Boa noite

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    Acariciei os cabelos de André,que mais parecia um gatinho recebendo carinho –Desculpa, ele é muito fofo– O filme passava,e pelo jeito estava chegando ao fim,os trocadilhos que Saiko dava com Ycaro me faziam rir,compara-lo com aquele zumbi foi o ápice,eles eram realmente bestas. Nada só contrário dos meninos em São Paulo.

   —Tá bom,vou dormir no sofá.—Meia um se senta assim que o filme acaba.

    —Vocês não esperam que eu caiba aqui.—Saiko aponta para o pequeno sofá onde ele estava sentado.—Nem fodendo.

    —Ele pode dormir no quarto,eu acho que vi um colchão lá.—Ycaro vira para mim com um sorriso de quem iria tirar sarro da situação.

    —Então beleza, durmo contigo.—Saiko diz convicto.

    —Hum, tá bom!—Ycaro faz sua pior cara de malícia.

    —Ycaro,quantos anos você tem mesmo?—Reclamo me levantando.

    —Ué eu não falei nada.—Ele se levanta do chão segurando uma almofada.

    —Falo nada,vou ir deitar...—Olho para Saiko que está sorrindo olhando pra nós dois.

    —Vamos gravar então?—Saiko se levanta.

    —Meia,boa noite.—Abraço André,que retribui.—Foi prazer te conhecer...

    —Ah que isso,o prazer foi todo meu.

    —Então...—Me afasto.—Saiko,eu vou deixar o colchão encostado na parede, quando tu for dormir, já sabe.—Digo indo até ele.

    —Relaxa, vai descansar,que eu me viro.—Me puxa pelo braço,dando me um abraço.

    —Tá.—Rio.—Boa noite.

    —Doido,Sanin ou Daiko?—Viro para Ycaro precionando os lábios.

    —Porra Ycaro,boa noite pra você.—Dou um murro em seu braço indo para o quarto.

    Fecho a porta do quarto, passando minhas mãos no rosto,escuto a risada dele,passando pelo corredor junto a Saiko.




P.D.V Saiko


    Ycaro ligava o pc, enquanto eu me sentava na cadeira –A imagem de sua amiga com vergonha não saía de minha cabeça,porra Saiko ela namora.– colocava o jogo e ajustava o microfone.

    —Saiko, tá aí?—Ycaro ri, puxando outra cadeira.

    —Acho estranho isso sabe...—Arrasto a cadeira até ele.

    —Acha estranho o que?—Olha para a tela.

    —Isso,uma hora você tá falando dela,e num piscar de olhos ela, tá aqui?—Coço a nuca.

    —Eu acho que isso se chama paixonite aguda.—Ele diz me entregando o fone.

    —Não viaja abestado.—Dou um tapa em sua nuca.

    —Doido,eu te conheço.—Ele ri passando a mão na ardência do pescoço.

    —Não viaja,ela namora,que chances eu teria?—Rio nervoso. Pera,o que eu disse?.—Não, quer dizer...

    —Saiko, você tem uma caidinha pela Dani!—Ycaro eleva a voz.—Porra, tá explicado quando me pediu o número dela,e ficou todo puto porque não passei.—Ycaro abre a boca surpreso.

    —Ycaro,cala a boca!—Cubro o rosto.—Só,cala a boca.

    —Mas doido,eu não tô entendendo porque está assim,ela não namora!—Ele ri.

    —Que?

    —Ela não namora, tá livre pra você.—Ycaro mostra a língua.

    Pronto,acabou com o pouco de noção que eu tinha,mas então quem era no telefone?

    —Fala baixo porra,ela tá aqui do lado.

    —To dando um empurrãozinho.



* * *



     Entro no quarto em meio ao breu,iluminando o chão com a lanterna de meu celular. O colchão ao qual ela tinha dito que estaria encostado na parede,estava agora arrumado ao lado de sua cama. Sorri,vendo que ela se importou pelo horário que terminarimos de gravar,e eu estaria cagando de sono pra fazer. Que linda.

    —Saiko?—Ela sussurra abrindo os olhos com dificuldade, graças a minha lanterna em seus olhos.

    —Eu mesmo.—Digo sussurrando. Ela abre um sorriso.

    —Que horas são?—Pergunta coçando os olhos.

    —Hora de você voltar a dormir.—Zombo,ouvindo ela rir nasalado.

    —Certo, certíssimo.

    —São três horas.—Me sento no colchão.—E obrigado,por arrumar pra mim,te devo uma.—Digo desligando a lanterna.

    —Devia ter deixado desarrumado pra ver sofrer pra arrumar no escuro  sem me acordar.—Ela diz.

    —Ah claro, cuzona do caralho, vou me lembrar disso.

    —To brincando.—Sinto sua mão em seu rosto.—Enxergo no escuro.—Mais uma vez ri,sinto meu peito esquentar,e aquele arrepio no corpo me percorrer. Merda,merda,merda.

    —Vou me lembrar mesmo assim.—Seus dedos descem por minha barba.

    —Ai me desculpa.—Ela recua o contato,fazendo-me sentir "falta"?—Eu to acostumada a fazer isso com o Guaxinim,meu Deu que vergonha.

    —Relaxa.—”Ela não namora" a voz de Ycaro ecoava em minha cabeça.—Eu deixo.—Ela suspira. Funcionou?

    —Ergh...Boa noite

    —Boa noite Dani.






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Fiz bem pequeno

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