Zero quase lá

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Mina tentava fazer Chaeyoung parar, desistir de mostrar para aquelas duas que existia.

Queria explicar que não era bem assim, que não podia sair por aí dizendo: "Oi, eu morri, mas tô viva".

Era de cortar o coração ouvir a voz de Son tão animada, enquanto o casal tinha os olhares preocupados e apreensivos.

Sabia que isso só ia piorar a situação para a coreana. Era bem possível que achassem ela mais louca do que antes com isso. Mina se sentia culpada por Chaeyoung estar passando por isso.

Se ela não tivesse falado com ela, ninguém nunca à teria chamado de louca, nem levado no psicólogo muito menos estaria tomado remédios agora.

ㅡ Mina?!

Virou para trás com os olhos arregalados. Puts, havia esquecido completamente de Jisoo.

ㅡ Você voltou com isso? ㅡ perguntou a coreana.

Mina disse para Chae à encontrar no quarto e subiu junto de Kim. Ouvia resmungos da mais velha.

ㅡ Sinceramente, Myoui... Você só pode ser louca! Tá abusando da sorte.

Isso era verdade, foi pura sorte da japonesa não ter se fudido na primeira vez que falou com Son.

ㅡ Eu não sei o que tô fazendo de errado. Não tô matando ninguém, só matando a saudade que sinto da minha mulher.

A mais velha riu fraco e massageou as têmporas. Parecia que estava lidando com uma criança.

ㅡ Sabe que é difícil para mim! ㅡ Mina disse.

ㅡ Claro que sei. Mas.. Você sabe, tem que aprender a conviver com isso, e deixá-la aprender também.

Ela estava certa e Sharon sabia disso.

ㅡ Tenho que ir ㅡ levantou da cama ㅡ, cuida dela direitinho, ok?

Jisoo sorriu simpática e assentiu.

Claro que Mina não ia parar realmente, só ia tentar enganar.

Diziam que entendiam mas ela sabia que não. Era impossível alguém de lá entender 100% de sua dor.

A noite passada foi ótima, foi ótimo ter dormido tão próxima de Son.

Seus pés tocaram a calçada à frente da casa de seu protegido. Respirou fundo tomou forças para entrar.

ㅡ Posso saber onde você tava? ㅡ Jihyo disse, fazendo a japonesa se assustar.

Antes que podesse responder, foi puxada pelo braço. A coreana parou do nada e apontou para vários cacos de vidro no chão e um garotinho com o joelho machucado no sofá.

Mina se sentiu meio culpada. Mas tinha que admitir, não se arrependida.

[...]

Chaeyoung estava frustrada e de cara feia no banco de trás do carro. O médico tinha aumentado as doses dos remédios.

Mas também tinha passado um para ajudar com os pesadelos, esse foi Son que pediu, estava tão cheia de acordar várias vezes durante a noite.

Estava brava com Mina, havia à deixado na mão e depois ido embora sem nem ao menos avisar. Que idiota. Iria querer explicações depois.

Chegou em casa e foi direto para seu quarto. Se jogou na cama, sentiu-se como estivesse presa, não ia sair de lá nem se quisesse.

ㅡ Ei, princesa.

Escondeu sua felicidade em uma cara de brava. Olhou para a japonesa com os braços cruzados e um bico enorme nos lábios.

ㅡ O que foi? ㅡ tentou abraçar a menor.

ㅡ Sai!

Mina franziu o cenho e abriu a boca, mas nada saiu durante um tempo.

ㅡ O que eu fiz?

Chaeyoung suspirou.

ㅡ Por que elas não te viram...?

Agora foi a vez de Mina suspirar.

ㅡ Olha, eu nem devia ter deixado você me ver... É que isso é uma regra, entende? ㅡ deitou ao lado da coreana

ㅡ Então por que à quebrou apenas por minha causa? ㅡ abraçou-a.

ㅡ Porque eu te amo, sua boba. Não podia te deixar fazer aquela besteira sem fazer nada.

Son riu fraco.

ㅡ E por que foi sem avisar?

A japonesa hesitou por um momento.

ㅡ Desculpe... Foi um imprevisto ㅡ imprevisto chamado Jisoo.ㅡ Juro que à noite eu volto. Vou passar a noite contigo de novo.

Deu um beijo na testa da coreana e despediu-se.

Enquanto subia, tinha um sorrisinho nos lábios. Tinha ideias para aquela noite.

The angelOnde histórias criam vida. Descubra agora