Capítulo 10

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Os segredos revelados, agora ela come na minha mão

Se o mês de novembro foi de mudanças e descobertas, o último mês do ano foi mais ainda. Dezembro mal tinha começado e logo no dia dois eu descobrir que a Kátia desvia dinheiro.

Tudo graças ao meu amigo do bar que me deu um ponto de partida para que sozinho eu fosse descobrindo o que ainda não terminei de descobrir.

Valeu a pena a noite em claro, valeu apena ouvir cada esporro que ela me deu, cada dia que ela transformou  em um inferno.

Eu sempre soube que um dia ela iria comer na minha mão, mas não espera que fosse desse jeito.

No dia 15 de dezembro de 2019 eu ouvir uma ligação, entrei na sala dela para pedir uma folga para poder ir com minha mãe comprar o meu carro.

Eu peguei o final da conversa ela confirmando se seria no lugar de sempre: - No mesmo lugar e horário? Pela resposta que ela teve foi positiva.

Entrei, pedir licença. Pedir folga para o dia 17. Ela disse que não tinha como, pois estava muito movimentado, o pessoal estava se preparando para as compras do fim do ano e por isso iria ser movimentado.

Eu disse que eu não faria diferença, pois não sou vendedor ou repositor. Ela sorriu e disse: - Você ficará de apoio, caso precise.

Eu não fui comprar meu carro dia 17. Mas naquele mesmo dia eu pude saber o que realmente acontecia com ela e o dinheiro do mercado que entrava e saia.

Esperei ela sair. Ela como sempre esperou o fim do expediente, assim que fechamos a loja ela foi para o banheiro feminino e se trocou.

Sabia que é muito errado, mas eu comecei a seguir ela, acompanhei até ela chegar no bar onde ela sempre se encontra. Eu não entrei. Não por agora. Esperei ela chegar, relaxar e ficar tranquila.

Ela entrou e sentou na mesa com um homem. De longe até parecia o nosso chefe, mas quando reparei bem, percebi que não era ele. Peguei meu celular e tirei algumas fotos, me certifiquei que as imagens eram nítidas e eu conseguiria mostrar que seria ela.

Ela entrou o envelope a ele, eles conversaram e não demoraram muito. Quando ela se levantou, tinha certeza que iria embora, esperei o tempo exato para bater de frente com ela na entrada. Minha cara era de quem tinha conseguido o que queria.

Ela saiu e eu entrei, nós cruzamos bem na porta, a cara dela foi de não acreditar o que eu estava fazendo ali, ela ficou pasma ao me ver, eu entrei no bar e passei por ela. Juro que eu fingir não a conhecer, fui para o bar. Reparei que depois que ela saiu, o homem que estava com ela pagou a conta e foi embora.

Eu pude ver a cara dele e não era o meu chefe. Eu demorei para juntar tudo, mas não demorei para perceber que ele era o cara que pagava para ela e ela recebia uma parte e repassava o valor. Digamos que ele era um sócio desconhecido. Pois através da Kátia ele colocava dinheiro e dividia os lucros entre os dois.

Claro que se o chefe da Kátia descobrisse iria demitir ela na mesma hora. Não demorou cinco minutos para ela voltar, sentou ao meu lado, no balcão onde eu bebia uma cerveja, ela pediu uma vodka e puxou assunto perguntando o que eu estava fazendo ali.

Disse que meu amigo trabalhava ali, disse até que gosta do preço da bebida. Ela me olhou e viu que o meu amigo do bar estava a olhar, ela me pegou pelo braço e me puxou para o canto perto do banheiro e disse: - Fala o que você está fazendo aqui, eu sei que não veio por conta da bebida.

Eu fui e mandei a real: - Deseja saber o que estou fazendo aqui? Vou te falar, estou aqui para desmascarar você. Seu amigo é muito esperto, colocar tanto dinheiro para dividir os lucros. Sabe que isso vai causar sua demissão né?

E continuei: - Como pode, uma pessoa que reclama do seu funcionário mais competente e dedicado, e faz isso com o próprio chefe? Que hipocrisia essa sua hein. Não a deixe argumentar, falei que ela não tinha direito de argumentar, que o que ela faz com ele é crime e dar cadeia.

A cara de espanto dela era a melhor, pensei em minha mente "agora você vai comer em minha mão". Ao falar isso e ela perceber que estava ferrada, perguntou com toda sua classe: - Como será a partir de agora? E eu sem pensar disse: - Acabe com essa palhaçada agora mesmo. Ligue para ele e fale que foi descoberta ou que não pode mais seguir com isso.

Ela tentou justificar e falar que ele não vai aceitar. Eu falei: Se vira, eu espero que você não me coloque na reta do seu amigo, você entrou sozinha e agora vai se virar sozinha. Amanhã quando eu chegar no trabalho continuaremos essa conversa. Sair e ela ficou parada e espantada com o que eu havia falado para ela.

Eu sair dali como se tivesse vencido uma guerra. Realmente eu tinha vencido a guerra nesse momento, mal sabia eu que todo o jogo iria virar depois desse dia. No dia 18 de dezembro, um dia depois de descobrir tudo, fui para o trabalho como sempre, quando eu cheguei, ela já estava lá, me esperando.

Ela mesma havia aberto o mercado, assim que cheguei, ela me chamou para a sala de reuniões. Entrei e ela foi totalmente diferente comigo, pediu para sentar, eu sentei. Ela começou a falar: - Olha, não quero sua ajuda, mas venho aqui te convidar para participar comigo, considere um segundo emprego.

E continuou: - O que acontece aqui é que eu pego e lanço metade do valor para um e o restante eu lanço com o dinheiro do homem que você viu ontem. Ele me dar um pagamento a mais do que eu recebo como supervisora. Eu recebo bem para fazer tudo para os dois. Todas as partes saem ganhando.

Eu dei um sorriso irônico e fui bem sincero com ela: - Kátia, você não entendeu, eu falei para você acabar com isso, você não vai fazer isso? Juro para você que se não fizer isso agora, vou sair daqui direto para meu telefone, vou enviar tudo que tenho sobre o que descobrir e do seu esquema de corrupção para o seu chefe.

Ela falou: - Você não pode fazer isso, se fizer isso vai acabar com minha carreira e eu não vou conseguir trabalhar em lugar algum, vai destruir minha vida. Eu fui e disse a ela: - Querida, você não entendeu a situação, eu quero que você não faça mais isso, é só você fazer isso e acabar com isso. Eu vou esquecer tudo que fez até aqui, até apagarei tudo que tenho, então você pense bem, já teve uma noite para pensar, acho bom se decidir logo, estou ficando sem paciência.

Ela parou alguns minutos e sentou na cadeira principal da sala e respirou fundo. Pegou o celular, abriu seus contatos e ligou para o cara que ela era parceira e disse: - Olá, bom dia, temos que encerrar agora mesmo nosso trabalho extra e nossa parceria. Fomos descobertos, mas não se preocupe, você não foi comprometido.

Ele é um cara bem simples, aparentemente não se importou com o fim da picaretagem coma Kátia. Ela desligou depois de agradecer e disse: - Pronto, está feito, agora me deixa em paz, por favor. Eu sorri e continuei sentado, perguntei se ela não estava esquecendo de nada, e ela disse não. Fui e comecei a falar:

- Esqueceu de mim né? Sabe o você vai fazer? Diminuir minha carga horária, quero trabalhar somente das 10 às 17. Sei que ainda não tenho tempo de casa, mas eu desejo umas férias, pois abrir isso aqui, saindo de casa as 6 da manhã e chegando em casa à meia noite. Eu tenho direito. E veja bem se vai recusar ou não.

E finalizei: - Você me esculachou desde que entrei aqui, me maltratou, disse que não faço meu trabalho corretamente. Me humilhou mais de uma vez, ficou no meu pé desnecessariamente. Sabe o que vai acontecer a partir de agora? Você vai comer aqui, na minha mão. E mostrei minha mão para que fique claro para ela que ela está comendo na minha mão.

No dia 19, cheguei para trabalhar e ela estava com minhas férias em mãos. Peguei o papel e disse a ela que a gente iria se encontrar em breve. 

Me apaixonei pela diabla da Minha Chefe (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora