Você é Minha!

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- Florence, o carro está pronto! – Ouvi meu pai gritar do andar de baixo da casa. Consertei o vestido longo vermelho, joguei meu cabelo totalmente reto para frente dos meus ombros e coloquei a máscara no rosto a amarrando com uma fina fita atrás da minha cabeça enquanto caminhava escada abaixo. Meu pai estava encostado perto da minha mãe que segurava uma máquina fotográfica e me olhava com pena.

- Hey querida! Você está linda! Até parece uma princesa com essa roupa!
- Só falta o príncipe... – Meu pai sussurrou recebendo uma cotovelada de minha mãe.

- Pronta para a foto?
- Mãe, eu realmente não estou com animação para foto.
- Vamos lá querida. Pelo menos isso. – Rolei os olhos e me encostei numa parede com algumas fotografias da família penduradas, colocando a mão na cintura.

– Eu não estou vendo o sorrisinho lindo da Cece... 
- Mãe...
- Sorria Florence! – Dei um singelo sorriso logo sentindo minha vista apagar por uns instantes por causa do flash da máquina. Ela me abraçou dando um beijo na minha bochecha.

– Você não quis conversar comigo, mas seja o que for que tenha acontecido, você está linda e eu quero que se divirta muito essa noite. 

- Pode deixar mãe. – A abracei forte sorrindo. – Agora eu tenho que ir, ou vou chegar atrasada. 
- Eu te amo! Seu pai também te ama muito! 
- Sim, agora vamos.
- Fale que a ama. – Minha mãe sussurrou para ele como se eu não tivesse ouvido.

- Ela sabe que eu amo ela.
- Mas ela quer ouvir.
- Pra q...
- Diga! – Um silêncio se instalou na sala depois do grito que escapou da minha mãe. Meu pai pegou as chaves numa pequena mesinha e abriu a porta.

- Eu te amo filha, agora vamos.
A rua estava silenciosa, apenas ouvia o som dos paços do meu pai e o meu salto tocando forte no chão. Entramos no carro e meu pai deu a partida manobrando e seguindo pela rua, era noite e não tinha muito movimento na rua então demorou uns 20 minutos para chegar ao colégio. 

- Eu não trouxe bolsa, caso vocês tentem ligar para o meu celular. 
- Quando você quiser ir para casa pegue um táxi e eu pago quando chegar em casa. – Ele deu um beijo no mesmo lugar que minha mãe havia dado antes.

– Divirta-se.

Saí do carro sentindo um vendo frio percorrer meu corpo. Enquanto caminhava até a quadra, pude reparar nos pulsos das garotas onde haviam pequenas flores que combinavam com as que haviam nos ternos dos seus pares, e eu senti um vazio por todo o meu braço.

A quadra de esportes estava com uma iluminação branca no teto onde haviam várias das nuvens que eu ajudei a pendurar um dia antes, e mais para o chão tinha uma iluminação baixa avermelhada, que se misturava com algumas chamas falsas que se balançavam com ajuda de ventiladores, e saia um pouco de gelo seco no palco onde tinha um DJ que também usava uma mascara no rosto. Na verdade todos usavam. Menos um que olhava insistente mente para a porta a espera de alguém, Josh. Ele realmente estava lindo, e eu até pensei que ele me esperava até ver uma pequena loira pular nos braços dele dando um pequeno selinho, e logo depois ele colocando a mascara rápido olhando para os lados.

Eu realmente nunca senti tanta raiva em toda a minha vida. Um ódio misturado com nojo queimava dentro do meu peito. Como eu podia ser tão burra? Tão idiota? Meu punho se fechou com tanta força e eu sentia a vontade de chorar se aproximar até sentir dois braços me abraçar por trás.

- Se eu não tivesse comprado o vestido com você não te reconheceria! – Me virei vendo Isadora animada me abraçando.

- Você está muito linda.
- Por favor, eu sei ok. – Ela falou jogando o cabelo rindo e eu rolei os olhos.

StrippedOnde histórias criam vida. Descubra agora