Sigo minha mãe hesitante pelo mar aberto, seus cabelos loiros brilham com o reflexo do sol.
— Quem está nos procurando? - Eu perguntei ainda em choque.
Ela se virou e olhou para mim, a tristeza cintilava sobre seus olhos.
— Eu gostaria de poder dizer, eu realmente queria, mas não posso. Simplesmente não posso! -Ela disse, soltando minha mão para colocá-las em seu rosto.
Eu a puxei para um abraço antes de ouvir um barulho alto. Eu me virei para ver um tubarão ENORME nadando em nossa direção como um jato d'água.
Gritei e peguei a mão de minha mãe, nadando o mais rápido que pude. Ela virou a cabeça e ofegou, virando-se e começou a nadar mais rápido do que eu já vi uma sereia nadar.
A água correu contra o meu rosto enquanto ela nadava como um raio. Eu me virei e não conseguia ver o tubarão em lugar nenhum.
— Eles querem você - Ela ofegou, olhando para mim com seus olhos azuis cristalinos.
Eu olhei para ela confusa.
— Para quê? - Eu agarrei seu braço, ela se encolheu e virou a cabeça, olhando para longe.
— Seus poderes - Ela disse fechando os olhos e depois olhando para mim.
Eu fiquei flutuando lá, chocada. Poderes? Eu? Como? Quando? Tantas perguntas, mas nenhuma resposta.
— Eu nunca fui capaz de lhe dizer. Você é mais forte que o próprio Poseidon - Ela disse.
O choque me atingiu. É por isso que ele tinha tanto medo de mim?
— Cadê o papai? - Eu perguntei, o medo absorvendo no meu peito.
Ela prendeu a respiração e desviou o olhar.
— Ele... Ele não conseguiu lidar com a exposição de sua espécie. Ele... Ele tirou sua própria vida, mas eu não conseguia deixar você para trás e fugi para encontrar você - Ela disse.
Suspirei, tentando afastar a tristeza, meu pai se suicidou.
De repente, um fio bem tricotado envolveu minha cauda. Eu ofeguei e olhei para baixo. Uma risada suave encheu meus ouvidos e o medo tomou conta de todo o meu corpo enquanto eu continuava imóvel.
— Olá, Bela. Com certeza é bom vê-la novamente - A voz doce e sedosa ecoou nos meus ouvidos. A dor atravessou meu corpo enquanto eu tremia em tantas emoções misturadas. Perdi meu senso de direção e meu estômago se embrulhou por completo.
Os cantos dos meus olhos ficaram pretos quando comecei a me afastar. A última coisa que vi foi uma sereia de cauda verde arrastando um homem muito fraco sob a água. Soltei um grito suave e finalmente desmaiei com a perda de oxigênio.
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A Pequena Bela
FantasyOlá, meu nome é Bela e sou apenas uma adolescente comum. ERRADO! Eu sou uma sereia. Sim, você leu certo. Uma sereia. Eu moro na costa do Havaí, onde os marinheiros vão e vêm. Ah, e não, eu não sou uma sereia assustadora que arrasta homens para o mar...