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𝐖𝐨𝐧𝐝𝐞𝐫𝐟𝐮𝐥

𝐖𝐨𝐧𝐝𝐞𝐫𝐟𝐮𝐥

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Quanta humilhação.

Estou com as mãos entre meus joelhos, sentado no sofá, enquanto não somente eu, mas grande parte da minha família, escuta as frases exasperadas de meu pai, sobre minha escolha de carreira.

-Eu não disse? Eu falei que dar aquela câmera era péssima ideia, agora o moleque acha que vai ganhar dinheiro com isso!-dizia, apontando para mim, enquanto olhava para minha mãe.

-Querido, vamos conversar depois, se acalme! -ela, por outro lado, tentava apartar a situação.

-Me acalmar? Eu paguei os estudos dele para que ele pelo menos fizesse arquitetura, ou seja lá o que desse dinheiro!

-Dinheiro, dinheiro, dinheiro! Eu pari um filho burro e ganancioso!- minha avó repetia para si mesma, indo para a cozinha.

-Não se meta entre eu e meu filho, esse espúrio! Você não vai virar um vagabundo, estou te proibindo!

Me calei, sem conseguir olhá-lo.

-Estou falando com você, olhe para mim!

Mas, o fervor me queimava internamente, por causa do medo de contar tudo de uma vez.

-Por que não consegue olhar para mim? Está me desrespeitando!

-Eu vou para Paris, mês que vem!-falei, sem pausas e respiros.

Manti meu olhar baixo, buscando consolo nos olhares que se direcionavam a mim, mas não encontrei.

Desde pequeno, aprendi a ver além de farsas e atuações, eu queria ser ator.

Mas também, queria ser músico. De uma vez por todas, decidi que só seria artista.

Queria poder dançar, escrever, fotografar, pintar, cantar e tocar.

E eu era bom nisso, mais do que qualquer um da minha linhagem acreditou que eu seria. Portanto, esperei o tempo me ajudar a me tornar artista e agora, eu tenho uma brilhante chance.

A universidade de Paris me dará exatamente o que eu quero. Ao final dos semestres, eu poderei me permitir voar e ser quem eu sou, da maneira que eu bem entender, e isso só dirá respeito a mim.

-Vai para onde?

E o tom de voz que ele usava quando eu tinha oito anos, finalmente voltou, após uma década.

I STILL WONDER | taennieOnde histórias criam vida. Descubra agora