Thomaz foi atrás do amigo, que desceu rápido a escada e acelerou os passos pela calçada indo para casa.
-Anthony! Por favor, vem pra minha casa. -Dizia Thomaz desesperado com a situação.
-Me deixa, Thomaz!
-Me desculpa...
-Não é culpa sua! Vá para sua casa e me deixa! -Dizia Anthony alterado, sua expressão não expressava raiva, mas dor, por tudo.
“Droga, o que foi que eu fiz?” -Se perguntava Thomaz engolindo aquilo em seco. O rapaz se virou e foi caminho até a casa, o caminho oposto do amigo.
Dentro da casa, as garotas se encaravam enquanto Isaac fitava o chão segurando todas as lágrimas que insistiam em escorrer.
-Isaac, o que aconteceu? Você parecia tão feliz... -Disse Neide, um pouco sem graça.
-Eu ouvi você e Janelle conversando aquele dia, sobre ele estar quase desesperado por só ter me beijado. Eu só não queria beijar alguém que não conhece a si mesmo...
Janelle sem dizer nada, foi em direção ao amigo e o abraçou forte, para que pudesse sentir confiança no que tinha feito e mostrar que não estava sozinho.
-Se tivesse nos falamos antes, não falaríamos mais dele pra você. Nos desculpe, Isaac.
-Esquece, vou para minha casa.
-Tem certeza disso? -O rapaz assentiu, pegando sua bolsa e saindo do cômodo.
As três garotas ficaram em silêncio por alguns segundos, até Neide dizer que também voltaria pra casa, Elis concordou e disse o mesmo. Não demorou muito para se despedirem e Janelle se ver sozinha, parada no centro daquele cômodo, intacta sem saber o que tinha acontecido.
A garota recolheu toda a bagunça, desligou a tv e balançou o lençol da cama, fazia tudo automático, como um robô, sem pensar em nada.
O grupo não estava junto, não no mesmo local, mas todos pensavam em apenas uma coisa. Não de todo o ocorrido, mas sim das palavras de Isaac, faziam sentido e tocavam em feridas profundas de cada um.
Janelle lembrava sobre seu relacionamento anterior, cheio de dor e angústia, enquanto sentia a brisa balançar seus cabelos na sacada.
Thomaz observava seus desenhos e se sentia culpado por esconder aquele amor. Neide ouvia música em seu fone, enquanto pensava em seu pais, que deixou em uma fazenda no campo, a procura de trabalho, o chão frio parecia reconfortante. Elis abraçava o retrato da mãe e questionava se valia a pena se prender tanto ao passado.Todos os pensamentos levavam a um único questionamento, simples, mas que significava muito.
“Isso é amor?”
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Grafite da Lua
RomantikTalvez para Thomaz, tudo tenha começado quando aquele caminhão de mudança chegou e uma voz indiferente pedia para que tomassem cuidado com seus bens mais preciosos. O mais impressionante, era que se tratavam de telas e pincéis sujos, bisnagas de tin...