Open The Eyes

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Acredito que muitas (se não, todas) garotas gostariam de acordar sabendo que Aaron Madsen dorme ao lado, e aproveitariam a situação. Entretanto, eu posso afirmar um zilhão de vezes que não estava nem um pouco contente com este ocorrido. Estar perto de Aaron é perigoso, seu nome é quase um sinônimo de confusões e conflitos, além de que uma recordação perturbadora me veio à mente. Não sei se foi um sonho, mas a frase ecoava alto e em bom som na minha cabeça: "Vou ensinar ao Aaron à maneira certa de viver."

Eu tenho a estranha mania de me preocupar excessivamente com tudo e todos a minha volta, uma antiga amiga costumava dizer que esse hábito estranho era derivado da falta de um pai; sinceramente nunca consegui entender sua teoria, mas segundo Nessie, meu psicológico é abalado por isso. E, as vezes, me pego pensando se a hipótese dela é verdadeira, afinal, por que eu estou tão convencida a ajudar um garoto rico que tem o mundo a seus pés?

Minha vontade era de continuar divagando por mais alguns minutos; já que meus conflitos pessoais, casualmente, são reconfortantes. Porém, a sombra da visita refletiu na parede a minha frente, então deixei as pendências pessoais para mais tarde e me virei, a fim de encará-lo.

— Jade, é... bom dia. ­– ele tem um sorriso envergonhado no rosto e me pergunto a frequência com que ele costuma se sentir assim.

— Bom dia, tudo bem? Eu deixei um remédio no criado mudo, fiquei sabendo que ressacas costumam doer muito. – pontuei, para caso dele não ter visto o medicamento. O cheiro de álcool se espalhou pelo recinto e está insuportável ter que senti-lo.

— É verdade, obrigado! Bem, encontrei algumas peças de roupas no quarto, gostaria de saber se posso tomar um banho? – se não fosse por sua face amassada e fedida, eu provavelmente negaria, mas Aaron necessita se banhar urgentemente.

— Claro, fique à vontade. Sempre tem toalhas extras no quarto de visitas, pode pegar lá. – avisei sorrindo e logo em seguida lhe mostrei a direção que precisaria trilhar para chegar ao banheiro.

Aproveitei para preparar um lanche rápido e prático para o café da manhã, não tinha intenção de comer junto de Aaron, mas se mamãe soubesse que ele teria ido embora sem provar ao menos um de seus maravilhosos biscoitos, ela o obrigaria a voltar aqui. Tenho certeza. Então procurei evitar transtornos.

Durante o curto tempo que permanecemos comendo, falamos apenas sobre o horário da tutoria e a irresponsabilidade que o garoto cometera na noite passada. Ele prometeu se manter seguro pelos próximos dias, mas alegou que não me garantia fidelidade eterna quanto a promessa. Instantes depois, Aaron saiu e eu pude respirar em paz novamente, não porque sua presença me desestabilizava, e sim devido as considerações precipitadas que eu estou disposta a tomar para ajudar uma pessoa perdida e indiferente como ele.