Six

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Foi ali que tirei minha primeira foto na universidade.

Ela estava maravilhada com aquilo e acredito que aquelas mensagens tenham a tocado no íntimo. Algo que me deixou mais encantado é o amor explícito que Jennifer tem por arte e como ela causa os melhores efeitos e expressões nela, isso fica tão evidente que não há qualquer chance de não notar sua emoções.

Ela é transparente quanto a isso.

Até poucos minutos atrás ela tinha se fechado como uma pequena e inocente ostra, devido a frases constrangedoras em um momento sensível de sua nova jornada, mas, só de parar brevemente em frente aquele mural, seu rosto voltou a se iluminar como quando ela olhava para a janela do trem.

Dessa vez, não podia deixar aquele sorriso escapar e a fotografei.

Admirava a foto no rolo da câmera e nem notei que Lisa e Jennifer me olhava sem entender o motivo de eu ter usado minha câmera de bolso.

-Tirou uma foto minha?-perguntou ela, me encarando.

-Me desculpe, é que estou guardando memórias!-falei, desconcertado.

Não demorou muito para que ela desse pulinhos se aproximando de mim, novamente com aquele enorme sorriso.

-Deixe-me tirar uma sua também, vai!-falou, voltando com seu entusiasmou contagiante.

-Posso participar?-Lalisa perguntou.

Pois bem ali tiramos várias fotos fazendo as mais diversas caretas e poses engraçadas e isso aconteceu durante todo o percurso. Tirávamos fotos até com a porta antiga, Jennifer disse que ela parecia ser de um castelo e ficou encantada mais uma vez.

-Acho que podemos fazer uma tour completa e tirar mais fotos, mas por favor, vamos deixar essas malas nos dormitórios de vocês!-Lalisa dizia, cansada.

-Céus, é claro! Perdoe a nossa maluquice, estamos com essa energia desde quando estávamos no trem, desde então qualquer coisa nos impressiona!-Jennifer falava, eufórica.

Lalisa me levou até a entrada dos dormitórios dos garotos e alí mesmo ficou, pois meninas eram terminantemente proibidas lá dentro. Só essa presença rápida delas, ainda do lado de fora, rendeu muitas conversas baixas e assobios dos veteranos sedentos por caças frágeis.

O post-it amarelo na minha mão às vezes tremia, enquanto eu procurava o andar certo, também no bloco correto.

O estilo dos alojamentos também exalava o charme parisiense, isso me distraiu em certos momentos, mas me lembrei de que as meninas poderiam estar me esperando e então, apressei meus passos.

Aquilo era enorme, não havia como não ficar tonto e confuso, mas dessa vez, alguns garotos foram me guiando, dizendo que ficaram no mesmo bloco que eu, então fomos juntos.

Os quartos não eram enormes, mas havia espaço suficiente para que ninguém fosse evasivo ou roubasse o espaço do colega de quarto.

Com paredes brancas e uma decoração pouco acolhedora, deixei minhas malas na cama que estava vazia, já que na outra já haviam malas, uma guitarra e algumas roupas jogadas aqui e ali.

Ouvi mexerem na maçaneta e depois, uma algazarra do lado de fora. Um garoto alto entrou, seguido de Mino e outros garotos também.

Todos ficaram mudos quando viram que eu estava no quarto, e eu também não tinha muito a dizer.

-Olha que coincidência. O destino quer que sejamos amigos, cara!-Mino disse, com aquele mesmo tom de voz irritante.

-Se conhecessem?-um deles perguntou.

-Não muito, mas podemos resolver isso!-ele respondeu.

-É, pelo visto com você tudo pode ser resolvido!-falei, baixo.

Mas acho que foi o suficiente para que ele ouvisse.

-O que foi que ele disse?-outro amigo dele perguntou.

-Deixem o cara, vamos, daqui a pouco o Hanbin chega!

Mino ainda me olhava, parecia pensar em algo, mas isso não me interessava.

Ele e seus amigos deixaram o quarto, com excessão do primeiro que entrou, pois ele ainda mexia nas malas e trocou de roupa com certa rapidez.

-Aí, tem duas tomadas nesse quarto, a minha fica perto da janela e a sua, perto da mesa!-ele falava, colocando os tênis.

-Tudo bem.-respondi.

-Meu nome é Junhoe!-disse, ainda de costas para mim.

Depois de vestir uma jaqueta, ele aquietou-se e ficou me olhando.

-Não vai me dizer seu nome também?-perguntou, sem demonstrar muito interesse.

-Taehyung.

-Tá, vou sair, quer ir junto? Vamos conhecer melhor a cidade!

-Não temos toque de recolher e essas coisas?-perguntei.

-Sim!

-Então...

-Ah, qual é! tá em Paris, ainda estamos decidindo se vamos a algum museu ou para uma boate!

-Vocês vão para um museu?-perguntei, começando a me interessar.

Não tenho culpa. Uma das coisas da minha lista do que fazer em Paris é visitar o maior número de museus e galerias que eu puder.

-Em que mundo você vive? Estou brincando, é claro que não vamos em museu algum!-respondeu, balançando a cabeça.

-Ah, então, não, obrigado!

-Você que sabe!-disse e depois, saiu.

Tirei meu casaco e também troquei de roupas, deixando a que estava manchada de bebida alí mesmo. Parti então, de volta para a entrada.

Uma leve corrida pode ter feito alguém rir, não tenho habilidade alguma em esportes e posso fazer caretas terríveis quando tento me apressar.

De toda forma, foi em vão.

Elas não estavam lá, mas pelo menos, não me viram naquele estado desastroso.

I STILL WONDER | taennieOnde histórias criam vida. Descubra agora