- Não, isso não foi um sonho. - A policial aparece por entre os panos que cobriam todo o ângulo onde eu me encontrava, imóvel. - Estamos na enfermagem do presídio. - Puxo o meu braço mas percebo que ele está algemado entre o cano da maca, bufo.
- Vejo que a mocinha já acordou. - Uma enfermeira, de vestimenta branca e cabelo amarrado no estilo coque fala vindo em minha direção. Põe suas mãos sobre o meu pescoço. - Sua febre baixou. Tá sentindo algo? - Balanço a cabeça negativamente. - Sua pressão estava muito baixa.
- Ela já pode ir? - A policial indaga alto mostrando estar sem paciência.
- Sim! Irei dar só mais uma injeção para que mastarde não sinta dor de cabeça, nem enjoo. Tem que se cuidar, mocinha. - Sorrio revirando os olhos. Sinto um alívio quando as algemas são tiradas do cano da maca, mas resmungo quando ele é colocado sobre os meus braços. A policial empurra meu ombro levemente, fazendo com que eu andasse.
***
Sou empurrada para dentro da sela, espero a policial se virá e faço careta, Andryk começa a rir. Sento-me no chão onde ela se encontrava. - Como foi lá? - Andryk indaga.
- O Delegado disse que eu terei que ficar preso enquanto esse mistério não for resolvido.
- Que mistério?
- Eu fui acusada de matar a mãe da minha ex melhor amiga, que se suici... - Paro por um momento.
- Puxa! Eu sinto muito.
- Mas eu não fiz nada, Andryk. Eu juro! Quando minha ex melhor amiga tinha 10 anos, ela foi estuprada por um cara, e ela escondeu isso de todos, até o dia de sua morte. Ela escreveu uma carta dizendo o que havia acontecido consigo.
- Mas o que a morte da mãe dela tem a ver com você?
- Ela descobriu o nome do cara que estuprou a sua filha, então ela decidiu ir em na casa dele e fazer ameaça, tentei impedi-la, mas ela não me escutou... - Sou interrompida.
- Mas o que você tem a ver?
- Eu andei com ela à manhã toda, menos à noite. Eu estava com o meu namorado, até receber uma ligação de uma mulher pedindo minha ajuda, talvez fosse ela. - Andryk assente com a cabeça, seria. - Agora vamos dormir, estou morrendo de sono. - Falo encostando minha cabeça sobre o colchão, ficando de frente para a janela, onde o brilho da lua daquela noite se encontrava. Ela faz o mesmo. O silêncio ecoava pela sela, mas Andryk quebra o silêncio.
- Qual é o seu maior sonho?
- Eu tenho dois sonhos. O primeiro é encontrar o meu pai e o segundo é dar uma vida melhor à minha mãe. Já passamos por tantos problemas financeiros, e mesmo com esses problemas, ela nunca me deixou de dar nada... Porém, a única coisa que eu mais queria, ela não me deu.
- O que? - Andryk indaga mostrando-se curiosa.
- O meu pai. Eu sempre quis saber do meu pai biológico, mas ela nunca me disse nada sobre ele. Mas isso não importa. Agora eu quero saber do seu maior sonho.
- Também tenho dois. O primeiro é descobrir o paradeiro dos meus irmãos, sinto saudades deles. E o segundo é conseguir me vingar de Gabriel Nosvalk pelo que ele fez com minha família. - Sinto o nervosismo passando pelo meu corpo, mas me controlo. - Agora vamos dormir, boa noite! - Apenas sorrio para Andryk.
***
Sou acordada com impulsos sobre o meu ombro. Abro os olhos lentamente. - Está na hora de tomar banho, Nikolly! Se levanta. - Levanto-me meio zonza. - Hoje é dia de visita.
***
Olho para os lados e me entristeço ao ver que todas as presidiárias estavam com suas famílias, conversando. Olho para o relógio, depois para a mesa, batendo meus joelhos entre si. A ansiedade estava tomando conta de meu corpo. - Onde está você, mamãe? - Penso pressionando minhas mãos entre si. A porta da sala é aberta. Viro-me depressa para ver quem estava entrando. Sorrio ao ver Kaique, que segurava uma sacola com algo dentro, imagino ser comida. Ele vem até onde eu me encontrava, levanto-me para abraçá-lo. - Meu amor! - Digo depositando beijos em seu pescoço. Seus olhar sério cai sobre os meus, assim que o abraço de encerra. - O que houve?
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Talvez Não Exista Um "amanhã".
Lãng mạnOlá! Me chamo Nikole Kidman. Sou uma jovem, de 23 anos e garota de cabelos lisos, longos e de cor preto destacante. Moro numa pequena cidade dos Estados Unidos somente com minha mãe. Meu pai nos abandonou quando eu tinha 1 ano, pois não aguentava a...