Capítulo 8

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Cecília

Raramente eu me arrependo de alguma coisa que eu fiz, uma delas foi pedir ao Bernardo para tirar a cueca. Confesso que tive que fingir que estava dando banho em um senhor de idade com a pele toda enrugada. Mas não era um senhor de idade, era o Bernardo com o abdômen trincado e cheio de músculos e várias tatuagens espalhadas pelo corpo e uma delas me chamou atenção, abaixo das costelas ele tem uma bússola e dentro dela tem o nome do pai, Anabela e de sua mãe Ana Rosa, deduzi que sua família seja o seu norte, uma coisa que eu admiro muito nele, ele é um cara família e isso me deixa mais encantada.

Bernardo parece com aquelas esculturas que fica no museu que todo mundo para e fica admirando, por exemplo eu ficaria horas admirando a sua beleza. Assim que ele abaixou a cueca com todo cuidado dei uma conferida no material o homem é uma perdição sem roupas. Mas rapidamente limpei minha mente pecadora. Eu era uma enfermeira e tinha que agir profissionalmente. Depois do banho ele almoçou e logo em seguida eu faria os seus curativos, olhei no relógio e faltava poucas horas para eu ir para o hospital, já sentia falta de está perto dele.

Seu celular tocou ele com toda educação pediu para eu atender, uma voz melosa do outro lado da linha e muito feliz dizendo que estava ansiosa para vê-lo soou. Quase reviro meus olhos, mas permaneci firme ouvindo a conversa. A tal da Rosimeire vem mais tarde para conversar sobre a empresa, cogitei até ligar para o Fernando para ele avisar Glória para pôr alguém no meu lugar. Mas o que iria dizer ao Bernardo? Meu trabalho é passar o dia não à noite, então com uma dor no meu coração fui tomar meu banho e me arrumar para ir para o hospital, olhei no relógio e graças a Deus não estava atrasada me dirigi ao quarto do todo poderoso para dizer que já estava de saída a campainha tocou a empregada me deu um sorriso singelo e foi atender, nem esperei pra ver quem era.

Bati na porta e o segurança particular de Bernardo estava saindo do quarto e me deu espaço para entrar, agradeci e entrei. Bernardo estava de óculos de grau lendo alguns papeis que tirava de dentro de uma pasta, olhou para mim e uniu as sobrancelhas como se sentisse muito eu ter que ir, ou foi coisa da minha imaginação? Só pode ser.

Sorri e andei mais para perto dele que se ajeitou na cama fazendo uma careta de dor, até com dor era lindo.

— Já estou indo para o meu trabalho, sua última medicação é às onze horas e já está aí no seu criado mudo, não esqueça senão você não vai conseguir dormir com muita dor. — Disse olhando em seus olhos e acho que vim um vislumbre de um sorriso quase se formando em seus lábios. Ficamos nos encarando quando ele disse:

— Já vai? Digo nossa como às horas passaram rápido. — Disse tentando consertar seu pesar, adoraria se ele pedisse para eu ficar. Está se achando muito. Minha consciência joga um balde de água fria na minha cabeça.

— Já comeu alguma coisa? — Sua preocupação estava quase me fazendo esquecer que ele estava todo machucado em cima de uma cama, minha vontade era me jogar em cima dele.

— Não se preocupe posso comer algo no hospital só vim mesmo avisar que já estou indo. Boa noite.

Já estava me virando para sair quando uma mulher alta de cabelos longos e batom vermelho nos lábios estava com algumas pastas nas mãos, aposto que era a tal da Rosimeire assim que ela me viu seu sorriso morreu e se transformou em um sorriso falso tipo ameaça. Depois de olhar para mim seus olhos seguiram para Bernardo que assim que notou a mulher sorriu mostrando todos os dentes.

— Rose, — ele disse. — A mulher parecia um pinscher caminhando em sua direção toda saltitante. — Minha presença se tornou invisível para ele. Babaca.

— Senhor Bernardo não sabe a falta que faz na empresa, todos nós sentimos muito quando soubemos do seu acidente. Ainda fui ao hospital, mas Anabela disse que o senhor não podia receber visitas. E achei melhor ficar na empresa me dedicando cem por cento a ela na sua ausência. Sorriu.

— Se dedicando a empresa? Sei. Segui caminhando para a porta quando ele me chamou.

— Cecília. — Parei me virando para olhá-lo.

— Pois não, Bernardo. — Frisei o Bernardo sorrindo olhando para a magricela que me olhava desacreditada por eu chamá-lo assim.

— Venha até aqui, quero lhe apresentar a secretária da minha empresa. — Sorri e caminhei novamente em sua direção parando perto dele, dei um empurrãozinho na mulher disfarçadamente. Homem não marca território? Estava fazendo o mesmo. — Que coisa mais boba.

— Rosimeire essa moça é Cecília minha enfermeira particular, ela está me ajudando com as medicações para que eu possa voltar rapidamente para a minha empresa.

— Cecília essa é minha secretária. — Olhei para a mulher de quase dois metros e lhe dei um sorriso falso, que me devolveu mais falso ainda.

— Senhor Bernardo era só ter me falado, minha irmã fez curso de enfermagem e está à procura de um emprego na área. Se quiser posso muito bem pedir para ela vir cuidar do senhor. — Ela falou como se eu não existisse ali. Que cadela!

— Bernardo se não se importar já está na minha hora. Boa noite. — Disse e caminhei o mais breve possível para a saída e ainda deu tempo de ouvi-lo dizer que queria que Rosimeire trabalhasse com ele em casa enquanto estivesse impossibilitado de ir à empresa.

— Claro senhor, será um prazer conte sempre comigo precisamos rever o contrato da empresa de segurança do senhor Tashiro, se ainda quer manter os serviços dele, todos os seus seguranças estão sendo ouvido, três deles estavam de plantão no dia do assalto. E todos eles já foram depor. — Ela era tão eficiente que me dava nos nervos.

Tapei meus ouvidos para não ouvir mais nada daquela voz melosa que me dava ânsia de vômito. Ela não é uma secretária eficiente porque quer, ela quer que ele perceba que ela é mais que isso. Queria gritar para ela parar de ser tão ridícula. Mas saí dali com o coração machucado, como eu fui gostar de uma pessoa tão complicada assim?

Cheguei no trabalho e parece que Fernando não me via um ano correu em minha direção e me abraçou fazendo todos que estavam próximos a nós sorrirem do seu drama.

— Estava esperando você aparecer, já que não responde minhas mensagens. — Reclamou todo ofendido.

— Para com isso, Bernardo dá muito trabalho, quando estava saindo à secretária dele eficiente apareceu toda prestativa.

— Estou vendo que você não está bem está com ciúmes, não é? — Ele disse alisando meus cabelos.

— Estou com ciúmes de um homem que nunca se quer na vida beijei. Estou com ciúmes de alguém que nunca disse que gosta de mim. Estou sendo idiota não é Fernando? Funguei.

— Claro que não Ceci, ninguém manda no coração e você não escolheu sentir atração por ele amiga. Tenta se acalmar olha pelo lado positivo você está cuidando dele, e essa secretária apenas estar lá porque ele não pode ir para a empresa. Aproveite a situação e conquiste-o pouco a pouco mostre a ele que você se preocupa, mande mensagem perguntando se ele está bem, se não está com dor. Use a seu favor o fato de estar cuidando dele, faça ele se sentir especial. — Olhei para o Fernando sorrindo dos conselhos dele, me pareceu muito maduro.

— Para quem não tem uma namorada você até que é bem esperto. — Disse zombando da cara dele, guardei minhas coisas e fui cuidar dos meus pacientes.

Quando deu por volta das onze horas eu já estava quase saindo do trabalho mandei uma mensagem para o Bernardo perguntando se ele já tinha tomado o remédio. Como acho que é difícil ele digitar mandou um áudio e nossa senhora das mulheres semi virgens que voz, reproduzi umas duas vezes o áudio e aquilo me causou arrepios que a muito tempo estavam escondido no meu corpo. — Acabei de tomar, agora só as oito quando você chegar, boa noite Cecília.

Sorri e digitei boa noite Bernardo e fui para minha casa flutuando, acho que ouviria outra vez o áudio dele. Acho que na verdade nunca apagaria.

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Olá amores, como estão? Espero que bem. Desculpa a demora. Mas aqui estou eu com mais um capítulo desse CEO babaca e lindo❤️

Meu CEO Adormecido. DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora