Demônios fora da caixa

Capítulo 16

É muito difícil fazer a vida voltar ao normal depois de ter passado por um trauma ou uma tragédia eu gosto de reclamar e de ser a vítima não para as pessoas sentirem pena de mim mais sim por que gosto da sensação de sentir ódio de alguém eu sei que isso é uma coisa horrível de se dizer mas é quem sou e não posso mudar isso na verdade talvez eu possa mais não quero. A Rebeca conseguiu um emprego no restaurante onde minha mãe trabalhava eu tentei convencê-la a abrir a nossa própria loja mais ela disse que não queria recomeçar a vida usando o dinheiro sujo do Dr. Isaac, eu também não queria mas como nunca trabalhei então terei que usar.
         Eu voltei a estudar e comecei a conversar com o detetive Edgar a alguns dias e só para deixar claro a minha relação com ele é extremamente profissional mesmo que ele tenha me chamado para jantar hoje e eu tenha aceitado, a parte boa é que ambos estamos com segundas intenções eu quero que ele me ajude a colocar o Dr. Isaac em seu devido lugar que é na prisão e com ele todos os outros culpados, já a intenções do Edgar eu acredito que seja sexuais já que ele sugeriu ir para um lugar mais reservado depois do jantar. A parte ruim é que eu não falei nada disso para Rebeca e sei que ela vai ficar muito chateada já que além de amigas nos tornamos confidentes e não consigo esconder nada dela, mas antes de contar tudo para ela eu vou fazer o que for preciso para ir até a residência daquele psicopata e jogar toda minha ira em cima dele.
        O Edgar disse que passaria aqui em casa para me pegar as 19:00, eu falei para ele apenas me mandar uma mensagem pois esse horário a Rebeca já está em casa e eu não quero ter que responder a todas as perguntas que ela vai fazer, então coloquei um vestido preto bem sexy, exagerei um pouco no perfume e coloquei um casaco por cima do vestido para possíveis perguntas, a meta aqui é só uma sair enquanto ela está no banho.
         Eu sou uma mulher jovem com apenas 20 anos, solteira e muito atraente, já o detetive Edgar é um homem de 30 anos, muito bonito e ainda tem barriga de tanquinho eu sei disso porque olhei todas as redes sociais dele e descobri também que academia é o seu lugar favorito. De todas as qualidades dele uma em especial me chamou atenção, ele chegou as 19:00 horas em ponto e ainda abriu a porta do carro para mim o cavalheirismo dele me encantou de verdade, pena que eu não ligo para isso.

Restaurante...

Bom eu tentei fazer reserva em outro lugar mas eu sou novo na cidade e no trabalho também então esse é o único lugar que eu conheço. ___ disse ele pichando uma cadeira para eu me sentar.

(Layla) bom, a lasanha daqui é a melhor da cidade. Foi nesse lugar que a mulher que eu passei a vida inteira chamando de mãe trabalhou.

(Edgar) nossa me desculpa eu não sabia.

(Layla) Não precisa se desculpar, mais me fala  a quanto tempo está na cidade ?

(Edgar) menos de quatro meses, eu comecei a trabalhar uma semana antes de investigar o seu caso.

Ficamos conversando por um longo tempo, ele pediu um vinho e eu pedi a comida claro até porque não se vai a um restaurante só para beber mesmo que seja acompanhado de uma linda mulher no caso eu. Tentei direcionar a conversa para o caso do Dr. Isaac, e deu certo pois o Edgar não parou de falar sobre ele, talvez as três taças de vinho tenha ajudado um pouco.

Edgar, você tem autorização para entrar na casa do Dr. Isaac né ? Perguntei na intenção de fazê-lo me levar até lá.

(Edgar) sim eu tenho, e sei que você só veio a esse jantar comigo porque quer que eu te leve lá não é ?

(Layla) realmente esse era a minha pretensão antes de sair de casa, mais confesso que gostei do jantar e da sua companhia.

(Edgar) Bom nesse caso eu levo você lá, mais teremos que ser rápidos ou eu posso me prejudicar muito, os policiais trocam de turno de seis em seis horas, então vamos lá, porque falta 20 minutos para próxima troca.

Eu não imaginei que seria tão fácil, mas para ser franca o meu decote e as minhas lindas pernas contribuíram bastante para isso acontecer. Não sei se mencionei mas eu moro em uma cidade pequena então tudo aqui é perto, o Dr. Isaac não mora no estado mas ele teve que se mudar para cá depois que o juiz deferiu a condenação dele, sendo assim a sua residência fica a exatos 15 minutos de distância de acordo com meu celular.

Alguns minutos depois...

Olha Layla eu confio bastante em você desde o dia em que te vi pela primeira vez naquela ilha eu sabia que podia confiar então por favor não faça nada para manchar a minha reputação é só isso que eu lhe peço.

Quando essas palavras saíram da boca do Edgar, soou como um apelo e eu não podia estragar tudo e colocar a carreira dele em risco então vou ser cautelosa. O prédio que o Dr. Isaac mora é um dos mais luxuosos da cidade eu não imaginava que a ciência desse tanto dinheiro assim.

Metade do patrimônio dele foi adquirido a partir de corrupção e transações ilegais. ___ disse o Edgar olhando para mim fixamente.

(Layla) isso já passou dos limites, eu preciso procurar um médico urgente ou o ato de falar e pensar ao mesmo tempo vai acabar me prejudicando.

Ele riu e caminhamos até a entrada do apartamento que por sinal não tinha nenhum porteiro para impedir a entrada, estava tudo calmo não havia barulho e muito menos rastros que tivesse alguma pessoa ali, ao passar pelo corredor do terceiro andar vimos um policial em frente à porta do Dr Isaac todo ensanguentado e possivelmente morto.

Aí meu Deus o que aconteceu aqui ?___ disse dando dois passos para trás.

Silêncio tem alguém lá dentro. __ disse o Edgar sacando sua arma e fazendo eu me sentir um pouco mais segura.

Ao abrir a porta encontramos o corpo do Dr Isaac em meio a uma poça de sangue, e um homem sentado em uma cadeira de balanço olhando para o corpo fixamente. Eu confesso que fiquei feliz ao ver aquele ser humano desprezível morto e muito surpresa ao ver quem tinha o matado.

Coloca as mãos onde eu possa ver, você está preso por assassinato e invasão, tem o direito de ficar calado ou tudo que você disser será usado contra você. __ disse o Edgar o algemando depois de tê-lo desarmado.

(Layla) Eu achei que você estivesse a paisana no nosso romântico encontro, não imaginava que estivesse armado e com algemas.

(Edgar) Acredite não era assim que eu pretendia usar ela.

(Layla) espera, eu conheço ele. Esse é o homem cuja missão era não deixar a gente morrer de fome no cativeiro.

(Edgar) De faz tudo a assassino, é meu senhor a gente tem muito o que conversar. Layla eu vou chamar alguém da delegacia para levar você em casa, a minha noite parece que vai ser bem longa.

Descemos e ficamos esperando a polícia chegar, e junto com ela veio a minha carona eu ainda estava nestesiada e essa sensação ficou ainda pior quando o Edgar me deu um beijo na boca antes que eu entrasse no carro, eu não tive reação para isso, simplesmente sorri e entrei no carro, apesar de ele ser um pedaço de mal caminho, eu posso ganhar um namorado gato e perder uma amiga, ou um grande amor.