Eu estava ferrada

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Natasha

Acabei seguindo a mesma trilha do outro dia, e pouco tempo depois cheguei ao lago que tanto me impressionara.

O tempo estava anormalmente quente, fazendo com que um caminhada de poucos minutos me fizesse suar que nem porco assando.

Olhei em volta enquanto uma idéia rondava minha mente. Quando tive certeza que estava sozinha comecei a me despir ficando apenas de calcinha e sutiã. Juntei minhas roupas e meu tênis em um canto e me aproximei da água.

Por conta do calor, a água que estaria fria em um dia comum, estava surpreendentemente agradável. Entrei nela de uma vez me deliciando com a calmaria que este lugar me proporcionava.

Mais uma vez, meus pensamentos viajaram para noite que tive com Steve. A presença dele ainda estava em meu corpo dolorido, e em minhas memórias vívidas como se estivesse comigo neste momento.

Transar com ele foi algo que eu queria bastante, mas não foi algo que pensei que me deixaria querendo mais.

Cada momento com ele tinha me feito sentir de uma forma diferente, mas sempre de uma forma boa. E isso era assustador.

Eu nunca, em toda minha vida, tinha acordado depois de transar com um cara e sorrido para ele enquanto dormia. Era uma coisa que estava além dos meu limites de relacionamento com alguém, nem mesmo com Bruce eu tinha feito isso.

Nosso lance era mais carnal do que outra coisa e apesar de Steve ter sido uma coisa muito carnal - muito mesmo - não fora só isso, tivemos uma conexão avassaladora e eu não podia descrever o quanto isso era apavorante.

Droga, eu não era assim. Não posso sentir uma "conexão avassaladora" por um homem que eu conhecia a dois dias e meio.

Eu não podia sentir isso nem se o conhecesse a dois anos e meio, pelo amor de Deus!

- Sabe quais são as chances de você encontrar a mulher com quem você transou ontem a noite seminua em um lago?

Ah, Deus, que não seja ele. Que não seja ele.

Como eu estava de costas para a voz tive que me virar pada confirmar meu piores pesadelos.

Cacete.

Steve estava parado perto da minhas roupas olhando para meu rosto com uma expressão de divertimento e malícia acompanhado de seu labrador amarelo.

- As mesmas chances, suponho, de encontrar o cara com quem você dormiu te olhando nadar seminua no lago. - respondi com vontade de quebrar alguma coisa naquele sorriso ridiculamente atraente.

- Às vezes acho que você adivinha onde eu vou estar e usa isso a seu favor. - Steve continuava encarar meu rosto com aquele sorriso descarado.

- Se eu usasse isso ao meu favor, iria justamente para o lado oposto. - retruquei com irritação.

- Você não queria ir para o lado oposto ontem à noite. - seu sorriso estava ainda maior e eu não tive argumentos contra isso.

Parecendo perceber que eu precisava de ajuda, o cachorro começou a latir chamando atenção do dono.

- Relaxa, amigão. - escutei Steve dizer.

- Vou sair da água. - avisei. - Vira de costas.

- Como é? - perguntou Steve arqueando a sobrancelha.

- Por acaso você é surdo? - eu não sei de onde tinha vindo aquele mal humor todo, mas ele estava aqui. - Vira de costas que eu vou sair da água.

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