Capítulo 2 - Essas coisas nunca ficam escondidas por muito tempo

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Victor estava pasmo em como a ignorância humana poderia ir longe, ele via velhos sem nada para fazer fuxicarem sobre como os tempos mudaram e em como a floresta densa, cheia de pinheiros, carvalhos, matos e outras vegetações havia mudado para algo além de sombrio e fantasioso.

Para ele, aquele lugar estava além da fantasia....

Depois do incidente na floresta, onde ele havia visto a coisa humanoide, possuidora de dentes parecidos com os de um tubarão, garras afiadas e sem os olhos ou nariz deitada aos seus pés, morta e seu colega da escola, tudo que se lembra é da mais profunda escuridão depois disso.... Depois daquele magnifico encontro com a morte.

Na verdade, Victor nem sabia o que aquele garoto era, mas de qualquer jeito foi um encontro que o marcou. Nunca esqueceria a imagem que a criatura o mostrara, estava o atormentando aos poucos, como uma doença se alastrando por sua mente.... Sua mãe não era quem achavam que era.

Uma mulher mesquinha e narcisista que só ligava para si e nada mais, não culpava o pai por sumir, se pudesse o faria.

Então uma bandeja é posta a sua frente, causando um grande som, tirando-o de seus pensamentos fúnebres sobre sua vida. Era aquele garoto, o maldito moleque com cara de caveira e olhos flamejantes que pareciam ler sua alma.

Victor levantou o olhar e encarou seu colega, anos de zoação não são esquecidos facilmente só por aquele ser a sua frente possuía um poder que desconhecia.

Queria-lhe jogar mil pragas, mais do que Deus havia jogado neste mundo mundano de homens que só pensam em si. Mas não podia, não quando nem sabia com o que estava lidando, talvez aquele garoto a sua frente com um sorriso presunçoso salvasse sua vida.

-O que está fazendo aqui? –perguntei com ódio e apreensão, odiava o fato de saber que aquele que me salvou me atormentou.

-Relaxa, deveria me agradecer pelo que fiz, estaria morto neste momento – respondeu de forma simples, como se fosse nada, mas num leve tom de irritação.

-Estarei relaxado só no momento que entenderei o que aconteceu naquele lago no meio da floresta – respondi afoito, as lembranças me atingindo em cheio. Com medo olho rápido pros lados para me certificar que não possui ninguém ouvindo aquela loucura.

-Ei, se acalma, escute...-toma uma respiração e continua – Contarei tudo, mas terá que guardar-lhe segredo, tenha em mente que tudo visto naquele dia, está além desse plano – Com uma última olhada para Victor, começa a comer o lanche que havia comprado.

-Certo, só quero entender – respondi resignado, estava com medo do que ouviria. Pensar que tudo que acha uma balela gigantesca era verídica o assombrava.

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-Tá, já que quis justamente vir comigo na minha casa, poderia ter educação ou por acaso não lhe deram? -olhar aquele garoto petulante com os sapatos sujos em cima de minha mesa de trabalho matava-me aos poucos, queria velo sangrar.

-Relaxa aí, e senta logo para eu contar e te ajudar a entender tudo, antes que sua cabeça exploda de tanto pensar -respondeu dando um pequeno sorriso quase imperceptível.

Nós havíamos saído da lanchonete Coffee Cave e para o meu total desanimo aquele garoto tinha resolvido ir para casa comigo, dando a desculpa que me contaria tudo o que eu quisesse saber.

Agora estávamos no meu quarto onde apenas tinha uma cama encostada na parede esquerdo, minha mesa de trabalho ao lado e, meu guarda roupa na parede direita e várias estantes algumas cheias de livros, outras com papeis e eletrônicos.

-Escute...Tudo o que já ouviu, imaginou ou pensou de mais assustador existe e está nesta floresta, nos observando, tentando levar quem quer que seja para junto deles. Por isso eu o alerto para que tome cuidado e nunca escute eles. –Fiquei um tempo pensando no que seria essas coisas, mas lembrei daquele humanoide e entendi, essas coisas te enganam.

Mesmo eu querendo mata-lo por sujar minha mesa, ouvia-lhe atentamente, queria saber com o que lidei e estava lidando.

David me contava que desde séculos, aquelas terras eram imaculadas, sangues de indígenas, rituais diabólicos, oferendas humanas para deuses, e tudo de mais nojento e vil poderia ser imaginado. Tudo em um minúsculo lugar, chamado Blutiger Wald.

Foi aí que entendi, tudo, essas coisas, não ficariam na escuridão por muito tempo. A verdade surgiria.

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⏰ Última atualização: Jan 21, 2020 ⏰

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