Capitulo Três

636 54 18
                                    

  Eu e Eleanor flutuamos pacificamente de costas no meio da noite. Pequenos peixes nadavam e desapareciam sob as ondas suaves.

  — É tão bonito à noite. - El disse sonhadoramente. 

  — Eu sei, eu sempre fico de fora à noite antes de ir para a cama. As estrelas estão sempre brilhando tão intensamente. - Eu respondi e me senti com sono.

  — Hoje foi divertido mas estou ficando com sono. Tchau, Eleanor! - Eu disse acenando, ela também parecia estar com sono. 

  — Tchau, Bela. 

  Mergulhei na água e nadei sonolenta até minha caverna e me acomodei nas algas macias do mar.

  Na verdade, fiz uma amiga! Eu pensei que era a única sereia deste lado do Havaí, mas acho que não. Eu pensei comigo mesma e finalmente deslizei em um sono sem sonhos.

  Quando abri meus olhos novamente, a luz do sol brilhou através da água e entrou em minha caverna. Eu me estiquei e me senti muito acordada e viva. Minha cauda era fácil de mover e meus olhos estavam bem abertos. Nadei lá fora e olhei em volta, era tão bonito!

  Eu virei minha cauda com muita força e virei para a superfície, olhando para o continente, onde muitos pequenos seres humanos pulavam e dançavam na água azul clara. Eu girei na água e girei, adorando a sensação da água correndo contra a minha pele. Fechei os olhos e me deixei flutuar para a superfície, rindo o tempo todo.

  — Alguém está se divertindo.

  Ouço uma voz familiar dizer. Me viro e sorrio para Eleanor. 

  — Sim, a água é tão bonita!

  Ela riu e deu um giro com a cauda me espirrando água. Eu fiz o mesmo e joguei água nela.

  — Você simplesmente não ama ser uma sereia? - Ela diz e suspira

  Eu assenti alegremente. 

  — Aposto que ser humano é difícil ... quero dizer, equilibrar-se com duas pernas, impossível!

  Ela concorda, pensando sobre isso. 

  — Sim, e é impressionante como eles nadam sem cauda.

  Eu ri. 

  — Isso é o que eu estava pensando!

  Nós duas começamos a rir. 

  — Ei, olha, algumas pessoas vão surfar - Eleanor disse.  

  Me viro para olhar em direção a ilha de humanos. Foi o homem que eu salvei. 

  "Devo contar a ela? Não devo?"  Penso comigo mesma.

  Eu decidi não contar para El. Eu observei quando desta vez o homem deslizou graciosamente pela água com facilidade.

  — Uau! - El disse ofegante  - Eu nunca vi nada assim! Incrível! 

  — O humano caiu na água! Vai ficar tudo bem? - Ela disse se virando para mim com os olhos arregalados. 

  — Claro! Eles sabem nadar. - Eu disse com certeza.

  — Tudo bem.-  Ela suspirou aliviada e eu ri. 

  Eleanor apontou para a minha pedra e nadamos até ela. Ela subiu e eu a segui logo depois. Começamos a nos conhecer melhor conversando sobre coisas que tínhamos em comum.

  Mais tarde, no meio do dia, Eleanor e eu estávamos nadando no fundo do oceano lanceando e pescando peixes. Eleanor havia me ensinado a pescar um peixe - algo em que eu era muito nova. É bem simples, na verdade. Você estica a rede e a envolve em torno do peixe, depois mata o peixe.

  Eu também a havia ensinado a lanchar um peixe. Continuamos a pegar um banquete de comida e fomos à superfície para conversar. 

  — Uau! Isso foi incrível. - Ela disse e começou a comer o peixe que ela pegou. 

  — Sim! Eu nunca pensei em pescar peixes. Você pode pegar dois peixes ao mesmo tempo! Talvez até uma água-viva!

  Ela assentiu e comeu o último peixe, e eu fiz o mesmo. 

  — Bem, meu pai precisa de mim agora. Tchau, Bela! - Dito isso ela mergulhou na água e nadou para longe. Eu sorri e flutuei nas minhas costas de corais.

  Mais tarde eu abri meus olhos. Como eu adormeci? Dei de ombros e olhei para o pôr do sol. Bem então. Mergulhei debaixo d'água e nadei grogue pela minha caverna e para o leito de ervas daninhas do mar em que dormia todas as noites.

  No dia seguinte, abri os olhos e nadei lentamente. Estiquei-me e nadei até a superfície para fazer minha rotina diária - nadar, alongar, olhar os humanos brincarem, pegar alguns peixes, comer, deitar, ir para a cama.

  Mas desta vez eu nadei muito perto da ilha humana e vi o mesmo homem que eu resgatei olhar para o mar como se procurasse algo, ou alguém. Ele pulou em algo branco e pequeno e voou através da água. Eu suspirei. Ele veio a meia milha de distância e eu comecei a voltar.

  — Onde você está? - Ele gritou através do oceano. 

  Eu suspirei. Ele estava me procurando. Mergulhei na água e nadei até o barco dele, mas fiquei no fundo da água. Eu olhei para ele e me senti culpada.

  Algo estava me dizendo para nadar e conhecê-lo. 

  "Não faça isso Bela, não seja estúpida, não confie em humanos, olha o que aconteceu com a sua mãe"  Penso comigo mesma.

  Nadei e emergi.

  Ele me viu e pulou, fugindo para longe. Eu olhei para ele.

  Minha garganta ficou seca. 

  — Você é uma sereia - Diz o humano.

Eu assenti.

  — Eu sou uma sereia.


A Pequena BelaOnde histórias criam vida. Descubra agora