso saber o que está acontecendo? – Ele faz uma cara estranhando o fato de eu estar sentado na minha cadeira de descanso que fica próxima à janela.

— Pai, como você soube que estava apaixonado pela mãe? – Ele sorriu e sentou na minha cama e vi o brilho nos olhos do meu pai.

— Era um domingo como outro qualquer, ir à missa com meus pais e sua tia Berta, que Deus a tenha, era a rotina da maioria dos agricultores da região. Todos se encontravam na igreja para agradecer a semana de produção e até mesmo as perdas, pois eram com elas que muitas das vezes aprendíamos a melhorar ... e foi em um desses domingos que vi a menina mais linda e envergonhada...

— Minha mãe envergonhada? Ela manda em todo mundo. – Meu pai ri com gosto.

— Mas naquele tempo ela só tinha 16 anos e o seu avô que já era um homem de idade e viúvo, mantinha sua mãe sempre por perto. Ela era como um bichinho assustado, que me encantou ... o seu olhar perdido, procurando foco para estabilizar e quando ele encontrou o meu, ah ... foi como se o mundo parasse.

Nunca vi o meu pai daquele jeito, sempre presenciei o carinho dos dois, mas não tinha a dimensão desse sentimento. Ele sempre contava como se conheceram, mas de uma maneira divertida, não com tanto sentimento.

— E foi aí que soube que a amava?

— Não.

— Não?

— Filho, sei que você está passando por uma situação inusitada para o seu modo de vida. Você sempre teve uma vida em relação às mulheres, posso dizer, desregrada, respeitei o seu jeito por saber que nunca prejudicou nenhuma das moças que já esteve em seus braços. Sou homem e também sei o que se passa aqui na cidade, a sua fama de garanhão, o que todas querem, não é novidade para mim. Mas também já lhe disse que o dia que encontrasse uma mulher que mexesse com você, tudo que viveu, não te serviria de nada.

Estava de cabeça baixa ouvindo o que meu pai dizia e estava me deixando mais confuso.

— Mas pai, não me respondeu, foi naquele primeiro dia que o senhor sentiu que amava a minha mãe?

— Não, ali foi o começo. O amor não é fácil, tem que conquistar, tem que conseguir o respeito, a confiança, ser o amigo o companheiro para todos os momentos, momentos esses que por muitas vezes e por perdas, tristezas, lutas que se não temos todos esses sentimentos juntos, não conseguimos superar para aproveitar os momentos felizes. O amor conquistado, cuidado e respeitado, ensina, supera e uni por toda vida.

— Eu acho que brinquei com a pessoa errada e, não estou sabendo como lidar com isso, pai.

— Não sei quem é essa mulher, mas já gosto dela. – Ele ri e vem para perto de mim, coloca a mão em minha cabeça, me fazendo olhar para ele. — Conquiste, consiga o respeito e a confiança dela, seja o amigo que ela precisa e na convivência você saberá o que sente por ela. Mas o mais importante, quando realmente souber o que sente, demostre e fale, não espere.

— Obrigado pai!

— Descansa Otávio, quando o sol nascer trazendo um novo dia, você vai ver que tudo vai se resolver, só tenha paciência e o que precisar, estarei aqui, sempre.

Dei um abraço no meu pai e o levei até a porta, lhe dando boa noite e esperando que a minha também seja.

Dormi melhor do que esperava e acordei com disposição, não perdendo tempo para ir ao escritório da fazenda, a conversa que tive com meu pai me fez perceber que teria que mudar, não mudar a minha personalidade, mas meu modo de agir, por que talvez ... talvez não ... eu quero muito aquela morena, Juliana, esse nome não sai dos meus pensamentos.

Já na minha sala, verifiquei na minha agenda e vi que ainda tinha uns 15 minutos antes da chegada de um cliente. Terei tempo suficiente para montar uma estratégia para consertar e conquistar Juliana.

E assim fiz;

Primeiro: Fazer de tudo para conseguir que ela me perdoe pelas minhas palavras, por que tenho certeza que a magoei.

Segundo: Respeita-la e ter o respeito dela, mostrar que eu sou melhor do que fui na noite do casamento. Inclusive ter Dona Aurora do meu lado.

Terceiro: Ser o melhor amigo, aquele que vai estar sempre disponível quando ela precisar. Mostrar o que sinto e que a quero como minha, em todos os sentidos.

Quarto: Tê-la ...

Feito. Agora só depende de mim, não vou desistir, a não ser que ela não tenha nenhum sentimento por mim, mas se não tentar, não vou saber.

Me aguarde Juliana, você vai ser minha....



Boa noite!!

Me desculpe não postar ontem, mas foi a festinha de aniversário do meu neto. Como avó babona, me enrolo toda rsrs..

Então!!

O nosso moreno lindo teve que montar estratégicas para conquistar a Juliana, será que dará certo??

E que lindo a conversa de pai e filho!!

Votem...comentem!!

Preciso de vocês.

Beijos!!

Em Seu Coração (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora