Capítulo 15

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Dois meses depois...

Quando eu voltei para casa, descobri que a Charlotte foi para Nova York fazer um intercâmbio e a última vez que falei com ela foi no dia que a Elisabeth bateu na minha porta, eu disse a ela que iria fazer uma viagem com o Victor e não sabia quando voltava, ela até tinha mencionado que iria para os Estados Unidos mas eu estava tão preocupada comigo mesma que não dei ouvidos e a última mensagem que ela enviou para mim estava um pouco agressiva e ofensiva, talvez tenha sido por causa do vácuo de um mês que eu dei nela mesmo sem querer. Sabe eu havia me esquecido de como é bom ter uma melhor amiga, a Rebeca ganhou esse título em pouco tempo, mesmo que toda aquela situação na qual eu não quero lembrar tenha nos unido. Ela até tentou voltar a morar na sua antiga casa mas as lembranças do dia em que homens armados matou toda sua família a fez bater na minha porta perguntando se podia ser minha colega de quarto, aceitei sem pensar duas vezes até porque eu já tinha me acostumado com a presença dela e ficar sozinha em casa me fazia lembrar da minha mãe...

Hoje o dia amanheceu com o tempo nublado, um pouco frio e grandes chances de chuva, tenho que admitir que eu amo esse clima pois a melhor bebida do mundo fica ainda mais gostosa por ser quente e sim eu estou falando de café, quando eu era criança a minha mãe não me deixava beber café por que segundo ela apenas um gole me deixava elétrica, então eu passei a beber café escondido dela, fiz isso dos sete até os treze anos, quando ela descobriu e parou de fazer e comprar café, então eu pegava dinheiro do meu cofrinho para comprar café na rua.

Eu estava sentada no sofá de frente para a janela da sala olhando a chuva que começou a cair incessantemente lá fora e para aquele momento ficar ainda melhor eu estava bebendo uma boa xícara de café, enrolada em um cobertor aquele momento estava perfeito até ouvir passos vindo na minha direção, que com certeza era a Rebeca acompanhada da sua falha tentativa de me assustar.

É sério isso, essa hora da manhã você vem querer me assustar ? ___ disse olhando para ela e a encarando.

(Rebeca) Como se você se assusta-se fácil, mais essa não será a minha última tentativa.

(Layla) Continua tentando, uma hora você consegue. Agora vai pegar uma xícara de café e senta aqui, vamos apreciar esse momento.

Ela foi buscar o café e voltou com uma xícara vazia e a garrafa cheia...

(Layla) Olha é isso que eu chamo de competência.

(Rebeca) Você chama de competência e eu chamo de preguiça. Para não ter que voltar na cozinha para pegar mais café para você eu trouxe a garrafa.

(Layla) ok, sem comentários.

Ela sentou do meu lado e eu dividi o cobertor com ela, e naquele momento eu percebi que dentre todos os assuntos que já conversamos, sobre a sua família é o menos falado.

(Layla) Então beca me conta sobre sua família, quem eles eram, como você foi criada, se não quiser falar eu não vou insistir.

(Rebeca) Meus pais eram muito conservadores, minha mãe era muito religiosa e meu pai era técnico do time de futebol da cidade.

(Layla) Que coincidência né !!! Minha mãe ia todos os domingos para igreja talvez ela estivesse procurando redenção.

(Rebeca) Quando eles chegaram na minha casa, minha irmã estava na sala assistindo tv junto com meu pai a minha mãe estava na cozinha e as últimas palavras que eu ouvi dela foi "leve ela vocês não precisam nós matar". Ouvir aquilo foi confuso no momento mas só agora eu entendo porque eu não fiquei tão triste quanto deveria.

(Layla) É quando se trata de família a gente está bem ferrada.

Ouvir aquela história me lembrou do dia em que eu fui dar a notícia aos pais do Victor que ele havia falecido. A Sílvia não esboçou nenhuma reação e o marido dela quase nem olhou para mim mesmo depois de eu ter contado toda a história do incio ao fim. Eu sei que cada um reage de forma diferente a uma perda mas acho que o Sr. E a Sra Mendes não se importavam com bem estar do Victor e muito menos com ele, eu tentei faze-los enchergar o tamanho do problema, mas tudo que eles me disseram foi " saia da minha casa sua aberração". Então eu não insisti mais.

A chuva era persistente e parecia que ela não ia passar logo, eu percebi que a Rebeca não ficou muito feliz em lembrar da sua família pois ela ficou calada depois de contar para mim como foi o massacre na sua casa.

(Layla) Olha parece que vai chover o dia todo, a gente pode ficar sem fazer nada ou podemos assistir uma série e pedir uma pizza, o que você acha.

(Rebeca) primeiro que ainda são oito horas da manhã e segundo as pizzarias só abrem depois das seis horas da noite.

(Layla) Eu não disse que ia pedir a pizza agora, esse é o meu plano para noite.

(Rebeca) Bom então vamos ficar sem fazer nada ou podemos passar o dia fazendo o que amigas com benefícios fazem.

(Layla) eu acho isso uma ótima ideia.

Alguns minutos depois...

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💬Sr. Henrique

Layla eu tenho uma notícia boa e outra muito ruim. Qual você quer primeiro ?
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O meu celular que estava em cima da mesinha de centro começou a vibrar desesperadamente, eu não sabia quem era então parei o que estávamos fazendo e quando o peguei vi que era do nosso advogado Sr. Henrique... Eu me assustei com a mensagem que ele enviou para mim e logo respondi que queria as duas de uma vez, tenho que admitir que não gosto de fazer escolhas, E a resposta dele foi clara e objetiva.

"A Elisabeth foi presa tentando cruzar o país com meio milhão de dólares e documentos falsos." Essa possivelmente seria a notícia boa já que quando eu li a outra mensagem uma onde de calor misturada com ódio subiu pelo meu corpo, O Sr. Henrique disse que o Dr. Isaac foi transferido para prisão domiciliar já que ele foi agredido por pacientes do hospital no qual ele estava.

Fiquei sem acreditar no que eu havia acabado de ler, a Rebeca até tentou me acalmar mas a raiva era tanta que eu peguei um jarro de cristal que a Ashley tinha a anos e joguei na parede. É incrível como a justiça desse país é falha, um homem que deveria ser sentenciado a morte vai cumprir sua pena no conforto do seu lar, isso na está certo.

___ Ele será vigiado, e não vai mais fazer nada contra nós.

E por isso que a gente se dar bem, você sempre acredita no melhor das pessoas, já eu acho que seres humanos iguais ao Dr. Isaac não é digno de confiança e muito menos de segunda chance. __disse a abraçando e respirando fundo para não surtar outra vez.

Eu respondi a mensagem do Sr. Henrique e pedi para que ele me mantivesse informada de qualquer mudança em relação ao Dr. Isaac e a Elisabeth.

(Rebeca) Estou vendo que o nosso dia tranquilo já era e aquele lance de não se meter em problemas já era também ??? Vou fazer algo pra gente comer toda essa injustiça me deixou com fome.

Eu queria encontrar o gênio da lâmpada, e trocar meus três pedidos por uma bomba bem grande para colocar na casa do Dr. Isaac. Posso parecer uma pessoa ruim as vezes por querer isso, mas ele merece muito mais.

O meu dia tranquilo já era, o que poderia ser um dia feliz se tornou um dia chato e irritante, nem mesmo o cheiro das panquecas que a Rebeca fez me animava, eu estava com ódio e naquele momento decide mentalmente me vingar do Dr. babaca nem que isso seja a última coisa que eu faça nessa vida.

Demônios fora da caixaOnde histórias criam vida. Descubra agora