●Capítulo 8●

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Começava mais uma manhã de segunda-feira, todos da cidade estavam exaustos e mortos de cansaço para enfrentar mais uma semana longa. Janelle retirava o fato ser otimista nas segundas, não estava afim de destruir tantos sorrisos.

  Depois de fazer suas higienes pessoais de sempre, desceu para o estúdio e abriu as portas, para esperar seus alunos, não via nenhum conhecido na rua, esperou até mesmo ver Thomaz passar por ali, conferiu sua sacada mas nada do rapaz. Regava as plantas enquanto bocejava e coçava os olhos.

  Pôde ouvir vindo da casa ao lado, algo se quebrando, não sabia o que era mas ficou de orelhas em pé para descobrir algo.

-Droga, cortei minha mão

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-Droga, cortei minha mão. -Dizia Elis enquanto pressionava o corte feito por um copo quebrado.

Thomaz e Roberto tomavam café enquanto a moça pegava um suco, mas com um descuido, acabou derrubando e se cortou ao tentar limpar.

-Eu posso te ajudar. -Disse Roberto, sendo gentil com Elis.

-Não pedi sua ajuda.

-Eu só quero te ajudar, Elis, já faz quase 10 anos e insiste em me tratar como sua mãe mandava... 

Elis não havia superado a morte da mãe mesmo depois de tanto tempo, e quando alguém tocava no assunto, se sentia destruída e chorava por várias horas.

-Não tem o direito de falar da minha mãe assim. -Disse Elis já bem emocionada indo rápido em direção a escada.

  Thomaz estava calado e preferia não se meter em situações assim, mas se levantou e foi atrás da irmã que não podia ficar sozinha naquela estado.

  A moça estava agarrada a uma foto da mãe e derramada lágrimas quentes no meio do quarto.
Vendo o irmão que a observava entristecido, partiu para uma abraço apertado e doloroso.

-Eu odeio ele, Thomaz.

-Não, você não odeia, apenas não gosta, e é direito seu.

-Viu como ele falou da mamãe?

-Eu sei, eu estava lá. Mas já se passaram quase 10 anos, sei que sente saudade dela, mas deve seguir sua vida e olhar para frente.

-Você já me disse isso tantas vezes mas eu não consigo.

-Consegue sim e mamãe gostaria de vê-la assim, forte e superando tudo.

Thomaz não se importava em molhar sua roupa de trabalho com algumas lágrimas.

-Você precisa ir, não pode ficar aqui o dia inteiro.

-Se quiser, eu fico.

-Não, por favor, sei que tem que ir. Eu ficarei bem, pensarei em você o dia inteiro.

-Quando chegar te trago algo bem gostoso, ouviu?!

-Esse mundo não te merece, Thomaz.

-É ele quem não te merece. Até mais tarde.

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