the accident

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LAUREN's point of view;

Era novembro de 2013, eu nem consigo me lembrar o dia. Eu estava entediada. Facebook era monotonia do que você devia ou não devia fazer, do que devia ou não devia escrever, quem deveria ser e quem não deveria. Pra uma adolescente de recém 17 anos completados, isso poderia soar muito chato. Eu acho que ninguém nunca escreveu um livro para contar a história de como a sua vida vai ser se você for uma lésbica assumida, eu acho que muitas meninas precisam, mas não vou falar sobre isso, eu não vou ensinar você como achar o verdadeiro amor, mas se você está lendo isso agora, deve saber que para mim ele não existe.

Eu tinha um amigo. Drew. Eu oficialmente conheci ele numa festa de aniversário da minha amiga Ally.
Me mandou uma mensagem pelo Facebook.

Drew Chadwick: Preciso falar com você, urgente!! Responda quando puder.

Conhece aquela sensação de "ferrou", é, essa mesmo. Drew nunca foi de precisar falar comigo urgente, ele era um grande amigo mas não daqueles que contava todas as novidades, entende? Eu fiquei intrigada, o que ele iria querer comigo? Talvez fosse realmente algo serio, eu hesitei mas respondi.

Lauren Jauregui: Estou aqui, pode falar?

Drew Chadwick: Tenho uma amiga que quer conhecer você.

E era só isso, eu juro que meu coração quase pulou pela boca com aquele "urgente", na hora me deu uma vontade de esganá-lo por ter me dado um susto tão grande mas continuei agindo normal.

Lauren Jauregui: Ah, ok. Qual o nome dela?

Disse sem muito interesse, eu realmente não estava afim de me envolver com qualquer pessoa no momento.

Drew Chadwick: Meghan Tommas

Nunca ouvi falar.

Lauren Jauregui: Ok, diga a ela para falar comigo.

Drew Chadwick: Ok.

Continuei ali na frente do computador, ouvindo meu CD preferido da Lana Del Rey pelo iTunes, esse CD era realmente ótimo e me trazia uma paz muito grande, algo me tirou do meu transe. Não lembro quanto tempo passou, eu só lembro que não foi muito, estava tão distraída, mas acho que uns 10 minutos no máximo, ela me chamou.

Meghan Tommas: Olá, moça

Moça? Tá.

Lauren Jauregui: Oii

Meghan Tommas: Tudo bem?

Lauren Jauregui: Tudo sim, e com você?

Meghan Tommas: Tudo ótimo...

Conversamos por uma meia hora, assunto normal, e eu nem me interessei.

Depois da minha ultima namorada, Alexa, eu não queria me apegar em ninguém, foi uma relação dolorida, eu realmente havia me machucado demais, ela foi minha primeira namorada, primeira experiência com uma garota e tinha sido um total desastre.

Típico relacionamento abusivo, onde apenas depois que você sai dele, que você nota o quão abusivo era.

Eu estava na estrada a caminho da casa de Alexa, queria fazer uma surpresa para nosso aniversário de namoro, havia ido em uma loja e comprado flores e chocolates, porque sabia que ela adorava, comprei também morangos e outras guloseimas para comemorarmos.

Eu sei que havíamos combinado de ela ir para minha casa mais tarde mas, não quis esperar, sei que ela ficaria brava pois quando não fazia as coisas conforme planejávamos ela ficava uma fera, mas acho que essa surpresinha poderia amolecer o coração da minha princesa, esperava que funcionasse.

Estacionei o carro em frente a cada dela, estava tudo apagado, apenas a luz de seu quarto que não, achei estranho mas resolvi não questionar. Me aproximei da porta e pude ouvir vozes lá dentro, talvez seus pais estivessem em casa mas não reconheci nenhuma voz além da dela.

Como eu já era de casa, não bati na porta, já tínhamos costume de ir entrando. Me dirigi até o quarto dela com as sacolas na mão, fui silenciosa para fazer a surpresa mas chegando perto do quarto, pude ouvir gemidos, e uma voz masculina dizendo coisas de baixo calão. Eu já imaginava o que estava acontecendo, estava na cara, quando abri a porta do quarto desejei não ter feito tal ato.

Era Keaton, um riquinho metido a besta do primeiro ano, ele estava em cima dela sem nenhuma roupa e ela arranhava as costas dele pedindo mais, meus olhos marejaram com tal cena, e eu perdi as forças fazendo com que as sacolas caíssem no chão, no momento em que aconteceu, os olhos viraram em direção a porta sem desfazer o ato, mas seus olhos se arregalaram quando notaram a minha presença.

Num ato raivoso, eu pulei em cima de Keaton fazendo com que ele saísse de cima da minha namorada e caísse no chão, não subi em cima dele por motivos de que ele estava ali nu, mas chutei seu estômago e cuspi as palavras na cara dele.

— Seu merda, o que você acha que está fazendo? Some daqui —   Disse tão ríspida que não parecia eu quem estava falando.

Nesse momento ele deu um sorriso irônico e levantou, juntou suas coisas e se dirigiu a porta, mas antes de sair olhou para mim com ironia e disse.

— Eu vou, mas comer a sua namoradinha tava tão gostoso que eu sei que ela vai dar pra mim de novo. —   Nesse momento eu voei pra cima dele enchendo sua cara de socos, ele me empurrou pra longe e correu, saindo e deixando a porta aperta.

Eu chorava e não sabia se era de tristeza ou de raiva, Alexa estava atrás de mim já vestida e não olhava nos meus olhos, me virei e ela andou em direção a mim colocando a mão no meu rosto, rapidamente dei um tapa em sua mão a empurrando para longe do meu rosto, e olhei com raiva e tristeza nos olhos marejados para ela.

— Por que você fez isso comigo? O que aconteceu com a gente? —   Disse gritando e chorando em sua frente. Ela me olhou mas não do jeito que eu esperava, me olhou com ironia e nojo, cuspiu as palavras na minha cara.

— Não existe nós, sua escrota, eu usei você esse tempo todo apenas porque você me mimava com essas coisas que você compra pra mim, desde antes de começarmos a namorar eu já transava com o Keaton, você é só um atraso na minha vida, um nada.

Nesse momento eu não aguentei, enchi a mão e dei uma tapa — que doeu em mim — em sua cara,  ela levou a mão ao rosto e me olhou com raiva nos olhos mas eu não a deixei falar.

— Eu posso ser um atraso na sua vida, mas eu não sou uma cretina que usa os outros, prefiro ser um nada a ser como você.

Antes que ela pudesse responder, eu sai de seu quarto com rapidez, desci as escadas e bati a porta, entrei no meu carro e dirigi até a minha casa. Chegando lá, corri para o meu quarto sem nem cumprimentar a minha família e me tranquei, me joguei na cama e chorei até pegar no sono.

Ainda doía um pouco pensar no ocorrido com Alexa mas aquilo me fez ser mais forte e não confiar totalmente nas pessoas, não importa o quão confiável elas pareçam, sempre ande com um pé atrás.

Resolvi deixar o computador de lado e ir dar uma volta pela praia.

A praia de Miami conseguia ser ainda mais linda em dias fechados, o mar estava agitado mas não deixava de perder o seu "brilho", continuei andando sentindo meus pés em contado com a água gelada do mar na beira da praia, avistei umas rochas e me dirigi a elas, me sentei e fiquei admirando o mar, a praia estava completamente vazia e isso era o que me deixava sentir bem naquele local, mas não durou muito tempo aquele silêncio.

MAYBE YOU COULD CHANGE MEOnde histórias criam vida. Descubra agora