CAPÍTULO 01

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— já estamos chegando ao final de mais uma assembléia, irmãos e irmãs. Quero que todos fechem os seus olhos e imaginem uma pessoa especial, que nesse momento está distante. — O pastor ordena com a voz forte, para que pudesse chamar a atenção de todos que ali estavam presente. Todos obedecem fechando os seus olhos, faço o mesmo. — Agora eu quero que todos imaginem um momento marcante que tiveram com essa pessoa.

**Flash**

— Por favor, Henia! Você precisa me ouvir. — eu gritava, enquanto ela corria em direção à estrada movimentada, chorando. — Eu não queria que fosse dessa maneira, eu não escolhi me apaixonar por ele! — Falo aos brados.

Ela se vira, com um semblante de nojo e tristeza. Passa o seu polegar sobre os olhos, afim de cessar as lágrimas que desciam sobre suas bochechas rosadas. — Quanto tempo vocês estão juntos? — Profere andejando à passos lentos para de encontro à mim.

Fico alguns minutos em silêncio, pensando. Porém sou interrompida pelos gritos raivosos de Henia.

— Me fala! — Henia põe suas duas mãos sobre a cintura, com os pés batendo no chão, parada de frente para mim.

— Eu não me lembro, Henia! Por favor, precisamos conversar com tranquilidade. — Pego em suas mãos tentando levá-la para um banco de cimento que havia naquele local.

— Não toca em mim! — larga de minhas mãos. — Eu confiei em você. Fiz de você minha melhor amiga, ofereci meu ombro quando aqueles caras não te davam bola. Foi eu quem te defendi quando a patricinha da faculdade veio tirar sarro de sua cara. — Embravece-se. — Nicolly, foram cinco anos de amizade. Como é que você tem coragem de fazer isso comigo? — seus olhos começam a lágrimejarem novamente.

— Me desculpa, mas eu realmente me apaixonei por ele, e você sempre soube que ele não era boa peça. Ele semp... — sou interrompido por uma tapa no rosto. Fios do meu cabelo longo e liso caem sobre o meu rosto suado.

— Eu tenho é nojo de vocês. — Cospe no chão. — Fica com ele.

Ela volta a andar, ainda chorando. Para no meio da pista.

— Por favor, Henia! Não!

Seu corpo é arremessado para longe, o impacto do caminhão e o corpo de Henia foi tão grande que fez com que uma de suas pernas se arrebentasse por inteiro.

— Não!

**Realidade**

— Não!

— Nicolly, querida! O que houve?

Sou tirada dos meus pensamentos profundos com uns impulsos sobre o meu ombro. — Eu pensei nela, mamãe! — Falo chorando e abraçando-a.

— Calma minha filha, você não teve culpa. — Fala quase num silêncio, em meu ouvido.

Todos olhavam para mim, sem entender a cena que acabara de ocorrer. Solto-me do abraço de minha mãe. — Vamos embora mamãe, por favor. — Imploro.

— sim minha querida, vamos. — Responde guardando a bíblia que levava todo os domingos para a igreja, em sua bolsa Rosa.

Abro espaço para que minha mãe possa passar, ela sorri. Estávamos sentadas nas cadeiras que ficavam ao lado esquerdo da porta de saída, agradeço aos Céus.

Minha mãe sai para fora da igreja. Pego minha bíblia que ainda estava sobre a cadeira e guardo em minha bolsa. Antes que eu pudesse sair para fora da igreja, uma mão músculosa pega o meu antebraço, pondo uma leve força. Olho para trás e sorrio ao ver que era Kaique.

Talvez Não Exista Um "amanhã".Onde histórias criam vida. Descubra agora