Cap. 1 - DEPOIS DA... FESTA - ( Pte. 2 )

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Depois de tomar um delicioso café da manhã, acidentalmente derrubei uma vasilha de leite com cereais. Rapidamente peguei um pano para limpar a sujeira e... Ops!

Acidentalmente escorreguei pelo chão da cozinha, e... - Jesus! - Lá ia eu porta afora.

Tudo que via ao meu redor era um borrão verde e acinzentado, e logo... Lá estava eu, estatelada perto da porta aberta.

Tudo estava diferente lá fora:

A calçada, as pessoas... Os cachorros que saíam detrás das árvores e arbustos eram enormes. Todos tinham focinhos, pêlos, cauda... Quatro patas...

- Deus! - Também tinham dentes! E orelhas... Pontudas!

Foi quando um Volvo preto se aproximou de meu portão passando por uma placa que parecia indicar um endereço:

- Aqui mesmo amigo. - Dizia a voz.

- Rua Nova? - Perguntei confusa, quando minha audição captou outro som:

- Número treze. Por favor! - Alguém dentro do belo automóvel pedia com uma voz tímida e aveludada. Às vezes minha audição me espantava, de tão apurada. Ou seria minha colega Rosângela soprando em minha orelha o endereço de minha casa, numa daquelas provas difíceis onde você tem que responder um monte de questões socioeconômicas?

O dia seguiu tranquilo, sem o trema, é claro. Em pouco tempo a cena também mudara e lá estava eu, no Enforks High School.

Passei o tempo todo conversando com minhas amigas sobre várias coisas. Incrível como tínhamos assuntos humanamente comuns como, por exemplo: Analisar cada passo de Etward enquanto se movia pelo refeitório, seus cabelos metrossexualmente tingidos e arrepiados, seu estilo casual, e no modo gracioso como tinha cãimbras que o faziam cair nalgum lugar escuro, toda vez que algum raiozinho de sol adentrava as janelas que davam para os fundos da escola.

Uma vez o vi cair no chão e tentei ajudá-lo, mas uma garota negra e linda de olhos verdes, longos cabelos crespos cacheados e vestida com uma bela capa carmim e aveludada acabou esbarrando em mim, me fazendo derrubar meu refresco de frutas, no qual tropecei e caí sentada com minha calça branca.

Nunca soube o nome dela, e apesar de tentar me ajudar enquanto todos riam da situação, neguei ajuda. 
Era como se... A garota da capa... Não pertencesse àquele lugar onde eu estava.

Aquele era o meu mundo, o mundo onde eu preferia ser invisível aos meros mortais e ter olhos apenas para o meu Etward.

Enfim; resolvendo aquele incômodo e voltando para meu pequeno e perfeito ciclo social...

Meu amigo que adorava dançar, indo para trás e girando, sempre achou Etward um tanto estranho, mas nunca disse nada. Depois de fazer uma excursão para o Alaska, voltou parecendo um dos parentes dele. Também achei incrível como os dois viraram amigos e gostavam de música pop.

Jack Five era uma pessoa maravilhosa, mas hoje estava concentrado, não parava de falar ao telefone com o primo Billie Jean, um bonitão que deu em cima de mim, mas isso foi há muito tempo!

- Pode deixar! - Jack Five disse radiante - Eu vi o Thriller desse filme. É muito bom!

- Passo aí pra te pegar! - Alguém sussurrou e ele desligou o telefone.

Ai, esse Jack Five. Às vezes acho que ele já morreu, e se esqueceram de enterrar. Saudades mil!

Voltei para casa no meu Land Rover blindado, e com travas automáticas à prova de vampiros. Esse foi um presente de Natal de minha mãe, para o caso de eu me deparar com assaltantes pálidos e fortes o suficiente para quebrar vidros temperados, ou arrancar portas de carros com as mãos.

[UDG/F1] RUA NOVA - A SAGA QUE MÚSCULOOnde histórias criam vida. Descubra agora