Crianças são verdadeiros diabretes

2.6K 361 175
                                    


O som de algo tocando insistentemente despertou o loiro de seu sono tão confortável. Que raios de musiquinha familiar era aquela que estava tocando? Tateou a cama a procura do que estava fazendo aquele som irritante quando suas mãos alcançaram a pele aquecida de outro corpo. De súbito abriu os olhos, mas tão logo a claridade no quarto lhe encandeou, se arrependeu de ter feito isso.

Quando por fim conseguiu enxergar algo, notou que Zoro dormia profundamente e o celular, que era o que estava fazendo barulho antes, já havia parado de soar àquela altura. Por um curto momento se perguntou o porquê de ter o Roronoa em sua cama quando, em um flash, as memórias confusas da noite anterior voltaram a sua mente de uma única vez.

Gemeu baixo sentindo a cabeça latejar e o rosto esquentar miseravelmente. Ele falara tantas coisas vergonhosas que nem dava para listar todas em seus dedos. E ainda beijara Zoro! Duas vezes!

Pelo menos, vendo pelo lado positivo, ele não fora rejeitado ao tomar a iniciativa. Na verdade, Zoro pareceu disposto até demais a correspondê-lo. Seu coração fez uma pequena comoção dentro do peito e apesar de estar com uma ressaca horrível, não podia evitar a felicidade quase sair pelos poros.

Foi nesse momento que um resmungo ininteligível chamou sua atenção e Sanji reparou, pela primeira vez, que o jovem de cabelos verdes dormia realmente bem próximo a si. Piscou surpreso, descendo as mãos imediatamente pelo próprio corpo a procura de indícios que indicassem que algo mais havia acontecido. Devido ao seu infeliz estágio alcoólico pouco se lembrava do que fizera depois de beijar Zoro pela segunda vez. Felizmente suas roupas estavam todas no lugar, confirmando a teoria de que realmente só dormiram lado a lado.

Sanji admirou a capacidade do Roronoa dormir tão profundamente ao ponto de nem o som do próprio celular conseguir despertá-lo. Era quase um dom! E ele ainda estava dormindo com uma serenidade e confortabilidade tão grande que isso despertou o lado vingativo do loiro. No instante que o celular recomeçou a tocar a abertura de Game of Thrones, Sanji apoiou bem o pé na barriga do outro e o empurrou para fora da cama.

Zoro caiu com um sonoro estrondo e levantou-se assustado como se estivesse pronto para revidar seja lá quem que o estivesse atacando.

— O que... Você me empurrou da cama?! — piscou sonolento, relaxando os ombros ao perceber que não havia ataque algum e estavam apenas ele e Sanji no quarto. Ah, ele dormira antes de ir pra própria cama? Isso meio que explicava o ataque repentino de Sanji. — É assim que me trata depois de todo o nosso lance de ontem à noite?

Sanji grunhiu, ocultando seu rubor com um travesseiro no rosto. Como alguém podia ser tão cara de pau como aquele ser?

— Argh, cale a boca e saia logo daqui! — respondeu com a voz abafada por ainda estar com o rosto escondido.

Mesmo estando sonolento, Zoro deu um meio sorriso antes de dar um longo bocejo.

— Pelo menos você admite que tivemos um lance...

— Por mais que eu queira esquecer, aparentemente não sofri a famosa amnésia alcoólica. Agora vá dormir no seu quarto, vá. — enxotou-o sem a menor sombra de remorso. — E quando sair leve seu celular barulhento. — resmungou parcialmente mal-humorado pela dor que ainda pungia forte em sua cabeça.

Como era consideravelmente cedo para que qualquer neurônio de Zoro iniciasse seu trabalho, ele preferiu ceder e ir pra sua cama dormir o máximo de horas que conseguisse. Adoraria continuar provocando-o, mas o sono falou bem mais alto em seu corpo. Por isso arrastou-se até o quarto ao lado e em seguida jogou o corpo no colchão macio de qualquer jeito. Nem ao menos se deu ao trabalho de cobrir-se com algum tecido, visto que tão logo acomodou-se na cama, adormeceu.

PantsuOnde histórias criam vida. Descubra agora