Prólogo: Promessa

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Então, demorei, mas como promessa é dívida aqui estou eu, prova disso é esse capítulo que não me deixará mentir. Confesso que estou um pouco nervosa porque eu não fazia ideia que um rascunho de uma oneshot me levaria até esse ponto!

[O B R I G A D A]

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Tempo antigo •

🐺

Naquele tempo não havia nada, o que movia a humanidade era confiança e a lealdade, era o instinto. Espíritos e humanos viviam juntos no mesmo plano porque foram fadados a isso, depois do fim essa era uma boa tentativa de um recomeço.

Existiam várias formas de manifestações, a que predominava era a forma animal, os espíritos procuravam se assemelhar ao intelecto selvagem para conseguir compreender os homens. Felinos, aves, roedores e até insetos, mas nenhuma espécie era tão apropriada para uma adaptação material quanto os lobos.

A anatomia lupina permitia que o sobrenatural se expressasse da melhor forma, desse jeito se tornaram mais fortes, mais vorazes e sensitivos, inteligentes porque eram obrigados a andar em bandos, formar alcateias e se posicionarem naquela cadeia. Espíritos lupinos eram mais resistentes, logo as outras formas foram deixando de existir ao longo dos milhares de anos, até porque eram os únicos que conseguiam se aproximar dos humanos e criar laços. Sua estrutura era quatro vezes maior que a de um lobo real, era verdade, precisava ser assim para suportar toda a grandeza ancestral, pois isso intimidava as outras espécies naturais.

E, como sempre foi durante toda História, não demorou muito para que líderes propusessem alianças, eram tempos sombrios, escuros e temeroso, os homens precisavam de segurança; então o acordo foi feito. Passaram a ser dois povos, duas sociedades, lobos e humanos precisavam uns dos outros, eram bons em conjunto. A racionalidade Sapiens era magnífica, gerava coisas maravilhosas ao mesmo tempo que causava muita guerra, a pureza espiritual servia como equilíbrio.

Os lobos estavam em todos os lugares, culturas e rivalidades como uma sombra, protegiam a racionalidade humana como um bem precioso porque desfrutavam dela, era uma troca justa. Nunca permitiam que as guerras fossem longe demais, não era proveitoso perder pessoas por mais ruins que elas pudessem ser, porque precisavam conhecer todas as faces daqueles animais racionais.

Queriam ser apossar deles, usufruir daquela sapiência! Só a partir dessa premissa que uma lenda jamais esquecida se inicia, foi passada de mãe para filho, para filhotes e desconhecidos porque era uma história que precisava ser contada: A história de uma mulher que se apaixonou por uma criatura, um conto um tanto longo e sem um fim definitivo, uma lenda.

A mulher era viúva, não tinha dinheiro e cultivava para que sua aldeia nômade e suas duas filhas pudessem ter o que comer. Não tinha muita gente no seu bando, apenas a família do líder, os guerreiros e alguns seguidores.

Era verão, uma tempestade se aproximava, todos dormiam e os lobos protetores já tinham partido para as colinas, não gostavam da chuva. Dentro de sua cabana a mulher cobriu suas meninas, mas não se deitou, de tanto conviver com lobos ela aprendeu a aguçar seus sentidos e por isso acabou ouvindo vozes.

Eram murmúrios, passos acelerados como uma marcha, as folhas se amassavam depressa, sons de lâmina, estava tudo muito perto, evidentemente que era uma tropa. Um trovão a assustou, fez sentir medo. Era um ataque noturno e covarde, a aldeia ficava no centro de uma mata fechada, a chuva ia prejudicar uma fuga.

KARMA | taekook |Onde histórias criam vida. Descubra agora