CAPÍTULO 07

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***

19:00. Ainda não saí do meu quarto, não quero me bater de frente com minha mãe, estou chateada com ela. Hoje eu não sairei do meu quarto por nada. Levanto-me de minha cama e vou até o meu guarda-roupa. Pego o meu pijama e visto. Volto a deitar na minha cama a fim de dormir.

**Flash**

— Porque você me convidou para essa cafeteria? — Indago ao vê-lo levantar uma de suas mãos, a fim de chamar um garçom.

— Você está me ignorando demais, e eu não estou gostando disso. O que está acontecendo?

— Você ainda pergunta? Você namora Henia, minha melhor amiga. Você acha que eu vou deixar a minha melhor amizade por um cara que eu sou apaixonado?

Ele ia me dar uma resposta, mas seu rosto começa a ficar pálido, sua voz quase não saia. — He... Helia, o que você faz aqui? — sinto as batidas do meu coração acelerarem e o meu nervosismo crescer por todo o meu corpo.

— Você está me traindo com minha melhor amiga? — Henia indaga com os olhos cheio de lágrimas.

— Nã... não meu amor, é que...

— Não minta para mim, você está me traindo com ela. — Vocifera interrompendo-o.

Eu não sabia o que fazer. Qualquer coisa que eu dissesse iria me incriminar, e ela iria descobrir toda a verdade. Lembro-me que seu aniversário está próximo. — Okay, Henia! Te direi a verdade. — Olho para ele e o vejo me fuzilando com os olhos. — nós dois nos reunimos aqui porque... Viemos conversar sobre a surpresa que iríamos fazer sobre o seu aniversário. — Henia começa a ficar sem graça, um sorriso torto se forma em seu rosto.

***Realidade***

Não! Não! — Minha voz saía sem minha permissão. Meu corpo sem controle remexia-se a todo momento.

***Flash***

— Não vou fazer isso na casa da minha melhor amiga, e logo com o namorado dela! — Digo sentindo a sua língua sendo passada pelo meu pescoço levemente, fazendo-me revirar os olhos.

— Relaxa, gata. Ela acabou de sair, disse que iria demorar um pouco. — Responde fazendo eu me sentar por cima de seu membro.

— Mas... — Sou interrompida por sua voz angelical safada.

— Rebola, vai. — Ele pede fazendo um biquinho fofo. Eu queria poder dizer não, mas eu desejava fazer aquilo mais do que ele. Começo a rebolar lentamente em seu membro, enquanto ele segurava a minha cintura. — Isso... — Ele respondia quase em gemido.

— Melhor pararmos. — Digo ao tentar sair de cima dele.

— Não, gata! Só mais um pouco. — Fala puxando de volta ao seu membro. Começa a chupar carinhosamente o meu pescoço novamente.

— E se...

— Oi meus amores, esqueci minha... — A voz de Henia ecoa por todo o quarto, indo de encontro aos nossos ouvidos. Salto para longe do corpo dele com um impulso. Henia nos encara, com lágrimas se formando em seu rosto. — vocês... — Henia não termina a frase, tira o cordão com a metade de um coração dourado e joga sobre o chão. Se ausenta do seu quarto.

— Droga! Droga! Droga! — Ele fala sem acreditar no que acabara de ocorrer. — Eu vou atrás dela! — Profere levantando-se da cama.

— Não, deixa que eu cuido disso. — Me ausento do quarto. Henia já não estava mais em sua casa. — Droga!

***Realidade***

Lágrimas começam a transparecer em meu rosto, Minha cama já estava toda bagunçada por conta dos solavancos e remexidos que eu estava fazendo. — Você precisa me ouvir... Henia. —  Minha voz ainda saia sem minha permissão.

***Flash***

— Eu tenho é nojo de vocês. — Cospe no chão. — Fica com ele.

Ela volta a andar, ainda chorando. Para no meio da pista.

— Por favor, Henia! Não!

Seu corpo é arremessado para longe, o impacto do caminhão e o corpo de Henia foi tão grande que fez com que uma de suas pernas se arrebentasse por inteiro.

— Não!

**Realidade**

Não, Henia! — Sou acordada de meus pesadelos mais uma vez, com impulso. Começo a chorar agora com minha permissão, abraçada em meu travesseiro. — Perdão Henia! Essa não era a minha intenção, nunca foi. Eu te prometo que eu vou atrás dele para irmos até sua cova, pedir perdão diante de você. Eu prometo! — Profetizo. — Onde será que ele está? — Eu não sabia nada dele. As suas redes sociais não apareciam, ele realmente sumiu do mapa. Levanto-me da cama e começo pensar em quem poderia ter contato com ele. Sorrio ao lembrar de uma pessoa que já viveu há muitos anos ao lado dele. Agradeço aos céus por ter o número dele em meu celular, resolvo ligar. Na primeira tentativa a ligação é desligada, só que na segunda eu consigo.

— Quem é? — A voz doce de Fred adentra em meus ouvidos.

— Nicolly, Fred! Lembra de mim?

— como é que alguém pode esquecer da garota que traiu a melhor amiga com o namorado.

— Não fala assim, por favor! E já vai fazer um ano desde esse ocorrido.

— O que você quer? — Indaga sem paciência.

— Preciso que você me diga onde o Ex namorado de Henia se encontra.

— Sério que você vai atrás do seu Ex amante depois de tudo que aconteceu?

— Eu preciso que ele vá comigo ao cemitério, pedir perdão a Henia.

— vai atrás dela depois de morta? Vocês tiveram tanto tempo, não acha?

— Vai me ajudar, ou não? — Grito sem paciência.

— Ele mora numa cidade próximo daqui.

Fred me dá o local exato de onde o cara mora, enquanto eu anoto num papel. — Obrigado. — Desligo o celular sem esperar alguma resposta do próprio.

***

Pego as chaves do carro no quarto da minha mãe e me ausento. Estou prestes a sair para fora até que a voz de minha mãe me para. — Vai sair, querida? — Pergunta enquanto segura o seu livro histórico.

— Sim! — Respondo sendo mais fria possível.

— Você vai me tratar assim até quando?

— Até a senhora decidir me contar a verdade. — Respondo retirando-me de casa e indo em direção ao carro preto, coloco a chave e ligo.

***

O clima hoje esta lindo, nem muito nevoado, nem pouco. Passava a música "Take me home", na rádio. Essa música fazia com que eu pensasse na vida, nos meus momentos, em tudo o que eu vivi.

Começo a pensar no ex namorado da minha melhor amiga. Como Será que ele está agora? Será que conseguiu superar tudo que aconteceu? E porque ele foi embora no momento em que eu mais precisava do seu apoio?

***

Estou no Local exato que Fred me disse. Paro o carro e me ausento dele. Ando em direção a casa que Fred havia me dito, confirmo que é a casa certa. Olho para os lados e vejo que tudo é bem feito, menos aquela casa. A nevoada que caía por toda aquela área, dava destaque às árvores esverdeadas. O cheiro da natureza entrava pelas minhas vias respiratórias, o que me fazia sorrir instantâneamente. Paro em frente à casa, vejo que umas das janelas tem o vidro quebrado. Antes de bater na porta, arrumo o meu cabelo. Bato na porta três vezes e ouço gritos de dentro da casa.

— Já vou. — A voz masculina grita. Afasto-me um pouco da porta para que ela pudesse ser aberta. Ouço a porta sendo destrancada e aberta vagarosamente. Vejo cair de sua boca um cigarro. Ele fica impressionado ao me ver. Sua boca faz um grande Oh! — Ni... Nicolly!

— Tate!

Talvez Não Exista Um "amanhã".Onde histórias criam vida. Descubra agora