CAPÍTULO 05

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***

Adentro em minha casa indo em direção ao meu quarto. Passo pela sala e vejo que mamãe e minha tia já estão em casa. Vou de encontro à elas e peço a bênção. Assim que recebo, Subo para o meu quarto e me jogo na cama. Tiro o dinheiro da minha bolsa e a encaro com um belo sorriso vitorioso no rosto. Volto a guardá-lo em minha bolsa e me espreguiço. O sono começa a tomar conta de mim, fecho os olhos lentamente, pegando no sono.

***Flash***

Foi tudo tão mágico, amiga! — Henia me contava alegre, de sua noite com o seu namorado, enquanto passeávamos  pela faculdade onde estudávamos juntas.

— Eu imagino. — Finjo sorriso falso. Sou apaixonada pelo namorado da minha melhor amiga. Mas entre o amor dele ou a amizade dela, eu prefiro Henia.

— Ele disse que... — Henia cessa o diálogo quando ver Mary beijando o seu namorado, o garoto por quem eu sou apaixonada. Eles estavam encostados à uma macieira. Henia corre em direção à eles e os separam. — Solta ele, sua vagabunda! — Henia compeli Mary para longe do corpo de seu namorado. Mary cai no chão. Henia senta-se em cima de Mary depositando tapas fortes em seu rosto branco. — Eu te odeio!

— Calma Henia! — Profiro tentando tirá-la de cima de Mary.

O namorado de Henia ajuda Mary a se levantar. A própria sai correndo. Henia se abraça em mim se desaba em lágrimas. O namorado da própria olha para mim, eu fuzilo-o com os meu olhos. — Eu posso te explicar. — Ele diz vindo em nossa direção.

— Eu não quero mais saber de você! — Grita dando impulsos em seu peitoral. Henia sai correndo daquele local onde nos encontrávamos. Corro afim de alcançá-la, Mas sou parada por ele.

— Eu te odeio! — Sussurro num tom que desse para ser ouvido somente por  ele. Solto-me do próprio e volto a correr.

***Realidade***

Começo a remexer-me de um lado para o outro. Os pesadelos não saiam de minha mente.

***Flash***

— Eu te amo, melhor amiga! — Henia falava quase em silêncio no meu ouvido, enquanto me abraçava fortemente.

— Eu te amo mais!

Ela solta-se do meu abraço e segura em minhas mãos, me passando confiança. — Obrigado por ter me feito voltar com ele, eu não queria mais saber dele e você conseguiu me convencer a dar-lhe uma segunda chance. Se você disse que a Mary foi quem o beijou, eu acredito! — Exclama com um longo sorriso estampado no rosto. Henia passa suas mãos sobre o seu pescoço. — Quero que você feche os seus olhos e abra as mãos. Faço o que me foi ordenado. Henia coloca algo como se fosse um cordão em minhas mãos e pede para que eu abra os olhos. Sorrio ao confirmar que aquilo era um cordão. Um belo cordão com a metade de um coração dourado. — A partir desse momento, eu te declaro a minha melhor amiga. Nada e nem ninguém avaliará a nossa amizade. — Profetiza abraçando-me fortemente mais uma vez.

Eu queria poder dizer a verdade a ela, dizer o quanto sou apaixonada por ele. Mas eu não podia. Ela estava feliz, e eu estava feliz por vê-la bem. — Eu... te amo! — Declaro dando bitocas em suas bochechas fofas.

***Realidade***

Meu corpo começa a suar frio enquanto eu ainda me remexia.

***Flash***

— Me desculpa, mas eu realmente me apaixonei por ele, e você sempre soube que ele não era boa peça. Ele semp... — sou interrompido por uma tapa no rosto. Fios do meu cabelo longo e liso caem sobre o meu rosto suado.

— Eu tenho é nojo de vocês. — Cospe no chão. — Fica com ele.

Ela volta a andar, ainda chorando. Para no meio da pista.

— Por favor, Henia! Não!

Seu corpo é arremessado para longe, o impacto do caminhão e o corpo de Henia foi tão grande que fez com que uma de suas pernas se arrebentasse por inteiro.

— Não!

***Realidade***

Não! — Grito arremessando-me da cama com toda força. Ponho minhas duas mãos sobre o colchão fofo e respiro fundo. Trovoadas e o barulho chuva ecoavam pelo extenso do meu quarto escuro. Lágrimas escorriam sobre o meu rosto e eu não conseguia contê-los. Puxo o meu cordão com a metade de um coração dourado para fora do meu pijama e começo a visualizá-lo, triste. — Queria que tudo fosse diferente. Você não merecia morrer daquela maneira. Eu te peço perdão! — Exclamo enquanto colocava a metade do coração sobre os meu lábios, ainda chorando. Olho no meu relógio de pulso e vejo que ainda são 03:40 da manhã. Levanto-me para tomar um copo de água. Assim que término, volto para o quarto e tento dormir mais uma vez.

***

Parabéns pra você, nessa data querida! — Escuto cantoria, sorrio ainda com os olhos fechados.

— Bom dia, meu amor! — Minha mãe diz beijando minha testa. — Já que não conseguimos fazer nada ontem para você, por conta do ocorrido, eu, sua tia e seu amigo decidimos fazer hoje.

Amigo? Que amigo? — Indago curiosa, passando a testa da minha mão sobre os meus olhos e me espreguiçando. Vejo a porta do meu quarto sendo destrancada, eu estava ansiosa para ver quem era a pessoa do outro lado. Sobressalto ao ver quem era. — Kaique? — Profiro num tom alto, olhando de relance para minha tia e minha mãe e vendo que as duas me encaravam com um sorriso no rosto.

— O próprio. Parabéns, minha querida! — Fala vindo de encontro à mim com um bolo sobre suas mãos.

Meu olhar de nojo se forma ao ver aquele belo sorriso sacana em seu rosto. — Não acredito que ele teve a cara de pau de vim aqui em casa. — Penso.

Puxa! Esqueci os copos e o refrigerante. — Ele profere num tom surpreso.

Pode deixar, eu e Tácia vamos pegar. — Minha tia articula puxando minha mãe para fora do quarto. A porta é fechada.

Volto a encará-lo e o vejo sentando em minha cama. — Como você tem coragem de aparecer aqui depois do que você fez ontem? Não tem medo de levar outro tapa? — Falo alto encorajando-me.

— Calma baby, eu errei e tô aqui para pedir desculpas. E ontem eu gostei do seu tapa. Até brava você é sexy! — morde os lábios maliciosamente.

— Babaca! Escuta aqui, eu vou te desculpar, mas eu não quero mais nada com você.

— Será? — Indaga encostando seus lábios carnudos ao meu. Afasto-me.

— Já fui amante uma vez, não serei novamente. — Levanto-me de minha cama, indo até o meu guarda-roupa. Pego uma saia jeans, entro no banheiro e visto. Quando saio do banheiro, sou empurrada levemente contra a parede. Kaique eleva o seu rosto lentamente ao meu. — Kaique, eu já te disse que... — Sinto uma tontura e Caio vagarosamente no chão. Mas Kaique me pega pelos braços e me leva até a minha cama.

— O que houve? Não está se sentindo bem? — Indaga preocupado colocando o meu corpo sobre o colchão fofo.

— Foi só uma tontura. Não preciso de sua preocupação! — Profiro colocando pressão nos meus polegares sobre minha cabeça.

— Entendo. Mas mudando de assunto, tenho um presentinho para você. Feche seus olhos.  — Ele ordena. Encaro-o por alguns instante, ele me olha sério. Faço o que o mesmo pediu. Sinto Kaique levantando-se da cama e indo até algum cômodo, pega algo e volta sentar-se na cama. — Quando eu contar até três, você abre o seus olhos, okay? — assinto com a cabeça. — Um... dois... três.

Abro os meus olhos e vejo Kaique segurando uma caixinha de aliança nas mãos. Fico surpresa e feliz ao ver aquela cena, não sabia o que dizer. — Ka... Kaique... Eu... — Falo com a voz quase falha. Kaique começa abrir a caixa de aliança lentamente e quando ele é aberto por completo, o meu sorriso se desforma. — Tá de brincadeira com minha cara? — Na caixinha havia duas camisinhas, uma com sabor de morango e outra de uva.

— Você aceita transar comigo?

Talvez Não Exista Um "amanhã".Onde histórias criam vida. Descubra agora