Abri os olhos e olhei para o teto da minha pequena caverna. Desde o incidente, eu estava preocupada. Faz dois dias e eu não saí da minha caverna. Eu não podia, estava realmente assustada.
Engoli em seco e sabia que era hora de sair e pegar algo para comer. Eu não poderia ficar na minha caverna para sempre, mesmo que eu quisesse muito...
Eu lentamente movi minha cauda para cima e para baixo e fui para as águas abertas. Com muito cuidado, agarrei minha lança. Fiquei do lado de fora da caverna e nadei até um jardim de corais, lanchei vários peixes e peguei um belo pedaço de coral para decorar minha caverna. Tudo bem, eu fico triste por estar matando os peixes para eu poder me alimentar, mas são assim que as coisas funcionam.
Nadei de volta ao pequeno local que chamei de lar e comi o peixe quase sem tempo. Flutuei na minha cama de algas e fechei os olhos alegremente.
Mais tarde naquele dia, nadei em círculos ao redor da caverna, entediada. Eu bufei de frustração e decidi que iria sair dessa caverna estúpida e me divertir. Eu me afastei e nadei para a superfície para assistir os humanos. Eu vi o cara que eu salvei olhando para o mar, mas eu estava longe o suficiente para que ele não me visse.
Eu vi uma pedra aleatória projetando-se do fundo do oceano e nadei até ela para sentar nela.
Eu me arrastei para subir na pedra e girei minha cauda para sentar confortavelmente. Eu assisti o homem surfar graciosamente, o que me fez pensar; o que aconteceu para fazê-lo afundar? Talvez ele tenha batido na prancha de surf? Ou talvez a onda estava muito grande e acabou engolindo ele?
O que aconteceu não importa. O bom é que eu o salvei, e ele provavelmente não se lembra de mim. Mas e quando ele olhou para o mar? Provavelmente admirando a beleza do oceano!
Suspirei. Meus longos cabelos castanhos grudavam nas minhas costas em cachos grossos. Virei minha cauda para cima e joguei água por todo o meu corpo. Foi muito refrescante. Algumas águas-vivas flutuaram e eu as observei cuidadosamente, elas são como abelhas para sereias. Senti minhas pálpebras caírem e as deixei fechar.
Quando abri os olhos, olhei para os olhos verde escuros. Eu pulei e estava prestes a entrar dentro d'água.
— Está tudo bem, eu sou igual a você! - disse uma garota e sorriu gentilmente - Eu também sou uma sereia. - Ela apontou para a sua cauda verde.
Eu relaxei um pouco.
— Ok... Então... quem é você? - Digo levantando uma sobrancelha, meu coração ainda estava disparado pelo susto que acabei de levar.
— Eu sou Eleanor! Quem é você?
Ela parecia um tipo de garota que está feliz o tempo todo.
— Bella. Você é daqui?
Ela assentiu.
— Sim! Estou a alguns quilômetros de distância. Nadei por aqui e notei você nessa rocha... O que você está fazendo nela de qualquer maneira? - Ela perguntou curiosamente.
Eu disse a primeira coisa em minha mente.
— Eu só estou... Assistindo os humanos surfarem!
Ela inclinou a cabeça.
— Surf? O que é surf? - Eu ri
Eu sempre ouvi os humanos falando quando eu era uma sereiazinha.
— É onde você... Cavalga pelas ondas, mas com uma prancha - disse tentando explicar o melhor que pude. Ela assentiu e se apoiou no cotovelo.
— Eu vejo. - Ela mexeu as sobrancelhas. Eu ri.
— O que isto quer dizer?
Ela apontou para a ilha humana.
— Você gosta de um humano! - O QUE?!
— Eu não! Estou apenas fascinada.
Não era mentira, eu sou fascinada pelo mundo humano.
— Ah, claro que você é. - Ela riu e cutucou minha cauda, estendi a mão para cutucá-la de volta, mas ela riu e me deu língua.
— Eu vou pegar você! - Digo rindo e ela soltou um gritou e mergulhou de costas na água e eu a segui.
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A Pequena Bela
FantasyOlá, meu nome é Bela e sou apenas uma adolescente comum. ERRADO! Eu sou uma sereia. Sim, você leu certo. Uma sereia. Eu moro na costa do Havaí, onde os marinheiros vão e vêm. Ah, e não, eu não sou uma sereia assustadora que arrasta homens para o mar...