CAPÍTULO 02

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Já são 20:00. Tomo banho o mais rápido possível. Assim que termino, adentro em meu quarto e abro o meu guarda-roupa. Pego a toalha que recobria toda a extensão do meu corpo e jogo sobre minha cama.

Admiro o meu corpo nu olhando-o pelo espelho. — É! Esse corpo não é para qualquer uma, garota. — Passo minhas mãos pelos meus seios, indo de encontro à minha barriga sequinha e descendo até a minha parte íntima. - Talvez seja hoje. - Exclamo esperançosa.

Pego um sutiã de renda, cor preta. Uma calcinha boxer de renda, também de cor preta e visto-os. Procuro por uma blusa que não seja muito apertada, comemoro ao achá-la. Visto uma saia cintura alta, de cor azul. Viro-me de costas, olhando o meu bum bum pelo espelho. - Uau! Que gostosa você é. - Dou uma tapa de leve e gargalho.

Vou até o quarto de minha mãe à procura das chaves de seu carro. Me adentro em seu quarto em passos silenciosos. Vou até o criado mudo que ficava ao lado direito de sua cama, comemoro ao ver que estava lá. Olho de relance para minha mãe e vejo a mesma roncando, sorrio. - Te amo, mamãe! - depósito um beijo sensível em seu rosto, cubro o seu corpo com um pano e desligo o abajur.

***

Entro no carro preto, coloco as chaves e ligo. - GPS, "Motel Star's". - Falo para o GPS, o mesmo assente.

— Okay, "Motel Star's". — Alegro-me ao ver que o GPS me deu a localidade exata do Motel. Ligo o carro e saio.

***

A viagem até o Motel estava sendo cansativa, mas o clima estava bonito. Com as luzes dos faróis do carro, eu olhava a nevoada cair. Lembro-me que Henia amava esse clima. Ela me afirmou que foi nessa estação que ela conheceu o garoto com quem namorou, o garoto que eu me apaixonei, o garoto que destruiu com nossas vidas. Assim que ele soube que Henia havia sofrido um acidente e não tinha resistido, ele sumiu do mapa. Nunca mais recebi uma ligação dele, nem sequer mensagem, nada!

***

Chego no Motel Star's. Encosto o meu carro perto do Motel, abro a porta e saio. Olho para os cantos e me estremeço ao perceber que só havia o Motel e mais três casas um pouco distante naquele local. A nevoada fazia com que o meu nervosismo crescesse sobre o meu corpo, mas minha coragem retorna quando eu olho para cima e percebo que a luz do terceiro andar está acesa, sorrio.

Vou de encontro à porta de entrada e vejo que a própria está entreaberta. Empurro a porta levemente, a fim de abrí-la. A porta faz uns ruídos pertubadores demonstrando ser uma porta enferrujada, entro. Olho para os cantos e noto teias de aranha sobre o teto rachado do Motel. Vejo um elevador ao lado de uma planta de vaso que parecia estar morta. Vou até o elevador e decido usá-lo.

- Está no prego. - Uma voz masculina ecoa sobre todo o primeiro andar do Motel, chegando aos meus ouvidos. - Vá pelas escadas. - Olho de relance para a pessoa. Era um cara meio barbudo, moreno e de cabelo crespo. — Assinto com a cabeça.

Subo as escadas passando pelo primeiro andar e pelo segundo, chego ao terceiro alguns minutos depois. Antes de entrar, arrumo minha saia e minha blusa, tentando deixá-la um pouco comportada, enfim bato na porta. A porta abre-se lentamente sem a presença de alguém, suspiro fundo.

Olho para baixo e sorrio ao perceber pétalas de cor vermelha jogadas pelo chão. Que nem nos filmes de romance, eu decido seguí-las. As pétalas iam de encontro à uma mesa com vários aperitivos, meu sorriso mais uma vez se estampa em meu rosto. Fico de frente a mesa, admirando aquela cena, mas sou interrompida por uma mão cheirosa tampando os meus olhos.

- Gostou da surpresa? - A voz masculina sussurra em meu ouvido.

- De todas as partes desse Motel, esse andar é o que está mais arrumado. - Refuto tirando suas mãos de meus olhos.

- Não reclama, fiz isso tudo especialmente para você! - Fala indo até uma cadeira que parecia ser antiga, e arrasta para que eu pudesse sentar. Sento-me. Kaique pega um abridor de garrafas e começa tentar a abrir uma garrafa de champanhe, caçoo de sua cara ao ver que ele falhou duas vezes, ele bufa. Ficamos conversando sobre nossas vidas, até que ele levanta-se de sua cadeira e vai para um quarto que havia ali próximo. Grita pelo meu nome, entro. Ele se encontrava sentado numa cama com tecido grosso, de cor vermelha. Segurava uma garrafa de vinho em sua mão esquerda, enquanto a outra segurava duas taças finas.

- sente-se aqui! - ordena mordendo os lábios. Não respondo nada, apenas faço o que o próprio pediu. Kaique abre a garrafa de vinho de primeira, coloca metade do líquido vermelho em uma das taças e me entrega. Tomo o primeiro gole e sorrio de lado, encarando-o. Ainda estávamos conversando sobre nossas vidas, até que ele para por um momento. Eu me encontrava de frente para ele, vejo que o próprio sorria quando seus olhos se caiam sobre os meus seios coberto pela blusa. Kaique vem encostando lentamente seus lábios em meu pescoço, fazendo-me revirar os olhos de desejo.

- Kai... Não podemos, somos da igreja. - Exclamo, me arrependo pelas chupadas que ele depositava suavemente o meu pescoço.

- Claro que podemos, e eu também sei que você só vai para igreja por minha causa. - Meu rosto branco começa a ficar vermelho de vergonha. - Calma, querida! Eu adoro te ver na igreja. - Sussurra em meu ouvido, tirando minha blusa lentamente. - Oh! Eu adoro sutiã regata. - Profere em prazer, agora depositando beijos entre meus seios.

- Por favor... acaba com isso de uma vez. - Imploro puxando-o para cima de mim. Vejo seu sorriso malicioso se formar entre seus lábios. Kaique tira sua camisa branca, deixando o seu peitoral com uma tatuagem do nome de sua mãe transparecer, sorrio. Ele volta a beijar meu pescoço enquanto suas mãos palpavam meus seios.

- você é tão gostosa, Mary! - Profere desabotoando o meu sutiã. Mas eu o interrompo, tirando-o de cima de mim.

- Você me chamou de que? - Indago com expressão de raiva.

- Desculpa, Nicolly!

- Vai se ferrar! - grito levantando-me da cama e vestindo minha blusa.

- Calma, Niih. Todos cometem erros.

- Sim Todos cometem erros, mas nem todos são perdoados pelos seus erros. - Replico saindo do quarto. Desço as escadas até chegar o primeiro andar. Resolvo esperar um pouco para ver se ele viria atrás de mim. Me encosto na parede do Motel. O cara meio barbudo, moreno e de cabelo crespo que eu tinha visto logo mais, aparece novamente, esfregando o chão. Ele olha para mim e sorri. Reviro os olhos ao perceber que Kaique não veio atrás de mim. Resolvo voltar para dizer a ele que desde agora, eu não pisaria mais naquela igreja. Um sentimento de ódio se espalha por todo o meu corpo quando eu o vejo num telefonema.

- Mary, sim! Ela já foi... Motel Star,s... estarei te esperando, baby. - Ele desliga o telefone. Apareço na porta do quarto e vejo o rosto assustado de Kaique se formar ao me ver.

- Você é um ser nojento! - Vocifero fazendo cara de nojo.

Talvez Não Exista Um "amanhã".Onde histórias criam vida. Descubra agora