Capitulo Oito

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  Eu olhei para o enorme castelo que Poseidon possuía e suspirei. Hoje é o dia. Nadei pelas portas e nadei até onde estava o trono. Ele era um pouco maior que eu.

  Ele olhou para mim. 

  — Você se apaixonou por um humano. Você tem muitos castigos.

  Eu olhei para baixo com culpa. Ele suspirou.

  — Bela, querida. Eu sei que você passou por muita coisa e eu decidi lhe dar uma chance e te conceder pernas, e se Jake dizer que te ama, você será capaz de ficar acima da água, ou seja, ser humana. Mas, se ele não sentir que te ama e nem falar que te ama dentro uma semana, você será enviada para debaixo d'água e não poderá vê-lo novamente nunca mais.

  Eu assenti agradecida. 

  — Tudo bem, eu aceito.

  Ele apontou o seu tridente para mim e um grande jato de cor azul me atingiu no peito. Tropecei para trás e tentei respirar a água, mas ela ficou presa na garganta e ofeguei, eu não conseguia mas respirar. Ele apontou para a superfície e eu tentei balançar a cauda para ir até a superfície, mas... eu não tinha cauda. Olhei para baixo e vi pernas! Pernas! Eu os usei no lugar de uma cauda e funcionou.

  Quando cheguei à superfície, ofeguei, respirei e expirei. Fui nadando um longo caminho e finalmente encontrei a minha pedra. Eu me levantei e lutei para usar minhas novas pernas.

  Isso foi incrível! Eu tinha pernas! Eu estava prestes a mergulhar na minha caverna, mas lembrei-me... não conseguia respirar debaixo d'água. Uau, isso é realmente como a história de Ariel. Suspirei e me aconcheguei na pedra.

  No dia seguinte, abri os olhos e me estiquei. Olhei para os meus pés e mexi os dedos dos pés. Isso foi tão legal! Eu sorri quando vi o barco de Jake vindo em minha direção.

  Acenei e ele apenas olhou com espanto.

  — Uau. Então, você é humana agora?

  Eu assenti alegremente.

  — Não é ótimo ?!

  Ele também sorriu.

  — É incrível! Agora você pode vir comigo.

  E eu tinha roupas, veja bem. Eu usava estranhamente uma blusa amarela e shorts branco. Ele estendeu a mão e eu a apertei.

  — Não, você segura e eu posso puxá-la a bordo.

  Eu balancei a cabeça, envergonhada. Ele riu e me ajudou a entrar no barco dele.

  Balancei meus dedos novamente e toquei minhas pernas. Eles eram lisos, assim como minha cauda costumava ser. Ele ligou o motor e fomos em direção à terra. Mordi nervosamente meu lábio.

  — Eu estou nervosa - Digo e ele olha para mim.

  — Não precisa ficar! Vou mostrar tudo o que você precisa saber sobre a terra.

  Eu assenti. Quando chegamos à praia, saí do barco, mas quando toquei a areia, balancei e caí de cara no chão. Ele riu muito. Eu ri sem graça e tentei me levantar de novo e minhas pernas todas tremeram, mas fiquei de pé.

  Subimos a praia, eu tropeçando e caindo várias vezes. Ao longo do caminho, rimos um do outro e começamos a jogar areia um para o outro.

  Eu acho que ser humana não é tão ruim, afinal.

A Pequena BelaOnde histórias criam vida. Descubra agora