Capítulo 1

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Cecília

Já estava bastante atrasada e, naquele dia, todo mundo resolveu sair de casa com seus carros. Tinha menos de meia hora para chegar ao hospital onde sou enfermeira. Olhei no relógio constatando que atrasada era pouco eu estava muito, mas muito atrasada.

— Merda, olha esse congestionamento. Justo hoje que fui ordenada a ficar na UTI. — Bufei chateada!

Há muito tempo, eu vinha tentando mudar de posto; amava as crianças, mas sempre desejei cuidar dos mais velhos e hoje seria esse dia empolgação era meu sobrenome. Se o trânsito colaborasse, é claro. Comecei a buzinar para o carro a minha frente, mas ele não saiu do lugar, eu o cortei e saí na frente passando-o, e parei do lado de outro, o calor começou a aumentar e isso me fez lembrar que tenho que mandar arrumar o ar condicionado do carro. O sinal abriu e eu estava pensando muito e não avancei com o carro, e logo ouvi a piadinha do carinha ao lado.

— Só podia ser uma mulher dirigindo — O idiota disse, me olhando.

— Tua mãe não te vende, não? Claro que não, quem vai querer pagar por um babaca? — Mostrei a língua para ele, que me olhou assustado com a minha reação. Odiava quando encontrava algum machista no trânsito; eu dirigia super bem, muito melhor do que eu esperava. Era certo que eu era um desastre em pessoa; sempre tropeçava em algo e meu dedinho do pé sempre estava com a unha batida, pois ele amava os cantos dos móveis. Mas eu dirigia bem.

Nisso eu não estava mais nem pensando estava resmungando comigo mesmo tentando acreditar mesmo que eu dirigia bem. Avancei com o carro e olhei para o idiota acelerei passando na sua frente. O carro deu um estouro como se fosse um tiro começou a andar devagar e, eu não acreditei que ele iria me deixar na mão justo naquele dia. O motor começou a ranger e o carro parou no meio do trânsito deixando meus ouvidos doloridos de tanto som de buzina que eu tive que ouvir.

— Eu não tenho culpa se o carro resolveu morrer agora — gritei bem alto, furiosa. Peguei minha bolsa e liguei para o guincho.

— Lá vão minhas economias. — Olhei para o bichinho, que já me serviu tanto, me deu uma vontade de chorar, mas já estava muito atrasada. Um carro parou e o cara abriu o vidro me olhando com um sorriso de canto, ele estava adorando tudo aquilo. Eu o encarei, cruzando os braços. Quando levou a mão sobre o queixo pensativo não passou despercebidas suas tatuagens no antebraço eram muitas não tinha tempo para ficar contando. Saí do meu transe com sua voz rouca e sexy.

— A mocinha precisa de ajuda? — perguntou se divertindo às minhas custas. Era o mesmo cara que parou perto de mim no sinal. Tive vontade de mostrar o dedo do meio para ela, mas me contive. Minha mãe me educou muito bem. Apenas o encarei furiosa e respondi.

— Nem que você fosse o único ser desse mundo, eu aceitaria sua ajuda. Pode seguir seu caminho, eu já chamei o guincho — falei não dando muita conversa, apesar de ele ser muito bonito. Seus olhos verdes me encaravam cheio de malícia.

Ele começou a gargalhar e eu apenas observei sua atitude com vontade de chutá-lo bem no meio das pernas. Mas seu sorriso era lindo, apesar de ele ser um idiota. Dava pra ver as duas covinhas que se formava em suas bochechas, ele ficava sexy demais sorrindo. Saí do meu pensamento pecaminoso e olhei para ele:

— Senhor babaca, você está vendo algum palhaço aqui fora? Pois, eu só vejo um dentro do carro. — Coloquei meus óculos escuros e disquei o número do Fernando, ele sempre me ajudava quando me atrasava; não era sempre que eu me atrasava isso só aconteceu umas cinco vezes, em duas semanas.

— Cecília? Não me diga que vai se atrasar e quer que eu explique o seu atraso novamente para a Glória? Ultimamente ela está tão estressada — comentou com a voz de lamento.

Meu CEO Adormecido. DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora