Zero

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Chaeyong mordia os lábios enquanto brincava com seus dedos discretamente. Ajeitou a gravata em seu terno azul e olhou novamente para a grande porta no fim do corredor.

O grande dia de seu casamento finalmente havia chegado. Faziam meses que ela e Mina preparavam tudo com todo cuidado.

Mina estava dez minutos atrasada, isso deixava a coreana com um sentimento ruim em seu coração.

Viu a mãe de sua amada atender uma ligação e fechar a cara, desligou o telefone e susurrou algo no ouvido do marido. Ficou preocupada quando os viu andando apressadamente em sua direção.

ㅡ Mina sofreu um acidente ㅡ essas palavras saíram da boca de sua sogra, acertando em cheio seu coração.

Son não ouviu mais nada depois disso, sua visão ficou turva. Não sentia mais suas pernas nem outra parte de seu corpo, ficou estática no mesmo lugar.

Sentiu-se caindo em um buraco que, cada vez que caía, sua luz sumia aos poucos. Não podia perder Mina, não, de jeito nenhum. Tinham tantos planos, tantas metas.

Acordou de seus devaneios ao sentir a mão pesada do sr.Myoui em seu ombro. O mais velho disse em qual hospital sua filha estava ㅡ pelo menos foi a única coisa que Chaeyoung ouviu.

A coreana correu, ignorando os gritos de seus sogros para que esperasse, pegou o primeiro táxi que surgiu e foi ao encontro de sua noiva.

Ficou o caminho todo sem acreditar no que havia acontecido, bem no dia de seu casamento. Imaginava como Mina devia estar, só de pensar nisso, seu coração apertava cada vez mais.

ㅡ Nós já chegamos, senhorita.

Chaeyoung pegou duas notas de dinheiro de seu bolso e entregou ao homem.

ㅡ Fique com o troco ㅡ saiu do carro e correu.

Olhou para os lados passando a mão por seus cabelos. Entrou no local, indo direto para a recepção.

ㅡ A minha mulher, cadê ela? ㅡ disse em um tom alto.

ㅡ Qual é o nome dela?

A moça do outro lado do balcão, passou as informações do quarto da japonesa.

Son não sabia por onde ia, não prestava atenção no caminho. Só queria chegar na UTI logo.

Entrou no quarto às pressas, vendo sua mulher desacordada. Sentou na poltrona do lado da maca onde a japonesa estava e chorou.

Sentiu braços envolverem seu corpo em um abraço. Levantou-se e se deixou levar pelo abraço.

ㅡ Vai ficar tudo bem.

ㅡ Se ela morrer, Chewy. Se a Minari morrer eu... E-eu...

Tzuyu apertou a coreana ainda mais.

ㅡ Ela não vai morrer. Venha, os pais de Mina e a Dah estão lá fora.

Saíram do quarto, vendo os japoneses levantarem das cadeiras e abraçarem Chaeyoung.

Um homem de jaleco aproximou-se de todos, explicando o estado de Myuoi e suas poucas chances de vida. Ele falava sem nenhuma delicadeza, foi como jogar uma bomba sobren o coração de Son.

Ouvir que a japonesa tinha apenas 10% de chances de sair dali viva, era demais para todos. Principalmente para a Son, que nem chegou à vê-la vestida com seu lindo vestido branco.

ㅡ Desculpe dizer isso... Mas, se eu fosse vocês, não teria tantas esperanças ㅡ disse ele, dando as costas e saindo.

O buraco pareceu mais fundo, já não dava mais para ver a luz. Chaeyoung continuava caindo no breu total.

The angelOnde histórias criam vida. Descubra agora