Capitulo Quatorze

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  Passaram-se quatro anos depois que Jake me pediu em casamento e agora estávamos procurando uma casa. Eu disse que não aceitaria nada longe da praia. Felizmente eu estava meio sereia para poder nadar como uma sereia ainda.

  Descobri que as pernas que o Poseidon me deu duravam 10 anos, e nesse ano consegui minha cauda de volta, eu não nadei até agora, estou com medo, não me lembro da sensação de ter uma cauda.

  — E que tal essa aqui? - Jake disse me tirando dos meus pensamentos.

  Debrucei-me sobre o ombro dele e olhei para uma casa branca na praia. Ele levantou uma sobrancelha.

  — Qual é o preço?

  Ele sorriu.

  — Bem na nossa faixa de preço.

  Esse seria a casa perfeita!

  — Perfeito. Vamos ligar para o vendedor! - Fizemos um high-fived e ligamos para o número.

****

  Estávamos agora na porta da casa conversando com o proprietário. Depois de muita papelada, a casa era nossa. Entrei e olhei em volta. Era muito bonita por dentro. Felizmente, foi a mudança pronta, ninguém tem tempo para se mudar! Eu ri da minha piada e subi as escadas em espiral.

  Em um dos quartos, havia paredes azuis bebê e piso de madeira escura. Tem uma bela varanda, um closet e um banheiro médio.

  — É perfeita - Jake surgiu atrás de mim e me fez pular.

  — Sim, não acredito que temos uma casa. Parece que ontem eu vi você quase se afogando 

  Dor cintilou em seus olhos.

  — Acho que está na hora de contar o que realmente aconteceu.

  Eu me senti confusa até que ele me levou para a sala de estar.

  — Quando fui surfar naquele dia, uma onda gigante me derrubou e... vi uma sereia. Não você, é claro. Ela tinha cabelos castanhos compridos e uma cauda verde brilhante. Ela parecia querer me afogar, mas quando você começou a vir em minha direção, ela se afastou.

  Eu suspirei.

  — Então, você disse, uma cauda verde? Cabelo castanho?

  "Isso não pode ser verdade!"  Penso comigo mesma.

  Ele assentiu. 

  — Jake, eu tenho que ir! Vou voltar logo logo. Assunto de peixe.

  Ele parecia preocupado, mas assentiu. 

  — Tchau

  Quase não consigo escutar ele se despedindo, saio de casa as pressas.

****

  Corri o mais rápido que pude até a praia e depois mergulhei na água. A sensação de formigamento tomou conta de mim e olhei para baixo quando minha familiar cauda amarela apareceu. Eu não me tornei uma sereia desde que Jake disse que me amava e a sensação é maravilhosa.

  Nadei a curta distância até onde Eleanor morava, alguns estavam brincando ali perto. Vi Eleanor olhando para o céu.

  — El?

  Ela se virou e ofegou.

  — Eu pensei que você estava... - Eu a interrompi.

  — Eu preciso falar com você.

  Ela levantou uma sobrancelha. Eu dei um giro na água e nadei até minha pedra velha. Quando El apareceu, cruzei os braços.

  — O que houve? - Ela parecia confusa.

  — Foi você quem tentou afogar Jake?

  A raiva encheu seus olhos.

  — Os humanos são criaturas nojentas, assim como você.

  Ela sabia do meu segredo! Ela bisbilhotou na minha caverna.

  — Você vasculhou minha caverna!

  Ela sorriu.

  — Eu descobri tudo. Quando eu contar ao meu grupo, conseguiremos que Poseidon mate todos os de sua espécie! Meio-sereias não são bem-vindos neste oceano!

  Com isso, ela mergulhou na água e foi se afastando de mim. Fudeu!

  Nadei atrás dela e finalmente agarrei sua cauda. Ela se virou e me arranhou. Eu a segurei e comecei a puxá-la de volta. Isso não poderia acontecer!

  Depois de um cabo-de-guerra, ela se soltou e me deixou flutuando para a superfície.

  Eu ia morrer. E não é a primeira vez que digo isso.

A Pequena BelaOnde histórias criam vida. Descubra agora