13.carson

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Algumas coisas são duras demais para que sejam quebradas e tenham seus pedaços escondidos

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Algumas coisas são duras demais para que sejam quebradas e tenham seus pedaços escondidos. Eu acho que o passado de Lilly Avra é uma delas. Na maior parte do tempo eu sei que ela está bem, sorrindo para seus novos alunos e bastante grata por ter o nosso sofá e os legumes que Seth grelha para nós todos os dias. É o jeito ansioso com o qual ela rola seus anéis de latão nos dedos ou fuma escondido no campo de futebol vazio atrás de casa que me dão a certeza de que as rochas de lembranças então sufocando seus pensamentos. É como se ela estivesse soterrada.

― Ei.

Eu salto para o gramado congelado atrás do nosso apartamento. Não temos neve caindo, mas a umidade da manhã congela com o frio que faz do lado de fora. Lilly se vira, envolta em uma fumaça de nicotina e abaixa o cigarro, levando a mão até as costas. É automático como ela tenta esconder as coisas de mim sabendo que não vai funcionar. Seu lance com o cigarro é uma metáfora para o medo dentro dela. Qualquer pessoa sabe que ele está lá.

― Você chegou! Como foi a escola hoje?

― Como sempre. ― Eu me aproximo, estendendo a mão até suas costas e roubando o cigarro dela. Quando levo-o aos meus lábios, Lilly desvia os olhos. ― Como foram as aulas de violão?

― Boas. ― Seus ombros balançam. ― Eu olhei um apartamento também. Em um bairro aqui perto, mas não tão cheio de frescuras ricas como esse. Há duas meninas e elas precisam de alguém para dividir um dos quartos e as despesas. Eu disse a elas que passo o dia e a noite fora, então não gasto com muita coisa. Se o seu telefone tocar, pode ser o meu novo lar. Eu dei o seu número a elas.

― Você sabe que pode ficar aqui o tempo que quiser, Lilly.

Lilly pega o cigarro de volta antes que eu acabe com ele. Eu sei que ela não está confortável porque seus olhos gelados não sustentam os meus. Ela está dormindo no nosso sofá há duas semanas, mas a perspectiva de que meu pai pode voltar deixa Lilly incomodada. Ela não quer parecer uma aproveitadora. E já me disse que sente como se estivesse tirando a liberdade que eu e Seth temos em nossa casa.

― Seth me disse que conseguiu um Pub, com o chefe dele. Eles me indicaram lá, sabe? Vou fazer um teste. Você vai me ver?

― Por que eu perderia a sua estreia?

Felicity sorri, apagando o cigarro com a ponta do pé. Ela se aproxima e sobe nos dedos para me beijar rapidamente. Sorrio de volta, abraçando-a antes que ela escape e a beijo de volta. Lilly inclina a cabeça para o lado e sua mão despenca do meu peito até a minha calça. É impossível não gemer quando ela me acaricia por cima do jeans, o que a faz sorrir de um jeito perverso antes de me beijar mais uma vez.

Temos nos especializado nesses amassos. Às vezes eu acho que vai acontecer de irmos adiante, mas ela sempre para por algum motivo. Não consigo descobrir o que. Se ela tem medo que Seth chegue ou se está lembrando do que viveu com o maníaco que tirou a virgindade dela e a fez acreditar que era seu namorado.

A minha falta de experiência sempre me leva a crer, no entanto, que o que tem pesado para Lilly decidir não transar comigo é o fato de eu nunca ter transado. Estou me contentando em tocar seus seios por cima do sutiã e em sentir a sua mão me acariciar por cima da roupa, mas isso está me matando.

― Lilly. ― Seguro os seus ombros e puxo o ar profundamente. ― Você vai acabar comigo. Eu não quero pressionar você a nada, mas está difícil não parecer um adolescente prestes a explodir toda vez que você me beija assim.

― É porque você é um adolescente prestes a explodir.

Ela está se divertindo as minhas custas. Não sei, mas isso me magoa de um jeito esquisito. Dou de ombros, deixando-a no campo de futebol e me virando para casa. Seus passos me seguem em silêncio e quando ela fecha a porta dos fundos atrás de si, ouço seu suspiro.

― Ei, Carson. Me desculpe. Eu quero você também. Só não consigo parar de pensar que sou mais velha e estou me aproveitando da sua hospitalidade. Não quero repetir os erros que eu cometi com o Tom. Eu sei que não tem nada a ver conosco isso. Você não quer transar comigo só para me deixar dormir no sofá. Mas não consigo tirar isso da cabeça. Você entende?

― Você acha que se eu não entendesse estaria levando tudo isso na boa?

Eu me viro de volta para Lilly. Ela está retirando o casaco que dei a ela. O único da mamãe que encontrei em toda casa. Provavelmente porque o papai deixou todas as coisas dela em Seven Heavens. 

Lilly pegou suas poucas roupas no trailer em que seu pai e seu irmão moram. Mas ela não tem muita coisa. Principalmente coisas quentes.

― Eu gosto de você de verdade, Carson. ― Ela me confronta. ― É a primeira vez que eu sinto que alguém gosta de mim de volta do mesmo jeito.

― Estou apaixonado por você, Felicity.

Um rubor percorre o rosto dela quando ela se aproxima. Ela encaixa o indicador no furo do meu queixo, me fazendo sorrir. É o gesto bobo dela que eu mais gosto.

― Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens também. E isso me incomoda um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fossem música.

E ela sabe O Pequeno Príncipe de cor. E começa a cantar Make You Feel My Love no meu ouvido. Não sei dançar, mas me mexo de um lado para o outro com ela. Sinto sua coluna por baixo da camiseta surrada, a curva de sua cintura, seus lábios no lóbulo da minha orelha. Lilly me enche de tesão e amor ao mesmo tempo. E ela sabe disso.

Seus passos desconexos me puxam para a sala, giramos até o corredor e ela envolve meu pescoço com os braços me puxando para o quarto. Eu vejo quando seu pé empurra a porta com força, o que me faz sorrir. Ela continua cantando até me jogar na cama. Sua voz entra em sintonia com o modo como ela puxa a blusa para cima e balança os cabelos ao me dar uma visão sua só de sutiã.

Ela é perfeita. Só consigo pensar nisso, olhando para ela se arrastando para mim e me beijando. Quando os dedos de Lilly abrem o meu zíper e deslizam por dentro da minha cueca, gemo profundamente. Ela segura o meu pulso e guia a minha mão para dentro dos seus jeans.

Eu a sinto quente e úmida quando a toco. Seu sorriso é a última coisa que eu vejo antes de ficar completamente entorpecido de prazer. Nada mais faz sentido além de mim e Felicity. Porque é a coisa mais intensa e prazerosa que estou vivendo. Quero que dure para sempre. 

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