Como você entrou aqui?

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Um pequeno feche de luz que conseguiu escapar da cortina de uma das janelas próximas a minha cama e acertar justamente o meu rosto, o que fez minha cabeça doer e muito. Tentei voltar a dormir virando para o lado, mas não adiantava mais, levantei sentindo a dor ficar pior e fui até o banheiro parando em frente ao banheiro. Meu estado era o pior possível, havia varias manchas pretas perto dos meus olhos e pela bochecha, meu batom estava o mais espalhado possível pela minha boca e dava pra perceber pelos olhos ainda avermelhados que eu havia chorado tudo que eu podia boa parte da madrugada. Prendi meu cabelo um pouco embaraçado em um coque alto, tirei a fantasia embolando até que entrasse na lixeira, e fui para o chuveiro jogando uma água quente sobre o meu corpo. Tirei toda a maquiagem do meu rosto e encostei a cabeça na parede deixando toda a água cair nas minhas costas, a quentura começava a machucar o que eu sabia que deixaria minhas costas vermelhas, mas a dor no meu corpo estava aliviando parte da dor que meu psicológico sentiu toda a noite.

Terminei meu banho colocando uma camiseta grande cinza simples e um short vermelho velho e desci as escadas ouvindo um barulho de carro, abri a porta e vi meu Camaro vermelho estacionar na frente da minha porta e Isadora sair com duas bolsas e logo depois travar as portas.

- Sua louca! Que me matar do coração? Onde você se meteu a festa toda?!

- Eu... Eu não me senti muito bem e vim para casa.

- Voltou como?! Você voltaria comigo Florence. Eu fiquei preocupada!

- Um amigo me trouxe. - Olhei para o outro lado da rua e lá estava ele, com uma camisa branca simples e jeans, encostado perto da garagem. Ele tirou o cigarro da boca segurando entre os dedos e soltou a fumaça bem lentamente enquanto prestava atenção no que eu e Victoria fazíamos. Infelizmente ela acompanhou meu olhar encarando Zayn e logo depois voltando a me encarar com um sorriso no rosto.

- Um amigo. - Ela riu - E eu preocupada com você... - Ela deu um tapa no meu braço entrando na minha casa sem me dar tempo de falar algo. Isadora sentou no sofá sinalizando para que eu sentasse ao lado dela. Já imaginava o que viria agora...

- Então, o que está acontecendo?

- Sobre o que? - Liguei a TV prendendo a atenção no desenho que passava.

- Você sabe. Vizinho, piscina, desaparecer da festa...

- Ele não tem nada a ver com a festa. - Falei sentindo todos os meus músculos ficarem tensos e meus olhos ficarem um pouco molhados.

- Por favor Cece, eu não sou nenhuma idiot...

- EU NÃO QUERO FALAR DISSO OK! - Gritei levando alguns segundos para reparar no que eu tinha feito. Isadora me olhava séria e olhou para TV.

- Pelo jeito é assunto sério... Mas tudo bem, quando você quiser falar sabe que estou aqui. - Eu a abracei, segurando as lagrimas para que ela não percebesse.

- Eu estaria perdida sem você.

- Claro que estaria sua tola... - Ela pegou o controle da minha mão mudando para um canal aleatório enquanto ríamos. Quando paramos de rir reparei que na TV passava o jornal, mostrando a foto de uma garota, a garota de ontem. Antes que Isadora também reparasse eu mudei de canal de volta para os desenhos. A última coisa que eu precisava era da lembrança da noite anterior, ainda mais num fim de semana.

- Você pode dormir aqui hoje?

- Seus pais só voltam amanhã de novo?

- Sim... - Por causa da empresa de turismo, meu pai levava os turistas que pagaram mais caro para acampar a cada dois meses, era tipo um passeio VIP. Minha mãe ficava na empresa caso meu pai precisasse de algo. Há vários funcionários no trabalho, mas minha mãe prefere ficar quando meu pai é o guia.

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